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Experiência na prefeitura rende capital político no caminho para o Palácio Iguaçu | Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Experiência na prefeitura rende capital político no caminho para o Palácio Iguaçu| Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo

Em termos de voto, Curitiba e as cidades da Região Metropolitana representam quase um terço do colégio eleitoral do Paraná. O peso da capital nas eleições é ainda maior quando se analisa a formação do capital político dos candidatos. Prova disso são os eleitos para o governo do estado nas últimas décadas: desde 1990, eles são políticos que, se não são nascidos na capital, fizeram carreira política na cidade.

É claro que os fatores para o sucesso eleitoral de um candidato são muitos. Tempo de propaganda eleitoral e financiamento de campanha, por exemplo, são variáveis importantes para que um candidato atinja seus objetivos ao final do processo. O tempero curitibano nessa mistura de ingredientes políticos pode vir da experiência dos candidatos ao Executivo estadual em gerir a capital paranaense.

Os últimos três governadores eleitos no estado – Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Jaime Lerner – foram prefeitos da cidade. Os três tiveram votação expressiva na capital. Richa, por exemplo, conquistou 66,9% dos votos válidos entre os curitibanos em 2010.

“Como grandes centros econômicos, Curitiba e outras capitais concentram uma diversidade muito grande de demandas, o que exige um perfil específico de seus gestores. Por conta da complexidade administrativa, a capital pode ser um laboratório para os que almejam o governo estadual”, explica Doacir Quadros, professor do curso de Ciência Política da Uninter.

Outro cenário

Nas eleições de 2018, entretanto, essa configuração deve mudar. Entre os pré-candidatos a governador, somente Roberto Requião manteria a tradição, se fosse eleito. Ratinho Jr. (PSD) até tentou a prefeitura curitibana, mas perdeu as eleições para Gustavo Fruet (PDT) em 2012. Já Jorge Bernardi (Rede) foi vereador em Curitiba. Osmar Dias (PDT) e Cida Borghetti (PP), por outro lado, têm força no interior do estado, mas não construíram suas carreiras políticas na capital.

“Se relembrarmos o desempenho dos últimos dois prefeitos da cidade [Gustavo Fruet e Luciano Ducci], veremos que a avaliação ruim de seus governos inviabilizou até a reeleição para o Executivo da cidade. Com isso, Curitiba não apresentou um aspirante ao governo estadual, como sempre acontecia”, diz Quadros.

Se quiserem ter sucesso ao final da eleição, contudo, os candidatos de agora terão de pensar em estratégias para conquistar os votos dos eleitores da capital – já que, do ponto de vista numérico, eles têm um peso importante. “Uma das formas pode ser compor a chapa com um vice de Curitiba, mas não sabemos qual será a capacidade desses candidatos em atrair votos”, afirma o professor.

JOÃO FREY:Com Richa fora do governo, é hora de Greca retribuir apoio político

No cenário atual, por exemplo, até mesmo o apoio do governador Beto Richa – que vem sendo disputado por Cida Borghetti e Ratinho Jr. – é incerto no que diz respeito à atração dos votos dos curitibanos. Prova disso é que, nas últimas eleições para prefeito da cidade, o tucano quase não apareceu na propaganda eleitoral de Rafael Greca (PMN), mesmo apoiando a sua candidatura. “Com os atos impopulares do último mandato, não sabemos qual a real capacidade de Richa em transferir votos. Temos que esperar para ver”, diz Quadros.

De certo mesmo o que se sabe é que Curitiba tem sido uma importante peça no xadrez eleitoral paranaense – e que pelo menos 30% do caminho para um xeque-mate, para os candidatos, depende dos eleitores da capital.

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