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Gleisi nega irregularidades. | Roque Sá/Agência Senado
Gleisi nega irregularidades.| Foto: Roque Sá/Agência Senado

Na denúncia apresentada na terça-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, menciona uma série de repasses eleitorais que teriam sido recebidos pela senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) por meio das atividades mantidas pelo “quadrilhão do PT”.

Em relação a 2008, quando a petista disputou a prefeitura de Curitiba, a Procuradoria Geral da República (PGR) fala de um repasse de R$ 150 mil da Odebrecht e de um pagamento de uma dívida de R$ 1,5 milhão ao marqueteiro João Santana via “planilha italiano”, sob responsabilidade do ex-ministro Antonio Palocci.

O pagamento a João Santa via caixa 2 já tinha sido citado pela esposa do marqueteiro, Mônica Moura, em depoimento ao juíz Sergio Moro, em abril.

“Isso foi uma colaboração, uma doação que a Odebrecht fez para a campanha da Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo em 2008, que nós fizemos o marketing, e a campanha da senadora Gleisi Hoffmann à prefeitura de Curitiba, também em 2008. Eles colaboraram com as duas campanhas pagando uma parte do nosso trabalho”, disse Mônica ao magistrado.

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Na disputa pela prefeitura de Curitiba, a petista declarou ao Tribunal Regional Eleitoral ter arrecadado R$ 6,5 milhões para a campanha. Na relação de doadores não consta nenhuma doação da Odebrecht.

Do pleito de 2010, quando Gleisi se elegeu senadora, são mencionados um repasse de R$ 1 milhão a pedido de Paulo Bernardo, marido da petista, e operacionalizado pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras; e outro de R$ 300 mil via Odebrecht. A prestação de contas da campanha indica que foram arrecadados quase R$ 8 milhões e não há doações da Odebrecht registradas.

Já em 2014, eleição em que a petista perdeu a disputa para o governo do Paraná, citam-se R$ 3,5 milhões recebidos da Odebrecht e mais R$ 10 milhões da JBS. Segundo a denúncia, os pagamentos da Odebrecht foram efetivados em espécie a Leones Dall Agnol, ex-chefe de gabinete da senadora. A prestação de contas indica que a campanha arrecadou R$ 21,6 milhões, sendo R$ 8,6 milhões da JBS, via direção do partido. Novamente não há doação registrada da Odebrecht.

“Uma das mais beneficiadas”

Ainda segundo a denúncia de Janot, Gleisi foi “uma das mais beneficiadas nos esquemas ilícitos mantidos pela organização criminosa na Petrobras, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e junto à Odebrecht e à J&F”. De acordo com o MPF, ao lado de Paulo Bernardo, Gleisi atuou entre 2009 e 2015 em uma ramificação do esquema de corrupção dentro do Ministério do Planejamento.

“Gleisi e Paulo Bernardo não apenas davam suporte em suas respectivas pastas ao esquema ilícito montado, como também operaram diretamente a cobrança de propina no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”, diz a denúncia.

Outro lado

Em nota, Gleisi criticou a denúncia apresentada pela PGR. “É uma denúncia sem qualquer fundamento. Busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores no mesmo momento em que malas de dinheiro são descobertas e membro do Ministério Público é envolvido em denúncias”.

Também em nota, o presidente do PT do Paraná, Doutor Rosinha, criticou as investigações feitas no âmbito da operação Lava Jato, as quais chamou de seletivas, e também afirmou que a denúncia contra os petistas desvia o foco de outras investigações.

“Essa é mais uma acusação sem fundamento, que não apresenta provas ou indícios da materialidade. Esperamos que o Supremo Tribunal Federal garanta a reparação da verdade e arquive tamanhas mentiras”, diz a nota.

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