Em manifestação contra reformas de Temer, sobrou para Richa e Greca

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O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) e o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), não escaparam incólumes da greve geral deflagrada nesta sexta-feira (28). Apesar de as manifestações terem sido convocadas contra reformas do governo Michel Temer (PMDB), os dois políticos paranaenses também foram alvos de protestos específicos, motivados principalmente por pacotes de austeridade que propuseram no governo e na prefeitura.

Em um dos atos da greve geral em Curitiba, milhares de manifestantes – 30 mil, segundo os organizadores e 10 mil, segundo a polícia – caminharam até o Centro Cívico e se concentraram em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado. Ali, houve várias menções a Richa e gritos de palavras de ordem. Alguns manifestantes seguravam caricaturas do governador, usando roupa de presidiário. O tucano não estava no Palácio no instante do protesto.

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Em meio a menções em delações ocorridas em âmbito da Operação Lava Jato, Richa deu indícios de que deve propor novas medidas de austeridade. A previsão é de que o orçamento do ano que vem sofra um corte de R$ 3,6 bilhões. Os professores estaduais – que representem uma das maiores fontes de tensão com o governador – já fizeram paralisações neste ano e cobram o pagamento de progressões e promoções que estão atrasados. A dívida do governo com os educadores passaria de R$ 1,4 bilhão.

Greca

Parte dos manifestantes promoveu um ato no gramado em frente à prefeitura. Eles afixaram uma série de cruzes e deixaram volumes envoltos em sacos pretos, simbolizando corpos. Esta manifestação foi promovida por guardas municipais, que reivindicam mais segurança para trabalhar e melhores condições de ir para as ruas.

As reclamações contra Greca são motivadas, entre outras coisas, pelo ajuste fiscal enviado pelo prefeito à Câmara de Curitiba. O pacote prevê medidas austeras, que impactam sobre toda a população. Entre elas, estão aumentos no Imposto de Transferência de Bens Imóveis (ITBI) e na taxa do lixo e a redução da validade dos créditos do cartão-transporte. Além disso, Greca quer suspender planos de carreira e alterar a data-base de algumas categorias. Essas medidas já motivaram uma greve de professores municipais.

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E eles?

Beto Richa cumpria agenda em Sertanópolis, na região de Londrina, na manhã desta sexta-feira. Em suas contas em redes sociais, o governador postou sobre a inauguração de um moinho, mas não há menções à greve geral ou às manifestações. Por meio de sua assessoria de imprensa, o governador disse que “defende a austeridade, a responsabilidade e a modernização da gestão pública” e que “respeita o contraditório, mas discorda de protestos criados essencialmente para pregação de discursos de cunho político-partidários.”

Greca fez duas postagens em sua conta no Facebook – uma, sobre pavimentação asfáltica, outra sobre outros projetos. Também não há menções sobre o ato. A Gazeta do Povo entrou em contato com a prefeitura que, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que Greca não se manifestaria sobre os atos da greve geral.