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Leal comprou um apartamento no Edifício Don Alfonso (ao centro, mais alto), na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú. | Reprodução/Google Street View
Leal comprou um apartamento no Edifício Don Alfonso (ao centro, mais alto), na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú.| Foto: Reprodução/Google Street View

A força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná apresentou à Justiça Federal, na quinta-feira (19), pedido de alienação antecipada do apartamento de luxo do ex-diretor do DER-PR Nelson Leal Júnior que fica em Balneário Camboriú (SC). O apartamento, avaliado em cerca de R$ 4,7 milhões, havia sido sequestrado pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba durante a deflagração da Operação Integração, que apura irregularidades nos contratos de pedágio no Paraná. Veja aqui fotos do apartamento.

A acusação aponta que a aquisição do apartamento teria ocorrido de forma oculta, com pagamentos de aproximadamente R$ 500 mil em espécie. A compra do imóvel, na denúncia oferecida no início deste mês, foi descrita como um ato de lavagem de dinheiro praticado por Leal. O apartamento fica de frente para a praia em Balneário Camboriú.

De acordo com os procuradores, o fato de o réu ter sido exonerado dos cargos que ocupava compromete sua renda e, consequentemente, põe em risco a manutenção do imóvel. Como o apartamento foi sequestrado pelo juízo, o MPF entendeu que há risco de deterioração do bem, o que pode comprometer a futura reparação do dano. Por isso, apontou-se a necessidade de sua imediata alienação.

Com isso, o bem pode ser leiloado e o valor da venda depositado em conta judicial.

Entenda o caso

Nelson Leal Júnior, ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), é apontado como o principal responsável pelo esquema fraudulento no órgão estatal. Conforme aponta a denúncia, ao mesmo tempo em que viabilizava os aditivos favoráveis à concessionária Econorte, Leal apresentou incremento patrimonial incompatível com seus rendimentos, usando recursos em espécie para aquisição do apartamento de luxo em questão.

Segundo a acusação, Leal recebeu, entre 2013 e 2016, mais de R$ 2 milhões em depósitos sem comprovação de origem nas contas-correntes que controlava.

Defesa

A reportagem entrou em contato com a defesa de Nelson Leal, mas não obteve retorno.

Em entrevista à Gazeta do Povo no dia 3 de abril, o advogado Beno Brandão, responsável pela defesa de Nelson Leal Júnior, disse que seu cliente nega com veemência as acusações do MPF: “Eles só presumem isso, presumem aquilo. Não tem nada concreto. Nenhuma prova”.

Em nota à imprensa, a Triunfo Participações e Investimentos, responsável pela Econorte, disse que não comenta investigações em andamento e tem prontamente atendido a todas as solicitações das autoridades.

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