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Professores deixam o Palácio Iguaçu | Átila Alberti - Gazeta do Povo
Professores deixam o Palácio Iguaçu| Foto: Átila Alberti - Gazeta do Povo

Um grupo de professores que havia entrado no Palácio Iguaçu no início da tarde desta segunda-feira (18) deixou o prédio por volta das 14h30, depois de o governo ter se comprometido a retomar as negociações com a categoria. Os educadores protestavam contra a redução do valor da hora-aula que o governo pretende pagar em 2018 para os professores temporários, contratados via processo seletivo simplificado (PSS).

Nesta terça-feira (19), a APP-Sindicato – que representa os professores – deve se reunir com a cúpula do governo, para tentar pôr fim ao impasse.

A manifestação começou na manhã desta segunda. Por volta do meio-dia, um grupo de manifestantes se aproveitou de um descuido dos seguranças e conseguiu entrar no hall do Palácio, sede do governo do Paraná. Mais de 50 pessoas permaneceram no anexo, cantando e gritando palavras de ordem. Depois disso, o governo recebeu uma comissão de manifestantes, a portas fechadas.

Para pôr fim à manifestação, o governo apresentou duas propostas: que os professores desocupassem o prédio, como condição da retomada das negociações; ou haveria a remoção forçada dos manifestantes e, neste caso, sem novos diálogos. Para isso, foram acionadas viaturas da Polícia Militar, inclusive um ônibus do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Enquanto isso, a energia elétrica e a água do hall do Palácio Iguaçu – onde os professores estavam – foram cortadas e os manifestantes impedidos de usar o banheiro. O governo também impediu que fossem repassados alimentos aos docentes que participaram da ocupação do prédio público.

Aniele Nascimento - Gazeta do Povo

Leia também: Professores preparam greve para 2018, caso o governo não recue 

Pouco depois das 14h30, os professores deixaram o Palácio, após terem aceitado a proposta do governo de retomar as negociações. Uma reunião foi marcada para as 17 horas de terça-feira (19), da qual devem participar representantes da Casa Civil, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Estado da Educação, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), além da própria APP-Sindicato.

“Não viemos pra cá para fazer desgaste ao governador Beto Richa [PSDB] ou como se fossemos um grupo de pessoas irresponsáveis. Só se ocupa um espaço público quando se esgotam as possibilidades de diálogos”, disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão. “O governo nunca nos consultou [sobre o corte no valor a ser pago aos PSSs]”, completou.

O secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), afirmou que o governo sempre esteve aberto ao diálogo, embora tenha dito que os professores não foram avisados especificamente sobre o salário dos professores temporários para 2018.

Apesar disso, Rossoni destacou que o governo quer que a APP-Sindicato apresente soluções, desde que não impactem sobre o orçamento da educação.

“Houve uma pequena precipitação, depois de lançado o edital do PSS resolveram invadir o palácio. Logo que invadiram, estávamos aqui dispostos a conversar com a APP-Sindicato e tivemos um diálogo dentro da responsabilidade fiscal”, destacou o secretário.

Redução de salários

Os professores estaduais temporários – contratados via processo seletivo simplificado (PSS) – vão ganhar até 13,35% menos em 2018. O edital lançado pelo governo Beto Richa (PSDB), na sexta-feira (15), prevê que a remuneração dos docentes com nível superior será de R$ 13,63 por hora/aula. Neste ano, os professores com esta formação ganham R$ 15,73. 

A expectativa é de que mais de 20 mil educadores sejam contratados via PSS, para trabalhar nas escolas estaduais do Paraná ao longo do ano que vem. Um professor PSS que, em 2018, trabalhe 40 horas por semana terá uma remuneração até R$ 378 a menos do que um docente com a mesma carga horária neste ano. 

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