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Obra abandonada de escola em Ponta Grossa é retrato do impacto da Quadro Negro no Paraná. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo
Obra abandonada de escola em Ponta Grossa é retrato do impacto da Quadro Negro no Paraná.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo

A Polícia Federal (PF) começa a ouvir a partir da próxima semana investigados no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura desvios estimados em até R$ 20 milhões em obras de escolas no Paraná. Segundo informações obtidas pelo Paraná TV 2ª Edição, da RPC, estão sendo intimadas 17 pessoas pela corporação.

Os depoimentos serão prestados dentro do inquérito que apura os desvios identificados pela operação no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa parte da investigação tramita na Corte por causa do possível envolvimento de políticos com foro privilegiado no esquema.

Entre os que foram ou serão intimados a prestar depoimento estão Deonilson Roldo, secretário de Comunicação e chefe de gabinete do governador Beto Richa (PSDB); Ezequias Moreira, secretário especial de Cerimonial e Relações Internacionais, e Ricardo Rached, assessor da governadoria.

Procurados pelo telejornal, Roldo afirmou que desconhece a intimação, mas que está à disposição para prestar esclarecimentos; Moreira disse que não foi intimado até o momento, mas que prestará depoimento para desmentir as acusações, e Rached alegou que a citação ao seu nome é mentirosa e que vai prestar todos os esclarecimentos.

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A Quadro Negro

Deflagrada em julho de 2015, a Quadro Negro começou a partir de investigação deflagrada pela Polícia Civil. Posteriormente, com o aprofundamento das apurações e com indícios de participação de servidores do governo estadual, o caso passou a ser investigado por dois grupos ligados ao MP-PR: o Gepatria e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Até então, os trabalhos se concentraram nos contratos da Secretaria de Estado da Educação com a Valor Construtora. De acordo com as investigações, mais de R$ 20 milhões foram desviados das obras de escolas estaduais, por meio do esquema. O dono da construtora, Eduardo Lopes de Souza, fechou colaboração premiada, em que apontou que o dinheiro abastecia a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB).

O delator destacou que o então superintendente de Educação, Maurício Fanini, esperava arrecadar R$ 32 milhões com os desvios relacionados à Valor. Além disso, Lopes de Souza apontou envolvimento da cúpula do governo estadual no esquema: o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB) e do deputados Ademar Traiano (PSDB) e Plauto Miró (DEM). Todos negam as acusações e desqualificam a palavra do delator.

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