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Confira como foi o júri do ex-deputado estadual, que acabou condenado a 9 anos e 4 meses de prisão (em regime fechado) por duplo homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar)
O ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi considerado culpado pelo Tribunal do Júri. O processo se arrastava há mais de oito anos e nove meses, desde que – em 7 de maio de 2009 – o Passat que Carli Filho dirigia atingiu o Honda Fit em que trafegavam dois jovens, que morreram na hora.
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Encerramento do tempo real
Encerramos aqui a nossa cobertura em tempo real dos dois dias do julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. Relembrando: o réu foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão (em regime fechado) pela morte de dois jovens em colisão de trânsito ocorrida em 2009. Obrigado pela sua audiência!
Em entrevista à Gazeta do Povo, o assistente de acusação Elias Mattar Assad disse que não vai recorrer para tentar aumentar a pena imposta a Carli Filho. Já o Ministério Público disse que vai analisar se cabe ou não um recurso desse tipo
Público aplaude o encerramento. Após o fim, Carli Filho cumprimentou seus advogados. O irmão dele, deputado Bernardo Carli adentrou o espaço destinado à defesa e abraçou o réu condenado. Ambos se dirigiram aos fundos do prédio
Enquanto os jurados votam, é grande a apreensão do lado de fora do tribunal. Um carro está ligado, ao lado da porta lateral, esperando a saída de Carli Filho
Os jurados vão pra uma sala separada, onde preenchem as cédulas com as respostas aos questionamentos sobre o crime atribuído ao réu pelo Ministério Público
"Nós queremos a condenação do réu (...) Agora, se o Honda Fit tivesse respeitado a lei, isso não teria acontecido", diz Roberto Brzezinski Neto, advogado de Carli Filho
Defesa exibe fotos de Carli Filho hospitalizado e diz que o réu passou por mais de 60 cirurgias. O ex-deputado não se voltou para ver as imagens, mas chorou mais uma vez
Mais uma vez, o assistente de acusação, Elias Mattar Assad, interrompe a defesa. Desta vez, o juiz Daniel Surdi de Avelar intervém: "Por favor, dr. Elias. É a terceira vez. O senhor não quer tomar uma água, um café?". O assistente de acusação deixa o plenário
Falta menos de meia hora para terminar a tréplica da defesa. Na sequência, os jurados começam a votar os quesitos que vão condenar ou absolver Carli Filho
Agora quem fala é o outro advogado de defesa, Roberto Brzezinski Neto. Ele começa criticando a explanação do promotor Paulo Lima. Cita o boletim de ocorrência, em que consta que naquele momento os policiais que atenderam a ocorrência não encontraram testemunhas do acidente
"O réu porta na face as cicatrizes do próprio desatino", disse o advogado Alessandro Silvério. Ele cita novamente que Carli Filho colocou a própria vida em risco e, por isso, não tinha intenção de matar
"Será que é justo impor a alguém uma pena muito maior do que aquilo que a pessoa praticou?", questiona o advogado Alessandro Silvério. Ele defende condenação por homicídio culposo, cuja pena máxima é de 4 anos. A pena prevista em caso de dolo eventual é de até 20 anos (com acréscimo de 1/6 até a metade da pena por haver segunda vítima)
Agora defesa diz que Carli Filho causou o acidente, mas menciona o Código de Trânsito para apontar que o réu seja condenado por homicídio culposo (sem intenção)
Advogado compara o acidente a uma bala perdida. "Se alguém dá um tiro pro alto e acerta alguém é homicídio culposo. É bala perdida". Assistente de acusação, Elias Mattar Assad protesta: "sua causa está perdida"
Advogado cita laudo que aponta que o excesso de velocidade foi determinante para o acidente. Em seguida, argumenta que excesso de velocidade é caso culposo, não de dolo eventual
Agora o advogado Alessandro Silvério sustenta que a colisão foi lateral-traseira, e não traseira. Ele argumenta que as vítimas ainda faziam a conversão. Com isso, a defesa tenta provar que o réu não poderia ter evitado a batida e que as vítimas provocaram o acidente. "Estamos diante de um clássico acidente de trânsito", disse
Promotoria exibe depoimento do primeiro policial a chegar no local do acidente. Ele apontou que o semáforo estaria funcionando e que, posteriormente, passou a piscar no amarelo, de forma intermitente
"O crime tem gravidade. Temos que dar um basta nessa combinação entre bebida e direção. Uma combinação que não combina. Combina pro capeta", disse o promotor Paulo Lima
Promotor Paulo Lima disse que chegou a contribuir financeiramente com a ONG Paz no Trânsito, criado por Christiane Yared, mãe de um dos jovens mortos na colisão de 2009
"Eu votaria em você, Luiz Fernando, se você tivesse assumido a responsabilidade. Se lá no primeiro ano, tivesse falado: 'Eu errei e quero ser julgado por isso'", disse o promotor Paulo Lima
Promotores mostram aos jurados um plano altimétrico da via em que ocorreu o acidente e argumentam que aquele aclive poderia favorecer a decolagem do carro de Carli Filho
Júri de Carli Filho se aproxima da última etapa. Veja [https://especiais.gazetadopovo.com.br/juri-carli-filho/#juri-como-funciona como funciona o julgamento e os possíveis resultados]
Acusação exibe no telão fotos do estado em que os carros ficaram após o acidente. Ele destaca que somente uma velocidade muito excessiva produziria um impacto com aquele resultado
Promotor Paulo Lima aponta que, após decolar, o carro de Carli Filho teria caído "com o bico no chão", indo parar 70 metros adiante. "Pode vir o Papa defender, que não adianta", disse o promotor
Mais uma vez, Paulo Lima explora a questão da velocidade. Destaca que o carro de Carli Filho decolou, a ponto de "arrancar" o teto do veículos da vítima e de decepar a cabeça de Gilmar Rafael Yared
Agora, Paulo Lima critica a perícia particular, contratada pela defesa. Ele mostra fotos dos veículos, contestando informações que haviam sido passadas pelo perito particular. Ele destaca que o teto do veículo das vítimas foi "arrancado" com a batida e que os pneus dianteiros do carro do réu estavam estourados
O promotor Paulo Lima cita a Bíblia: "Bem aventurados os que têm sede de justiça, porque eles serão saciados ". Cita ainda Pôncio Pilatos, que "lavou as mãos". Ele lembra aos jurados que hoje eles têm autoridade de representar a sociedade e devem julgar o crime mais grave: "o crime contra a vida"
Juarez Küster aponta que a condenação seria importante também para "servir de exemplo a todo o país ". Ele destaca os fatores abuso de velocidade e de álcool
Assistente de acusação da parte da família de Carlos Murilo, Juarez Küster explora o depoimento das testemunhas e destaca que a velocidade foi determinante para o desastre. "Isso está nos autos e não há como mudar". Ele destaca a decolagem do carro de Carli Filho e o fato de uma das vítimas ter sido decapitada
Promotoria exibe depoimento do primeiro policial a chegar no local do acidente. Ele apontou que o semáforo estaria funcionando e que, posteriormente, passou a piscar no amarelo, de forma intermitente
A exemplo do primeiro dia de julgamento, as mães das vítimas estão na primeira fila do auditório, de onde acompanham o júri. A família de Carli Filho também está no plenário
"Uma coisa é certa: não importa a pena imposta ao senhor Carli Filho. A dele um dia acaba. A minha não tem fim", afirmou ao sair para o recesso Christiane Yared. Ela confirmou que a acusação vai fazer uso da réplica de uma hora aos argumentos da defesa do réu
Defesa pede a condenação de Carli Filho, mas por homicídio culposo (sem intenção). Estratégia é tentar desqualificar a denúncia por homicídio com dolo eventual (quando o agente assume o risco), que tem pena máxima prevista de 20 anos
O julgamento recomeçou às 9h30 e seguiu até o momento com apenas 10 minutos de intervalo. A expectativa é de que assim que a defesa termine a sua parte, teremos um intervalo para almoço
Terminada a argumentação da defesa, o Ministério Público pode pedir uma hora de réplica, para esclarecer algum ponto que considerou controverso. Mas aí a defesa também ganha mais uma hora. Em algumas situações a promotoria não pede a réplica para não deixar mais uma oportunidade para os defensores
Roberto Brzezinski Neto e o assistente de acusação, Elias Mattar Assad, batem boca. Depois de a defesa dizer que a velocidade e o álcool "não importam", Assad interrompeu e disse: "Nada importa!". A partir de então, houve um rápido bate-boca. "A sua inveja é o que move o meu sucesso", disse Assad, ao finalizar a discussão
Defesa continua argumentando que o acidente só ocorreu porque o carro das vítimas entrou na via em que trafegava Carli Filho. Na avaliação do advogado Roberto Brzezinski Neto, o desastre não teria acontecido se o condutor do Honda Fit tivesse parado no cruzamento
Está terminando o prazo da defesa. Quem vai determinar se os jurados já vão para a votação ou não será o Ministério Público. Se a promotoria pedir réplica, o julgamento vai se estender para a tarde
Defesa exibe imagem de câmers de segurança que mostra o carro das vítimas reduzindo a velocidade e entrando na via em que trafegava o veículo do ex-deputado. "A velocidade não importa, o álcool "
Defesa aponta suposto erro do Ministério Público ao requerer perícia relacionada ao caso. "Eles erraram de propósito. Eles não querem discutir provas".
Advogado afirma que a população foi enganada ao acreditar que o velocímetro do carro de Carli Filho ter travado em 190 km/h. "Contrataram uma agência de publicidade para enganar a sociedade". Ele também fala sobre boatos segundo os quais Carli Filho estaria disputando racha com um filho do governador. Destaca depoimentos de testemunhas, que afirmaram não ter havido outro carro trafegando em alta velocidade na via.
O advogado Roberto Brzezinski Neto argumenta que a culpa do acidente é do condutor do Honda Fit, onde estavam as vítimas, que "invadiram a preferencial"
Roberto Brzezinski disse que Promotoria criou factoides na imprensa, como o racha e fato de o velocímetro ter travado em 190 km/h. Advogado disse que família das vítimas contratou uma agência de publicidade "para tornar o caso mais grave do que ele é"
A palavra é passada ao outro advogado de defesa, Roberto Brzezinski Neto. Ele tenta desclassificar o caso, de homicídio com dolo eventual para homicídio culposo
A circulação de veículos voltou ao normal no Centro Cívico. Durante a manhã o trânsito ficou complicado, mas não por causa do júri de Carli Filho, mas porque havia uma solenidade no Palácio Iguaçu e protesto de professores
Agora a defesa explora a questão da via preferencial. Argumenta que Carli Filho tinha prioridade no cruzamento, porque trafegava na preferencial, ainda que o semáforo estivesse piscando no amarelo, de forma intermitente
Defesa aponta que o próprio laudo do Instituto de Criminalistica considerou que Carli Filho trafegava em uma via preferencial. "Se as vítimas não tivessem a preferencial, quem poderia ter se acidentado? Ele (Carli Filho)", disse Alessandro Silvério, advogado de defesa
O corpo de sentença, que vai definir o destino de Carli Filho, é formado por cinco mulheres e dois homens. As mulheres são jovens e os homens de meia idade
O jurista René Dotti atuou durante muito tempo na defesa de Carli Filho e havia a expectativa de que ele participasse do júri, mas ele não está no Tribunal
Advogado critica a imprensa de "manipuladores da verdade" e aponta "sanha de acusação ". Aponta boatos que apontariam a participação de um filho do governador em um racha
A defesa argumenta que abuso de álcool e excesso de velocidade "São casos clássicos de imprudência ". Por isso, advogado Alessandro Silvério afirma que se trata de homicídio culposo
A presença do advogado Alessandro Silvério entre os membros da defesa de Carli Filho. Ele não havia aparecido no processo até então. Silvério tem atuações importantes no mundo do direito criminal, como as defesas do ex-ministro Antonio Palocci, na Lava Jato, e de Abib Miguel, nos Diários Secretos
Aparentemente, a defesa de Carli Filho tenta minimizar o impacto emocional que o caso possa provocar nos jurados. Pede apego aos aspectos técnicos e que o caso seja considerado homicídio culposo. Neste caso, a pena máxima seria de 4 anos. Em homicídio doloso, a pena é de 20 anos (com acréscimo de 2/3 por ter havido segunda vítima)
Defesa exibe matéria jornalística sobre de uma promotora, presa por dirigir embriagada. Segundo ele, se o caso de Carli Filho for considerado dolo eventual, a promotora teria respondido por tentativa de homicídio
A defesa argumenta que Carli Filho colocou a própria vida em risco, ao ter provocado o acidente. Isso, segundo Alessandro Silvério, descaracterizaria o dolo eventual do réu
O advogado Alessandro Silvério agora diz que a velocidade não foi determinante para o acidente. Acrescenta que o réu é culpado, mas por um acidente de trânsito (homicídio culposo)
No início da sustentação oral de sua defesa, Carli Filho voltou a chorar. Mais uma vez, o réu usou um lenço para limpar os olhos. Ele acompanha com atenção a fala de seu advogado
Advogado de Carli Filho pede que jurados não julguem o caso com preconceitos, que não levem em conta o fato de o réu ter sido deputado, mas que o julgue como homem
Agora a defesa explora as diferenças entre dolo (quando o agente assume o risco de produzir o fato, em razão de suas ações) e culpa (quando o autor não tinha intenção). Ele defende que réu não tinha intenção de matar as vítimas. "Por fatalidade do destino, encontrou as vítimas ", disse. Debate sobre culpa e intenção é um dos assuntos centrais do caso Carli Filho. Entenda
A previsão é de que o julgamento de Carli Filho termine hoje à tarde. Mas, independentemente do resultado, o ex-deputado não sairá preso do tribunal. Entenda
Alessandro Silvério menciona o advogado René Dotti, renomado criminalista, que integra a defesa de Carli Filho. Em seguida, diz que o réu "porta na face as marcas de seu desatino", mas que tem direito de ser julgado a partir das leis
Um acidente fatal causado por excesso de velocidade pode não ser suficiente para levar alguém a júri popular. No caso Carli Filho, pesou o acúmulo de atitudes ilegais, pois ele estava embriagado e não poderia estar dirigindo, já que estava com a carteira de motorista suspensa por muitas multas de trânsito
"Hoje será um dia histórico. Ele precisa passar pela pedagogia da Justiça", afirma Elias Mattar Assad, assistente de acusação, sobre o réu, Carli Filho
Elias Mattar Assad rebate declarações do perito particular, que ontem disse que o carro do réu não decolou, porque não havia sangue no assoalho. "Tem sangue neste plenário. Havia um cérebro na rua. Estamos sujos de sangue"
Elias Mattar Assad afirma que o carro de Carli Filho veio como um trem bala. Por isso, apesar de ter reduzido a velocidade no cruzamento, as vítimas não tiveram condições de ver o Passat
Carli Filho foi multado 30 vezes e acumulava 130 pontos na carteira de motorista em 2009, ano do acidente. Do total, 23 foram por excesso de velocidade. Veja detalhes das multas
Dez pessoas ainda esperam na fila para entrar no julgamento de Carli Filho. Há pouco o Tribunal do Júri liberou a entrada de cinco. A fila diminui a cada hora.
A tese da defesa não para em pé, como não parava em pé o réu ao sair do restaurante (antes do acidente)", apontou Elias Mattar Assad, assistente de acusação
Assistente de acusação, Elias Mattar Assad diz ser "covardia" a defesa querer culpar as vítimas pelo acidente. "Foi uma vergonha nacional que o ex-deputado nos fez passar"
"É mais comum empregado assumir multa de patrão. Agora patrão assumir multa de empregado eu nunca vi", disse Elias Mattar Assad, sobre Carli ter dito que multas eram de servidores de seu gabinete
"Não há dúvida. Tudo está provado dentro do processo", disse Elias Mattar Assad, elencando os motivos pelos quais o réu deve ser condenado: carteira cassada, embriaguez e alta velocidade.
O telão fica atrás do réu. Carli Filho não se virou para assistir aos vídeos. Na maior parte do tempo, ele permanece olhando para o chão, compenetrado.
Se o carro de Carli Filho estivesse a menos de 80km /h, ele ainda estaria sujeito a responder processo por homicídio com dolo eventual. Mas um dos aspectos que torna o caso tão emblemático é a velocidade que foi empregada numa via urbana. Sendo uma rua e não uma rodovia, chama ainda mais a atenção o fato de o carro estar acima de 160km/h, como mostrou a perícia
A assistência de acusação toma a palavra. Com a palavra, Elias Mattar Assad, advogado da família Yared, que começa exibindo reportagens da época do acidente
Dirigir acima do limite estabelecido para a via é considerada uma atitude imprudente, que pode provocar um acidente fatal. Mas acima de qual velocidade se está assumindo o risco de matar? A legislação não estabelece esses parâmetros
Nem para advogados é fácil definir a diferença entre culpa consciente e dolo eventual, coração do debate jurídico que está acontecendo no júri. A legislação não é clara sobre quando a morte no trânsito é decorrência de uma imprudência e quando a atitude é tão perigosa que passa a ser determinante.
"Seria impossível a placa do carro dele não ter sido registrada em qualquer radar da cidade, ainda menos daquela rua", disse o promotor Marcelo Balzer, sobre o Passat do réu não ter sido registrado por câmeras oficiais, instantes antes do acidente
Promotoria fala agora das fotos exibidas ontem, que mostravam os corpos das vítimas, mutilados apos5o acidente. Fala que Gilmar Rafael foi decapitado, o que que algo o atingiu na altura do pescoço. "Se foi uma guilhotina, ele (Carli Filho) é o carrasco
A discussão jurídica se houve culpa ou dolo é importante porque define, em caso de condenação, o tamanho da pena. Se for considerado culposo, Carli não corre risco de cumprir pena em regime fechado. Se for por dolo eventual, há a possibilidade de prisão
As chances de Carli Filho ser absolvido já eram baixas e cairam totalmente por terra quando ele se declarou culpado. Quando forem questionados pelo juiz, os jurados ainda podem absolvê-lo, mas essa não é a luta declarada da defesa, que está buscando a desclassificação para homicídio culposo
Acusação exibe vídeo do depoimento de testemunha que presenciou o acidente. Ela disse que um carro "encavalou" em cima do outro. Promotor Marcelo Balzer aponta que isso, além do depoimento da outra testemunha, comprovam que o Passat de Carli Filho chegou a "decolar", por causa da alta velocidade
Promotoria exibe reportagem do Fantástico sobre fraudes em radares. A matéria aborda supostas irregularidades envolvendo a Consilux, que operava radares em Curitiba. Um representante da empresa afirma que a Consilux já cancelou multas na capital paranaense
Promotoria agora rebate o depoimento do perito particular Martelo Filho (contratado pela família de Carli Filho e que tentou desqualificar a perícia feita pelo Instituto de Criminalista). "Não precisa ser perito para saber que aquele acidente foi causado porque um dos carros estava em alta velocidade", disse Marcelo Balzer. Ele destaca que "basta ver as fotos"
Promotor destaca agora que não se sabe qual o percurso feito por Carli Filho antes do acidente. Ele explora o fato não haver registros de radares referentes ao Passat que o réu dirigia, no entorno do local do acidente. Último registro do carro de Carli em radares é das 14:58. Acidente ocorreu após a meia-noite
A Promotoria agora explora o depoimento de funcionários do restaurante e do amigo de Carli, que confirmaram que ele havia bebido e que aparentava não ter condições de dirigir. Promotor Marcelo Balzer destaca a embriaguez. "O funcionário disse 'Você não está em condições de dirigir'. E o que ele fez? Pegou o carro e saiu"
Promotor Marcelo Balzer agora fala sobre o fato de Carli Filho ter bebido antes de dirigir. Ele lembra que o próprio réu admitiu ter consumido álcool. Menciona documento da defesa, no início do processo, que reconhece que Carli "aparentava estar em estado de embriaguez".
Promotor exibe vídeo de depoimento de então funcionário do gabinete de Carli Filho. Ele era motorista do então deputado e disse que nunca assumiu multas em nome de Carli. Ontem, o réu disse que as multas que constava de sua carteira não haviam sido tomadas por ele, mas por funcionários
O júri popular é o único momento dentro do universo jurídico em que as leis não prevalecem. Assim, espera-se que o embate entre acusação e defesa seja bastante emocional. É o momento em que as duas partes se esforçam para convencer os jurados, usando para isso palavras fortes e voz alta. É o momento show do julgamento.
Promotor Marcelo Balzer lembra os jurados que Carli Filho não poderia estar dirigindo, porque estava com a carteira cassada. Acusação exibe documentos do Detran, que notificou ex-deputado de que a carteira dele havia sido suspensa por excesso de multas. Ele estava com 130 pontos. Promotor apresenta áudio em que Carli Filho diz em juízo não ter sido comunicado sobre a cassação da carteira
"Não bastasse a dor do luto, tem que enfrentar a dor de ser apontado como causador da morte", disse o promotor Marcelo Balzer, sobre a estratégia da defesa de responsabilizar as vítimas pela colisão
"Não é perdão. Não é arrependimento. É a simples vontade de não pagar pelo que fez", disse Marcelo Balzer sobre o pedido de desculpas de Carli Filho, feito às mães das vítimas. Promotor apontou também que ao longo dos quase nove anos, Carli jamais havia procurado a família das vítimas para se desculpar
25 pessoas aguardam do lado de fora do Tribunal do Júri para entrar no plenário. Segundo a assessoria do Tribunal e a Polícia Militar (PM), eles só poderão entrar se algum espectador que já entrou deixar o local. Quem tem a senha de ontem ainda pode entrar.
A Rua Ernani S. de Oliveira, ao lado da Prefeitura de Curitiba, está bloqueada e os desvios acontecem pela Papa João XXIII. Há grande fluxo de veículos no local. Orientação da URBS é evitar a região por conta do julgamento e de um evento no Palácio Iguaçu.
O promotor defende que se trata de um homicídio doloso. Menciona que foram interpostos 34 recursos pela defesa, em três tribunais, pedindo que o caso fosse analisado como homicídio culposo (sem intenção). Todas as cortes apontaram para júri popular, considerando o dolo eventual
Quantas famílias terão aqui uma jurisprudência que será aberta? Quantas mães e pais que choram por seus filhos terão oportunidade de ter também um júri popular?, questionou Yared pouco antes de entrar no julgamento.
Juiz, defesa e acusação já estão posicionados em seus respectivos lugares. A exemplo de ontem, Carli Filho está sentado no banco dos réus - e não junto de seus advogados
Ele era deputado estadual, deveria estar preparado para as leis. Você não pode beber e dirigir, tem que andar na velocidade permitida. Tenho certeza que quem não teve a intenção de morrer eram meu filho e o Carlos Murilo, afirmou Yared. Ela foi saudada por manifestantes que a apoiam antes de entrar no Tribunal do Júri.
Na chegada, Yared foi bem enfática: eles (família Carli) já fizeram acordo com a Vera (outra mãe, na esfera cível). Eu achei que ontem ele iria se levantar, me abraçar e pedir perdão. Perdão por tudo o que eu causei. Mas não. Perdão é com os olhos, você sente.
O ex-deputado estadual Carli Filho e seus pais (Luiz Fernando Ribas Carli e Ana Rita Slaviero Carli) chegaram ao tribunal. Entraram sem falar com a imprensa por uma porta lateral.
Advogado que representa Vera Lúcia de Carvalho, mãe de uma das vítimas, afirmou ao chegar que a defesa tentou negar o óbvio. A nosso ver as provas parecem suficientes para a condenação.
Caso os jurados entenderem que o homicídio é culposo, o juiz Daniel Avelar irá remeter o processo para a Vara de Crimes de Trânsito. É meu entendimento, afirmou ao chegar. Caso os jurados entenderem que é doloso (com intenção), ele fará a dosimetria da pena (tempo de reclusão).
O juiz do processo, Daniel Surdi de Avelar, Juarez Kuster, advogado de Vera Lúcia de Carvalho, e a própria Vera já chegaram ao segundo dia de julgamento.
Às 10h, o governado Beto Richa lançará no Palácio Iguaçu o programa Escola Conectada, para ampliar o uso de recursos tecnológicos nos colégios da rede pública estadual. Há expectativa de protesto dos professores e muitos policiais circulam no Centro Cívico. A distância do evento para o julgamento é de apenas 200 metros.
No final do primeiro dia, o juiz Daniel Surdi de Avelar afirmou que os espectadores que acompanharam o julgamento na terça-feira terão prioridade para entrar no plenário nesta quarta. Segundo a assessoria do Tribunal do Júri, quem chegar hoje para acompanhar os trabalhos não deve conseguir entrar.
Marcos Silva, 55, consultor, amigo da família Yared, protesta nessa manhã no Tribunal contra o gesto de Mônica, amiga da família Carli, que tentou aproximação com Christiane Yared ontem. Absurdo, pra ela é fácil falar. Pessoa bêbada dentro de um carro dirigindo, falar que foi acidente é fácil, disse. Gesto midiático, quis aparecer para dar uma aparência de culpa também.
Bom dia, leitores da Gazeta do Povo. Os jurados chegaram ao Tribunal do Júri por volta de 8h40. O promotor Marcelo Balzer chegou minutos depois, mas ele não quis falar com a imprensa. Para o Ministério Público, o dia é crucial para apresentar argumentos para os jurados.
Finalizamos aqui a nossa cobertura do primeiro dia do júri de Carli Filho. Clique aqui e confira um resumo de tudo que aconteceu e como deve ser a quarta-feira (28). Voltamos amanhã, a partir das 9h. Boa noite!
Segurança foi reforçada em uma porta e Carli Filho saiu por outra. Desta forma, não conseguimos fazer imagens do réu na saída do júri ao final deste primeiro dia
Os sete jurados (cinco mulheres e dois homens) serão levados para um hotel e ficarão incomunicáveis. Não podem conversar entre si sobre o caso nem acessar telefone, internet ou televisão
O interrogatório do réu Luiz Fernando Ribas Carli Filho durou poucos minutos. O juiz fez poucas perguntas e o promotor também. O ponto mais impactante foi o pedido de desculpas que ele fez diretamente às famílias das duas vítimas. Ele reconheceu que bebeu e dirigiu, que errou, mas que não lembra o que aconteceu
Termina a fala de Carli Filho no júri. Ele respondeu às perguntas do juiz e da Promotoria. A defesa não quis fazer questionamentos, nem a assistência da acusação
Promotor Marcelo Balzer pergunta sobre a velocidade excessiva a que Carli Filho trafegava. Ele disse não ter condições de responder, por não se lembrar
Questionado pelo promotor, Carli Filho disse não se lembrar das notificações sobre a suspensão do direito de dirigir. Promotor menciona então documentos em que ele apresentou recursos contra a cassação da carteira de habilitação
Carli Filho não é obrigado a responder perguntas da acusação, mas neste momento está respondendo aos questionamentos do promotor Marcelo Balzer, sobre o trajeto que sempre fazia entre a casa e o trabalho
Sobre os processos cíveis (em que familiares das vítimas pedem reparação financeira pelas mortes), Carli Filho disse que houve acordo com uma das famílias. Com o processo da outra, diz que ainda não foi citado
O juiz está perguntando sobre a lógica do trajeto feito naquela noite. O ponto da colisão fica num local que representa um retorno ao Centro da cidade. É como se Carli tivesse ido ao apartamento no Campo Comprido e depois estaria retornando ao local de onde tinha vindo
Carli Filho disse que o carro era compartilhado por diversas pessoas. Mas, não soube explicar sobre a notificação das infrações. Acrescentou que nunca foi informado de que sua carteira estava cassada. Disse também que o Passat era de uma empresa da família, que ficava sob uso da mãe
Respondendo ao juiz Daniel Surdi Avelar, Carli Filho diz que lembra ter passado à mesa dos amigos, onde continuou a beber. E que acordou dias depois no hospital, sem lembrar qual percurso fez com o carro
O réu volta a dizer que errou ao beber e dirigir. "Nunca fiz racha na minha vida. Não fazia naquela noite". "Eu sou culpado, mas jamais tive a intenção", disse, com a voz embargada
Carli Filho fala com dificuldade e diz que nunca fugiu, ou se furtou, e que vai se defender. "A denúncia contra a minha pessoa não é correta. Eles não saíram para morrer, mas eu não saí pra matar"
Chegou o momento esperado do depoimento de Carli Filho. Depois de um recesso de pouco mais de uma hora, será a vez de defesa e acusação revelarem suas estratégias
No recesso, a mãe de Carli Filho, Ana Rita Slaviero Guimarães, foi conversar com a Vera Lúcia Carvalho, mãe de Carlos Murilo. Elas se falaram por cerca de dez minutos e Vera chorou bastante
Debate sobre culpa e intenção é um dos assuntos centrais do caso Carli Filho e um dos mais controversos no direito. Clique aqui e confira uma matéria da repórter Mariana Balan, da editoria Justiça da Gazeta, sobre o tema
Assistente de acusação, Elias Mattar Assad, pergunta se o perito Martelo Filho, tinha ciência de que Carli Filho tinha carteira cassada, com 130 pontos
Contratado pela família Yared, o advogado Elias Mattar Assad faz perguntas ao perito Martelo Filho. Ele questiona aspectos do currículo do perito, em que consta que ele fez mais de dez mil perícias.
O réu, Carli Filho, será ouvido ainda neste primeiro dia de julgamento. Ele será questionado pelo juiz, promotoria e defesa logo após o depoimento do perito Martelo Filho. A sessão será encerrada após a oitiva de Carli Filho e será retomada amanhã, às 9 horas
Perito Martelo Filho pediu desculpas e disse que foi mal interpretado pelas palavras e que sempre houve bons profissionais no Paraná. Auditório volta a aplaudir. Juiz diz que na próxima manifestação vai mandar esvaziar o plenário"
Promotor Marcelo Balzer explora a questão dos radares, que não registraram o carro de Carli Filho. Perito Martelo Filho confirma que não viu registros, "porque não havia nos autos"
O promotor Marcelo Balzer começa a fazer perguntas a Martelo Filho. Antes, o promotor criticou o tom irônico com que ele se referiu aos profissionais da "República de Curitiba" (como disse o perito). Balzer defendeu os formados no Paraná e disse que ele mesmo é formado em Ponta Grossa. Ao pedir respeito, o promotor foi aplaudido pelas pessoas que estão no plenário. É a primeira vez que as pessoas que acompanham o julgamento se manifestaram
A todo instante, o advogado de defesa, Roberto Brezinski Neto, pede que o perito Martelo Filho fale diretamente para o conselho de sentença. "O senhor pode falar para os jurados?". As demais testemunhas respondiam diretamente aos advogados, promotores ou ao juiz
A defesa, contratante do perito, pergunta qual o valor que Martelo Filho recebeu pelos laudos. O profissional disse que recebeu R$ 60 mil (R$ 50 mil + R$ 10 mil). "Eu cobro honorários, sim, mas meu escritório não é balcão de venda de laudo", disse o perito. Ele destaca que só aceita os casos em que forma convicção. "Não é função da minha empresa vilipendiar minha consciência", completou
Em longa exposição, perito Martelo Filho (contratado pela defesa) questionou as análises oficiais, feitas pelo Instituto de Criminalística, e da perícia particular, contratada pela família Yared. Basicamente, diz que é impossível determinar a velocidade em que Carli Filho trafegava e que o carro do ex-deputado não teria decolado, conforme constam dos autos. Martelo Filho também sustenta que o veículo das vítimas não parou no cruzamento, mas teria apenas reduzido a velocidade. Aparentemente, a apresentação do perito estava bem amarrada com a defesa
Perito pede a exposição de foto da outra vítima. Num rompante, o advogado de defesa Roberto Brzezinski Neto disse que a "defesa não vai explorar a tragédia de ninguém ".
Defesa faz perguntas ao perito Martelo Filho. Perito volta a afirmar que o carro dirigido por Carli Filho não decolou e que não caiu sobre o veículo das vítimas. Perito põe em dúvida o fato de uma das vítimas ter sido decapitada.
Uma tia de Carli Filho, que matou duas pessoas ao dirigir bêbado em 2009, pede a Cristiane Yared, mãe de uma das vítimas, que ela o perdoe. pic.twitter.com/B81NcWZhuh
Segundo o perito Martelo Filho, carro de Carli Filho precisaria estar a 250 km/h para "decolar". Depoimento do perito é amparado por longa exposição com slides e vídeos. Discurso parece estar bem alinhado à defesa.
O abraço de Mônica, amiga da família de Carli Filho, em Christiane Yared, que pediu que a mãe de uma das vítimas perdoe o sobrinho. Ela queria que Christiane prometesse que ia falar com Carli Filho. Christiane não respondeu
Os pontos altos das primeiras quatro horas de júri. A chegada de Carli Filho, pois a presença dele era dúvida. A formação do corpo de jurados, com predominância feminina (5 mulheres e 2 homens) A desistência do depoimento de Christiane Yared, que, muito abalada, decidiu apenas assistir. A emoção das mães das vítimas, ao verem fotos dos corpos dos filhos. O choque dos presentes com as fotos exibidas da cabeça decapitada de Gilmar Rafael Yared, imagem que Christiane não tinha visto ainda
O perito Martelo Filho (contratado pela defesa) continua detalhando as perícias feitas pelo Instituto de Criminalística e pelo perito contratado pela família Yared. Um aspecto chama a atenção: ele faz sua exposição voltada aos jurados. As demais testemunhas falavam a quem lhes perguntasse: defesa, acusação ou juiz
Uma das ausências notadas no júri é do advogado René Dotti. Ele, juntamente com o advogado Gustavo Scandelari, deram várias entrevistas, no passado, apontando incongruências na acusação. A contratação de Dotti, um dos mais respeitados juristas do Brasil, teve grande repercussão à época. A surpresa na defesa ficou por conta da presença do Alessandro Silvério, defensor do ex-ministro Antonio Palocci. Quem está comandando a defesa é Roberto Brzezinski Neto
Oitiva mais longa até aqui, o perito Ventura Martelo Filho detalha as perícias feitas pelo Instituto de Criminalística e da feita a pedido da família Yared. Testemunha aponta diversos aspectos técnicos e chega a emitir juízo de valor
Perito cita nota do blogueiro Fábio Campana, que postou que haviam desaparecido as testemunhas que teriam visto o velocímetro do carro de Carli "travado" em 190 km/h.
Defesa aponta que peritos do IC não eram qualificados para fazer o trabalho pericial. O perito Ventura Filho nega, mas aponta que houve "muitas incongruências" nos exames feitos pelo Instituto de Criminalística do Paraná.
O perito nega que o carro de Carli Filho tivesse decolado da via, antes de atingir o veículo das vítimas. "Voando deve estar a cabeça de outras pessoas", disse. Versão é contrária ao que disse uma testemunha que presenciou a colisão e que disse ter visto o carro do réu decolando um metro e meio.
O perito particular Ventura Rafael Martelo Filho disse que seria impossível determinar a velocidade em que Carli Filho trafegava no instante do acidente. Ele questionou a metodologia adotada pelo Instituto de Criminalística
A pedido da promotoria, foto que mostra a cabeça de uma das vítimas é exibida no telão do plenário. Foi Yuri da Cunha que, após o acidente, cobriu a cabeça com uma caixa de sapato.
Há a possibilidade de o interrogatório de Carli Filho acontecer ainda nesta terça-feira. Ele tinha a opção de não estar presente, mas, numa estratégia de defesa, compareceu ao júri.
As primeiras duas horas do júri indicam que o julgamento pode terminar mais rápido do que o previsto inicialmente. Já foram ouvidas três das onze testemunhas arroladas e uma - Cristiane Yared, mãe de uma das vítimas - abriu mão de prestar depoimento.
Promotor tenta aferir o local exato da colisão (se foi no cruzamento ou mais abaixo), mas testemunha não sabe precisar. Yuri da Cunha disse ainda que não ouviu frenagem
Defesa perguntou se o carro das vítimas parou no cruzamento. Testemunha disse que o veículo "segurou e entrou". Advogado afirma: "O que não é parar". Testemunha concorda: "Não é parar".
A nova testemunha é Yuri da Cunha, que dirigia pela rua Paulo Gorski, no sentido contrário do das vítimas. Ele não viu a colisão, mas ouviu o barulho provocado pelo acidente
Leandro Lopes Ribeiro, que trafegava na via no instante do acidente, disse que viu o carro de Carli Filho passando em alta velocidade. Segundo ele, o Passat do ex-deputado decolou a um metro e meio de altura.
Agora depõe Leandro Lopes Ribeiro, que presenciou o acidente. Ele foi arrolado tanto pela assistência de acusação por parte da família de Carlos Murilo de Almeida quanto pela defesa de Carli Filho
Após sair do restaurante, Carli entrou no carro do casal de amigos. Segundo depois, o ex-deputado saltou do veículo e precisou ser amparado pelo segurança. A testemunha disse que pediu "por favor" para que Carli não entrasse no próprio carro e que não dirigisse. "Eu pedi pra ele descer e ir com o casal. Eu fiz de tudo. Senti que não era coisa boa. Mas infelizmente ele foi". Altevir disse que o ex-deputado saiu do estacionamento "violento demais". "Eu virei para o menino (que trabalhava no estacionamento) e disse: 'Isso não vai dar certo'"
Altevir dos Santos é a terceira testemunha a depor, depois dos dois médicos. Ele era segurança do restaurante em que Carli Filho estava antes do acidente. Disse que o réu "saiu normal" do restaurante, mas que saía com uma taça. Após ser abordado pelo garçom, Carli devolveu a taça.
Enquanto os jurados estão no plenário, não é permitido fazer imagens do julgamento. Essa regra é para evitar que eles sejam identificados e porventura pressionados durante o júri
Acusação exibe fotos dos corpos das vítimas e pergunta se José Antonio, o médico que depõe, saberia apontar que tipo de trauma eles sofreram. Christiane Yared e Vera Lúcia choram as ver as imagens.
Defesa exibe fotos do rosto de Carli Filho, quando ele estava hospitalizado. Médico acrescenta que quando o paciente chegou ao hospital, ainda não havia identificação
O advogado Roberto Brzezinski Neto faz perguntas ao médico, que questiona sobre a transferência de Carli a um hospital de São Paulo, dias depois do acidente.
A próxima testemunha é o médico José Antonio, que atendeu Carli Filho após o acidente. O ex-deputado foi levado ao Hospital Evangélico pelo Siate. Quando o médico iniciou o atendimento, Carli estava entubado, com trauma de face extremamente agressivo.
Se acusação e defesa arrolam a mesma testemunha, como é o caso do médico Eduardo Missel, a defesa ganha o direito de fazer as perguntas por último. A opção por não fazer questionamentos pode ter sido uma estratégia dos advogados de Carli Filho
Carli permanece sentado aos banco dos réus, voltado para o local onde estão os sete jurados. Ele evita olhar para a platéia. As mães das vítimas estão na primeira fila
Encerrado o depoimento da primeira testemunha, o médico Eduardo Missel, amigo de Carli Filho. A fala dele durou 34 minutos, com respostas a perguntas do juiz e da Promotoria. A defesa não fez questionamentos
Amigo de Carli Filho, o médico Eduardo Missel não soube apontar nada sobre os antecedentes criminais do réu. Nem se ele havia se envolvido em algum incidente de trânsito, nem aspectos da vida pessoal
Eduardo Missel relata a visita que fez a Carli Filho, quando este estava na UTI. "[Estado] muito grave. Ventilação mecânica, com sutura preliminar. Estado bastante crítico de UTI"
Promotor menciona uma acareação feita entre Eduardo Missel e sua então namorada, na ocasião do inquérito policial sobre o acidente. O médico amigo de Carli Filho disse não se lembrar do procedimento nem de divergências nas versões dele e dela
Eduardo Missel disse que quando voltou ao carro, não viu Carli Filho saindo, já dirigindo o próprio carro. A testemunha afirma que não sabe que rumo o amigo tomou
Promotor pergunta sobre o motivo de Eduardo Missel ter oferecido carona ao réu. Ele respondeu que por terem bebido, mas que não pensou em Lei Seca ou "consequências"
Apesar disso, Eduardo Missel disse que não saber se Carli Filho tinha ou não condições de dirigir. "Pra isso, teria que ser feito um exame de alcoolemia"
Em princípio, Carli Filho teria aceitado a carona oferecida por Missel. Todos foram até o estacionamento. Carli chegou a entrar no carro do amigo, mas decidiu sair do veículo. O réu optou por ir com o próprio carro. "Eu estava com o som ligado. Quando percebi, ele já tinha descido". Depois o amigo chegou a tentar demovê-lo da intenção de ir sozinho, mas Carli não aceitou
Eduardo Missel considerou que a pessoa que mais tinha condições de dirigir era sua então namorada. Ele ofereceu carona a Carli Filho, "por ser racional, porque todos tinham bebido".
O médico Eduardo Missel é a primeira testemunha a ser ouvida. Ele foi requisitado tanto pela defesa quanto pela acusação. Missel estava no restaurante com Carli Filho, instantes antes do acidente
Após um breve período fora do tribunal, Christiane Yared já está de volta. Ela está sentada na primeira fileira, muito próximo do banco dos réus, onde está Carli Filho
A mãe de uma das vítimas, Christiane Yared, acabou de sair do Tribunal, amparada pelo assistente de acusação Elias Mattar Assad. Segundo o advogado, ela não tem condições emocionais de depor e vai apenas acompanhar o julgamento.
A acusação deixou claro que pretende enfatizar a questão emocional e preferia mães entre os jurados, mulheres que se sentissem na condição das mães das vítimas
Vera Lúcia (mãe de Carlos Murilo) está sentada na primeira fila. Os pais de Carli Filho (Fernando Ribas Carli e Ana Rita Slaviero Guimarães) e o irmão do réu (o deputado Bernardo Ribas Carli) estão um pouco atrás, na quarta fila do plenário
Quer assistir o júri? Ainda dá. E para presenciar o veredicto. O tribunal definiu que as senhas para o segundo dia do julgamento serão por ordem de chegada. Quem madrugar na frente do tribunal pode conseguir
As ruas Jacy Loureiro de Campos e Ernani S. De Campos ficam bloqueadas para a circulação de veículos até o final do julgamento. O controle esta sendo feito pela Polícia Militar. Apenas moradores e quem trabalha na região são autorizados a passar pelo bloqueio. Alguns táxis e vans escolares também comseguem passar pelo bloqueio. Já a linha de ônibus Interbairros 1 sofre desvio em seu trajeto desde às 12h30. O ônibus está passando pela Rua Deputado Mário de Barros ao invés de trafegar na frente do Tribunal do Júri.
Pessoas sem senha e que aguardam do lado de fora podem conseguir entrar para acompanhar oprimeiro dia do júri. A assessoria do Tribunal de Justiça está contando os lugares vagos e pode deixar entrar mais gente
O exame de alcoolemia de Carli Filho foi retirado dos autos pelo réu estar desacordado quando foi feita a coleta do material. Mesmo assim, ele admitiu que havia consumido bebida alcoólica no dia do acidente e esse ponto deve ser explorado no júri. Veja os 4 pontos-chave do julgamento.
E pede a nulidade do júri, sob a alegação de que o laudo de dosagem alcoólica segue nos autos, apesar de a Justiça ter determinado a exclusão dessa prova
O juiz Daniel Surdi de Avelar, que vai conduzir o julgamento, disse que espera um júri bastante técnico. Ele entrou pela porta lateral do prédio minutos atrás
A mãe do réu, Ana Rita Slaviero Guimarães, e o irmão dele, o deputado Bernardo Ribas Carli, chegaram ao Tribunal do Júri. A exemplo de Carli Filho, eles entraram pela lateral do prédio
Pelo menos 10 pessoas gritam Justiça do lado de fora do Tribunal do Júri. A pessoa mata no trânsito e fica por isso mesmo. Isso destrói uma família, disse uma delas.
Um grupo de manifestantes formado por cerca de 15 pessoas permanece à porta do Tribunal do Júri. São familiares de pessoas que morreram em acidentes de trânsito
Christiane e Gilmar Yared, país de um dos jovens que morreram no acidente também chegaram. Christiane está bastante emocionada e disse que espera Justiça.
O réu Carli Filho acaba de chegar ao Tribunal do Júri. Ele chegou no carro de seu advogado, Roberto Brzezinski Neto e entrou sem falar com a imprensa. Poucos manifestantes fizeram coro de "assassino"
Tribunal do Júri está aberto e a expectativa é que os interessados que receberam senhas entrem no recinto. Foram apenas 200, distribuídas na semana passada.
O juiz Daniel Avelar, responsável pelo Tribunal do Júri em Curitiba, chegou ao julgamento. Será um julgamento extremamente técnico. Expectativa é de terminar tudo amanhã.
Vera Lúcia de Carvalho, mãe de Carlos Murilo de Almeida, chegou ao julgamento. Estou muito nervosa, disse. O filho dela estava no Honda Fit que foi atingido pelo ex-deputado estadual em maio de 2009.
O promotor responsável pelo caso (Marcelo Balzer) também afirmou que a sociedade paranaense espera o resultado do julgamento. Muito tempo se passou e a sociedade precisa de resposta. No MP temos sustentado que o caso deveria ter vindo antes para julgamento, para buscar paz para as famílias e o próprio acusado, declarou.
O promotor Marcelo Balzer falou com a imprensa: Nós entendemos que é importante ele vir, porque era pessoa pública na época, se elegeu por voto popular. Hoje cabe a ele passar novamente por um voto popular. O réu não é obrigado a comparecer ao julgamento.
Não houve grande movimentação nos arredores do Centro Cívico na manhã desta terça-feira. Apenas profissionais da imprensa e curiosos se aproximaram do Tribunal.
O promotor Marcelo Balzer e o advogado de Vera Lúcia de Carvalho, mãe de Carlos Murilo de Almeida (morto no acidente), Juarez Kuster (foto), já chegaram ao Tribunal do Júri, no Centro Cívico.
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