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 | Marcelo Andrade    /    Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

A presidente nacional do PT e senadora pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, criticou a forma como a Petrobras tem sido administrada e classificou de “ridículas” as medidas até aqui ensaiadas pelo governo federal para tentar por fim à greve dos caminhoneiros, já no seu quarto dia. “Nós estamos vivendo uma crise de gestão na Petrobras. Crise de preço do combustível e da forma de gestão da empresa mais importante e estratégica do Brasil. Esse negócio de alinhamento do preço do combustível ao preço internacional é uma loucura. Isso nunca foi sustentável no Brasil”, afirmou a petista, durante entrevista à imprensa nesta quinta-feira (24).

“A empresa está sendo gerida como se fosse propriedade privada do Pedro Parente, e de meia dúzia de acionistas. A Petrobras é do povo brasileiro. O acionista maior é o Estado brasileiro. Então o Estado brasileiro tem que determinar qual será a regra da gestão de preço do combustível”, criticou a petista.

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Até mesmo políticos alinhados ao governo Michel Temer (MDB) fazem ponderações sobre a postura da Petrobras. “O apelo tem que ser feito ao governo federal, que tem responsabilidade na redução dos impostos, e também à Petrobras, que pode reduzir um pouco do seu lucro”, avaliou o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), à Gazeta do Povo

“O Brasil é um país rodoviário, isso [a greve dos caminhoneiros] afeta toda uma cadeia, do campo à mesa do brasileiro. No Paraná, está um caos. Eu tenho recebido ligações, mensagens, a todo momento, de cooperativas, de frigoríficos parados, de produtor que tem alojamento de frangos, de suínos, que não tem mais alimento para os animais”, disse ele, que é vice-presidente para a Região Sul da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

O deputado federal Assis do Couto (PDT-PR), que tem participado das negociações entre governo federal e grevistas, afirmou que os representantes do movimento também cobram uma interferência da União nos preços praticados pela Petrobras. “A alegação do ministro Padilha é de que esta questão [do preço dos combustíveis] está ligada somente à Petrobras. Dando um entendimento de que a Petrobras tem uma política de preços independente do governo federal, o que foi de forma veemente rebatida pelos representantes da greve. Ora, a Petrobras é uma empresa majoritariamente do governo federal. Quem indica o presidente da Petrobras é o presidente da República. Então esse tema ficou muito sem resposta”, revelou o pedetista, sobre a reunião de quarta-feira (23). 

“A impressão que eu tenho é que o governo federal ainda não tem o real quadro do país, dos impactos, dos reflexos desta paralisação para a economia nacional. Talvez por ser um governo em fim de linha, em fase final, não vi, assim, uma preocupação”, completou ele. 

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Já o deputado federal Aliel Machado (PSB-PR) chamou a atenção para o que chama de “conivência” do próprio Legislativo em relação a medidas adotadas lá atrás pelo Planalto. “Esta Casa se calou. Esta Casa foi conivente com o decreto presidencial de 2017 que praticamente dobrou a alíquota do PIS/Cofins no preço dos combustíveis. E o decreto aconteceu durante o recesso parlamentar, de julho do ano passado, quando o governo federal estava negociando com alguns aqui sua permanência, depois das denúncias gravíssimas de corrupção do Temer”, atacou o paranaense, durante discurso no plenário da Câmara.

“O PSB exige que o governo federal comece a limpeza, começando pela cabeça do presidente da Petrobras, que tem uma política econômica equivocada, que está tendo um lucro bilionário nas costas do trabalhador. O Pedro Parente tem que sair imediatamente”, cobrou o oposicionista.

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