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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Antes mesmo de assumir a prefeitura de Curitiba o então prefeito eleito Rafael Greca, ao justificar o cancelamento da Oficina de Música, afirmou que “enquanto a saúde correr riscos não haverá música”. Esse pensamento segue norteando as ações da prefeitura de Curitiba. No fim de abril, a administração municipal retirou R$ 12 milhões da área da cultura para repassar para o Fundo da Saúde.

A maior parte desse montante, R$ 8,8 milhões, saiu do Fundo Municipal da Cultura. O valor representa 73% dos recursos previstos para o financiamento de projetos culturais em 2017.

Os outros R$ 3,2 milhões saem de recursos de custeio das atividades da Fundação Cultural de Curitiba. No órgão, a retirada tem impacto menor, representa 6% do orçamento anual de R$ 56,8 milhões.

Por meio de nota, a prefeitura afirmou que os recursos serão usados na compra de medicamentos, R$ 2 milhões, e nos mutirões de especialidades médicas, R$ 10 milhões.

“A transferência foi necessária devido à grave situação financeira do município. A saúde é um dos setores mais atingidos pelas dívidas e pelo déficit no Orçamento de 2017, elaborado pela gestão anterior. A atual gestão optou por priorizar os recursos numa área com carências mais imediatas e necessidades mais urgentes no atendimento à população. Faltam R$ 277 milhões no orçamento da Saúde para este ano”, informou a prefeitura.

Do ponto de vista da Cultura, a prefeitura afirma que o contingenciamento de recursos gera a redução da programação e investimentos em eventos, como já aconteceu, por exemplo, com o Festival de Teatro e a Paixão de Cristo.

Ainda segundo o Executivo, para contornar a escassez de recursos, a prefeitura vai reforçar a busca por patrocínios e parcerias para manutenção dos espaços culturais. Além disso, serão retomados os editais do Fundo Municipal de Cultura, que serão debatidos e lançados ainda este ano.

Entretanto, com o saque realizado na dotação de onde saem os recursos para o financiamento direto de projetos culturais aprovados via editais públicos, do total previsto inicialmente de R$ 8,8 milhões, restariam apenas R$ 3,2 milhões.

No plenário da Câmara Municipal, o vereador Goura (PV) questionou a redução da verba da cultura. “Nós já vemos vários ataques, várias ações que visam diminuir a participação cultural, a vida cultural aqui em Curitiba. Então eu creio que seja muito importante averiguar como fica a nossa Fundação Cultural com essa redução tão drástica de orçamento. Nós sabemos que já é muito pouco o que tem para a Cultura na cidade e, com essa redução, como fica a Fundação Cultural de Curitiba?”, questionou.

R$ 900 mil já haviam saído da Cultura para a Saúde

No início do ano, o cancelamento da 35.ª edição da Oficina de Música de Curitiba, que estava marcada para janeiro, gerou ao município uma economia de R$ 900 mil. A medida, que foi contestada pela classe artística, permitiu ao município a compra de medicamentos que estavam em falta nas Unidades de Saúde.

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