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Paraná adotou  dose não fracionada da vacina | André Borges/Agência Brasília
Paraná adotou dose não fracionada da vacina| Foto: André Borges/Agência Brasília

O Paraná está fora da área de circulação onde é obrigatória a vacinação contra a febre amarela. Ainda assim, os 399 municípios do estado contam com vacinas suficientes para atender a população. É o que garante a Secretaria da Saúde do estado (Sesa), que adotou a vacinação seletiva, priorizando moradores e trabalhadores de áreas rurais, de matas e rios, ou turistas que vão para essas áreas para trilhas e acampamentos, incluindo também pessoas que estão com viagem marcada para estados classificados como de risco para a doença nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país e que nunca foram vacinados.

Por não ser área de risco (como o vizinho São Paulo, classificado como “alto risco”), o Paraná está aplicando a dose padrão, não fracionada, com 0,5 mililitro (mL). “O que precisamos é alertar a população para o que chamamos de vacinação seletiva, e não em massa, priorizando a faixa-etária”, explica Julia Cordellini, superintendente de Vigilância em Saúde do estado. “Aqueles que já tomaram uma dose da vacina estão protegidos, não precisam revacinar”.

Até o momento, segundo informações da Secretaria da Saúde, não há registro de falta de vacina em nenhum município do estado.

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Para aqueles que vão viajar para regiões consideradas de risco ou países que exigem a vacinação, a dose deve ser tomada dez dias antes da viagem.

“Temos conversado diariamente com Curitiba e com todas as outras regionais no estado do Paraná”, informa Julia. “Temos dose com estoque, tem vacina em todas as regionais e municípios. É preciso que a população vá [aos postos de saúde] de forma ordenada, tranquila, para tirar dúvidas”, reforça. O Paraná não tem registro de circulação viral nem de macacos mortos por febre amarela. Por isso, reforça, não há motivo para pânico.

A superintendente aproveita para avisar que o macaco não é responsável pela transmissão da doença – apenas hospedeiro. “Ela é transmitida por vetor [o mosquito] e não passa de pessoa para pessoa”. Julia esclarece ainda que a vacina aplicada nas clínicas particulares é a mesma encontrada nas unidades de saúde dos municípios.

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Em Curitiba, a vacina é oferecida gratuitamente nos 110 postos de saúde da cidade, informa a prefeitura. Crianças a partir dos nove meses podem tomar a dose padrão. A lista de cidades brasileiras que contam com recomendação de vacina pelo Ministério da Saúde pode ser conferida no site do ministério.

Vetor

No ciclo silvestre, em áreas florestais, o principal vetor da febre amarela é o mosquito haemagogus. Já no ambiente urbano, a transmissão ocorre pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo que transmite outras doenças como dengue, zika e chikungunya. Por isso, o trabalho deve ser principalmente de combate ao criadouro do mosquito, encontrados muitas vezes em residências, em locais que acumulam água.

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“Nosso foco principal é a eliminação do mosquito. Estamos aproveitando a mobilização nacional para informar que mais importante até que a vacina é a eliminação dos pontos de água parada”, destaca Cristiane Pantaleão, presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR).

No contato com as secretarias dos municípios, Cristiane informa não ter registro de falta de vacinas, apenas o de um número expressivo de pessoas em busca de uma dose. E informa as unidades de saúde estão preparadas para informar, para quem já tomou, que não há necessidade de fazer reforço.

Contraindicações

A vacina não é indicada para crianças com menos de seis meses e idosos acima dos 60 anos, mais gestantes, mulheres em período de amamentação de crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas.

Quem porventura se enquadre nesse perfil - e que precisa viajar para áreas de risco - precisa de uma avaliação médica, que pondere os riscos da vacinação, considerando a possibilidade de reações.

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Em crianças, a vacina não deve ser aplicada simultaneamente à tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetraviral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

Desde 1942 o Brasil não conta com nenhum caso de febre amarela urbana, a que é transmitida pelo aedes aegypti. Os casos registrados são os da febre amarela silvestre, transmitida pela picada dos mosquitos dos gêneros haemagogus e sabethes.

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