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Escola abandonada de R$ 4,7 milhões, em Ponta Grossa, escancara o impacto da Quadro Negro no Paraná | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Escola abandonada de R$ 4,7 milhões, em Ponta Grossa, escancara o impacto da Quadro Negro no Paraná| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro do ano passado, a delação do empresário Eduardo Lopes de Souza serviu de base para a abertura de novas frentes de investigação no âmbito da Operação Quadro Negro. E, dentro de um dos inquéritos que tramita no STF, devido ao foro privilegiado de autoridades mencionadas nos relatos do delator, 18 pessoas já foram chamadas para prestar depoimento neste início de fevereiro, na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Mas por que tais pessoas foram chamadas? A Gazeta do Povo reuniu alguns trechos da delação de Eduardo Lopes de Souza nos quais os depoentes são citados (veja logo abaixo)

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Do total de 18 pessoas chamadas para depor agora, três ex-funcionárias da Valor Construtora (Vanessa Domingues de Oliveira, Tatiane de Souza e Úrsulla Ramos) também estão colaborando com as investigações. O grupo restante (15) nega envolvimento nos crimes apontados pela Operação Quadro Negro ou prefere não se manifestar, quando procurados pela imprensa. Até agora, nenhuma das 15 pessoas está sendo formalmente acusada de cometer crimes. O objetivo dos investigadores agora é apenas ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o relato do empresário. Posteriormente, com os depoimento s e o avanço das investigações, elas podem ou não se tornarem alvos de denúncia. 

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Além disso, nem todos os citados na delação estão na atual lista de depoentes, caso de Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa e réu da Operação Publicano. Entre as pessoas mencionadas na delação estão também o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), o deputado federal licenciado Valdir Rossoni (secretário-chefe da Casa Civil de Beto Richa), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Durval Amaral, além de os deputados estaduais Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (DEM) e Tiago Amaral (PSB). Todos já negaram envolvimento nos crimes apontados pela Operação Quadro Negro. 

Outro nome frequente na delação de Eduardo Lopes de Souza é o engenheiro civil Maurício Fanini, principal réu da Operação Quadro Negro, hoje preso, e que também tenta um acordo de colaboração premiada com investigadores em Brasília. 

Deflagrada em meados de 2015, a Operação Quadro Negro revelou um esquema de desvio milionário de dinheiro a partir de contratos para construção ou reforma de escolas firmados entre a Valor Construtora e a Secretaria da Educação (Seed), ao longo do primeiro mandato de Beto Richa no governo do Paraná, entre 2011 e 2014.

Na época do desvio de dinheiro, Maurício Fanini era o diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), braço da Seed.

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Veja o que Eduardo Lopes de Souza falou sobre os depoentes

Gerson Nunes da Silva

“Quando estava perto da primeira licitação, o assessor Gerson me chamou na sala dele na presidência da Assembleia [Legislativa do Estado do Paraná], e me disse que eu venceria a licitação, mas que, de tudo que eu ganhasse lá em Bituruna/PR, eu teria que repassar 10% para o deputado Rossoni, e que o acerto deveria ser sempre com ele [Gerson]. Eu questionei sobre o valor da propina e então ele foi até o gabinete do deputado Rossoni, que ficava ali ao lado, e após poucos minutos voltou dizendo que o parlamentar tinha dito que era aquilo mesmo, que estava até barato e que a licitação seria com preço cheio (máximo previsto no edital). Eu concordei e acabei sendo o único participante da licitação”. 

“Ele [Gerson] praticamente controlava os pagamentos da prefeitura de Bituruna. Ele me disse que se eu não pagasse ele ia segurar os repasses do estado para o município”.

OUTRO LADO

Gerson Nunes da Silva já prestou depoimento. O advogado dele, José Cid Campêlo Filho, afirmou apenas que Gerson não tinha conhecimento a respeito da maioria dos fatos que lhe foram perguntados, mas que respondeu todas as questões.

Nereuvaldo da Silveira

“No intervalo do jogo fomos ao encontro do Gerson, o qual, por sua vez, chamou a pessoa de ‘Nereu’, então secretário municipal de Governo da cidade de Bituruna/PR (reduto político do deputado Rossoni), e fui apresentado a ambos. O ‘Nereu’ falou que teriam algumas obras naquele município e era para eu procurá-lo lá em Bituruna. O Gerson reforçou o convite dizendo que eu deveria mesmo ir, ressaltando, ainda, que o prefeito de Bituruna à época era o Rodrigo Rossoni, filho do Valdir Rossoni”. 

“Na semana seguinte eu fui até aquela cidade e conversei com o ‘Nereu’. Ele me apresentou o prefeito Rodrigo Rossoni e disse para ele ‘esse aqui é o empreiteiro que veio lá de cima’, dando a entender que seria indicação do deputado Rossoni. Ele me mostrou quais eram as obras que iam ter na cidade”. 

OUTRO LADO

Nereuvaldo da Silveira já prestou depoimento. O advogado dele, José Cid Campêlo Filho, disse que Nereu desconhece os fatos narrados pelo dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza.

Eduardo Fernandes Paim (à esq.)Daniel Caron/Gazeta do Povo

Eduardo Fernandes Paim

“Eu mandei a Vanessa comprar dois aparelhos celulares pré-pagos da TIM e deixar um comigo e entregar o outro para o Eduardo Paim, chefe de gabinete do deputado Rossoni. Acredito que esses aparelhos ficaram cadastrados em nome da Vanessa. A ideia era ter uma linha segura para tratar exclusivamente dos repasses ao deputado, e assim foi feito”.

“Eu tinha livre acesso na Assembleia, onde só precisei me identificar da primeira vez que lá estive. Nas seguintes, o vigia só me cumprimentava e eu já entrava, sem qualquer registro ou controle. Eu subia até a presidência, passava pela sala do Paim e chegava na sala do Gerson. Eu entregava o dinheiro e ele contava ali na minha frente. Às vezes ele reclamava que eu levava o dinheiro na sacola sem colocar nada junto para disfarçar. Durante as obras em Bituruna, eu ia na Assembleia praticamente toda semana”. 

“Depois de uns três meses que eu comecei a trabalhar em Bituruna, o Eduardo Paim virou pra mim e falou “só por amor não existe” e pediu que eu fizesse uma colaboração “por fora” para ele. Eu perguntei se R$ 5.000,00 ajudaria, e ele disse sim, desde que fosse todos os meses. Eu entreguei esse dinheiro para ele ao longo de um ano. O Gerson e o deputado Rossoni não sabiam desse pagamento. O Paim pediu para ficar “só entre nós dois”.

OUTRO LADO

Eduardo Fernandes Paim já prestou depoimento. Seu advogado, José Cid Campêlo Filho, disse que Paim desconhece os fatos narrados pelo dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza.

Sérgio Galante Tocchio

“Na conta dos 10% de Bituruna também entrou um valor que foi entregue para a pessoa de Sergio Galante Tocchio. O Eduardo Paim me ligou e disse que eu teria que pagar uma dívida de R$ 50.000,00 que o deputado Rossoni tinha com o Sergio Tocchio. O Paim não especificou a origem dessa dívida. Eu não conhecia o Sergio Tocchio, sabia apenas que ele tinha sido secretário municipal do Meio Ambiente de Curitiba/PR. Eu nunca tive nenhum negócio com ele que justificasse o pagamento daquela quantia. Ele fez alguma coisa para o deputado Rossoni que ficou devendo aquele valor. O Paim me passou os dados da conta do Sergio Tocchio e eu fiz uma transferência da conta da Valor Construtora para a conta dele, na quantia solicitada”.

OUTRO LADO

Sergio Galante Tocchio já prestou depoimento. Mas a Gazeta do Povo não o encontrou na PF e também não conseguiu contato com ele nesta sexta-feira (2).

Marilse Freitas

“A Marilse sempre me ligava quando o Fanini queria que eu fosse lá falar com ele. Uma única vez, no segundo semestre de 2014, o Fanini me falou que a Marilse iria fazer uma viagem para Miami, nos Estados Unidos, e perguntou se eu não podia levar uns US$ 1.000,00 para ajudá-la. Eu falei que tudo bem e no dia seguinte eu voltei lá e deixei com ela um envelope com aquela quantia e falei ‘tá aqui’. Ela ficou bem constrangida (com o rosto vermelho) e não falou nada. Esses dólares eu comprei numa casa de câmbio no shopping Curitiba, salvo engano. Eu não posso afirmar que ela sabia que eu levava dinheiro para o Fanini”. 

OUTRO LADO

Marilse de Freitas deve prestar depoimento na PF apenas na segunda-feira (5). A Gazeta do Povo não conseguiu contato com ela nesta sexta-feira (2).

Marilane Aparecida Fermino da Silva

“O Fanini sempre dizia que quem resolvia as coisas na Seed [Secretaria da Educação] era a Marilane Aparecida Fermino da Silva (Mari). Eu conheci a Mari pessoalmente em meados de 2013, quando estive na presidência da Assembleia conversando com o Eduardo Paim. Era para ela que o Paim ligava na Seed. A partir de então, eu comecei a me aproximar dela, para que ela me ajudasse nos trâmites que me interessavam dentro da Seed”. 

“Cerca de quarenta dias após conhecê-la, a Mari comentou comigo que estava com um problema para pagar um consórcio de um apartamento e perguntou se eu não poderia ajudá-la também. A partir daí eu comecei a entregar para ela quantias que geralmente variavam de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00, conforme as necessidades dela. A gente se encontrava numa rua, próximo à lanchonete AU-AU, no bairro Santa Quitéria, onde eu entregava o dinheiro. No total eu entreguei quase R$ 200.000,00 para a Mari”. 

OUTRO LADO

Marilane Aparecida Fermino da Silva já prestou depoimento. Ela já havia negado à Gazeta do Povo, em outubro do ano passado, qualquer participação nos crimes apurados. Após o depoimento, o advogado dela, Norberto Bonamin Jr, disse que ela “optou por responder todos os questionamentos” feitos pela PF, mas destacou que “cerca de 90% das perguntas” não diziam respeito a ela. “Fica cada mas esvaziada a investigação em relação a Marilane”, destacou Bonamin Jr.

Ezequias Moreira Rodrigues (à esq.), Deonilson Roldo (centro) e Ricardo RachedMontagem/Gazeta do Povo

Ezequias Moreira Rodrigues, Deonilson Roldo e Ricardo Rached

“Entre os meses de abril e setembro de 2014, eu repassei o grosso dos valores desviados diretamente para o Maurício Fanini. Ele disse que, conforme acertado com o governador, parte destes valores ficariam com ele [Fanini] e parte iriam para a campanha do Beto Richa. O Fanini comentou que o ex-deputado Eduardo Sciarra era o responsável pelo ‘caixa um’ da campanha e que os três principais arrecadadores do ‘caixa dois’ eram o Ezequias Moreira Rodrigues (secretário especial do Cerimonial e Relações Internacionais do governo do Paraná), o Luiz Abi Antoum (primo do governador) e o Deonilson Roldo (secretário chefe de gabinete do governador do Paraná)”. 

“Certa vez, perguntei se o dinheiro estava realmente sendo empregado na campanha do governador, tendo Fanini dito que sim, já que ele repassava parte do dinheiro para o Ezequias Moreira, e parte para o Luiz Abi. Às vezes o dinheiro era entregue ao Ricardo Rached, que trabalhava no Palácio Iguaçu, para então chegar até o Luiz Abi. Nesse esquema eu entreguei para o Maurício Fanini cerca de R$ 12.000.000,00 desviados das obras da Valor Construtora na Seed para serem destinados à campanha à reeleição do governador Beto Richa”. 

OUTRO LADO

Ezequias Moreira Rodrigues já prestou depoimento. O advogado dele, Luiz Roberto Juraski Lino, disse à imprensa, na ocasião, que o secretário de Richa respondeu a 60 perguntas e que “optou por esclarecer tudo quanto fosse possível”. Em setembro do ano passado, quando veio à tona a delação, Ezequias se manifestou por escrito: “A delação do senhor Eduardo Lopes de Souza não encontra respaldo na realidade. Nunca tive contato com essa pessoa. Sequer a conheço. Não fiz parte de qualquer ato da campanha eleitoral de 2014 do governador Beto Richa. E em minha vida nunca participei de qualquer comitê financeiro de nenhuma campanha eleitoral”.

Ricardo Rached já prestou depoimento. Ele não quis falar com a Gazeta do Povo.

Deonilson Roldo já prestou depoimento. Ao falar com a imprensa, na PF, ele afirmou que os acusados de cometer crimes e desviar dinheiro teriam citado os nomes de pessoas próximas ao governador como uma espécie de “vingança” e “retaliação”, e também como forma de tentar reduzir eventuais penas judiciais. Ele negou ainda que tenha tido papel de arrecadador de recursos em campanhas do governador, afirmando que sempre foi responsável apenas pela área de comunicação.

Michele Caputo Neto José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Michele Caputo Neto

“Paralelamente a esse esquema da Seed, de repasse de valores via Maurício Fanini, eu fiz uma outra doação autônoma para o “caixa dois” da campanha do governador Beto Richa. O Eduardo Paim, chefe de gabinete do deputado Valdir Rossoni, também trabalhou na campanha à reeleição do governador. Logo no começo ele me chamou para conversar e me disse pra eu entregar R$ 30.000,00 para o secretário de Saúde licenciado, Michele Caputo Neto, que era um dos coordenadores da campanha. Eu fui até o comitê que fica no cruzamento da rua Comendador Fontana com a rua da Glória, em Curitiba/PR, e dei o dinheiro nas mãos dele”. 

OUTRO LADO

Michele Caputo Neto já prestou depoimento. Ele não quis falar com a Gazeta do Povo.

Fábio Antônio Dallazem (pai)Daniel Caron/Gazeta do Povo

Fábio Antônio Dallazem (pai) e Fábio Antônio Dallazem Filho

“Em 2014 o Maurício Fanini me contou que tinha acertado o repasse da quantia de R$ 300.000,00 do aditivo de uma obra em Almirante Tamandaré/PR de uma outra construtora para a pessoa de Fábio Dallazem, que na época era assessor do governador Beto Richa. O Fanini estava bravo porque o combinado é que ele pegaria o dinheiro e faria o repasse, mas o Dallazem “se atravessou” e pegou direto na empresa. Não sei qual empresa era”.

“Tempos depois, conversando com a Mari, ela comentou comigo que recebia com frequência ligações do Fábio Dallazem referentes à liberação de recursos para uma empresa. Ela sabe dizer que empresa é essa. Ela comentou também que o aditivo de Almirante Tamandaré/PR seria absurdo, considerando os termos consignados. No começo de 2015 surgiu o comentário de que o Fábio Dallazem foi nomeado diretor da Companhia Paranaense de Energia (Copel)”.

OUTRO LADO

Fábio Antônio Dallazem e também seu filho já prestaram depoimento. Eles não quiseram falar com a Gazeta do Povo.

Claudia Maria Gregório

“Cerca de 30 dias antes do primeiro turno da eleição de 2014, o Fanini falou pra mim que seria bom nós termos alguém do Tribunal de Contas “com a gente”, querendo dizer que precisaríamos cooptar algum conselheiro. Eu dei a ideia de procurarmos o conselheiro Durval Amaral (atual presidente do TCE-PR) e oferecer ajuda financeira para a campanha do filho dele, José Tiago Camargo do Amaral (Tiago Amaral), ao cargo de deputado estadual. A Mari conhecia a “Claudinha”, que é assessora na Casa Civil, mas que seria o “braço direito” do conselheiro no governo. Então eu pedi a ela que iniciasse as tratativas. Marcamos de nos encontrar numa rua próxima à Seed, no bairro Água Verde, em Curitiba/PR. Durante a conversa, da qual participamos eu, a Mari e a “Claudinha”, ficou combinado que seria feito um pagamento de R$ 50.000,00 para o “caixa dois” da campanha do Tiago Amaral”.

OUTRO LADO

Claudia Maria Gregório já prestou depoimento. Ela não quis falar com a Gazeta do Povo.

Luiz Eduardo da Veiga SebastianiFelipe Rosa/Gazeta do Povo

Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani

“Eu fui até a Sude e entreguei em mãos do Fanini os pedidos dos seis aditivos. Os aditivos ficaram ali na sala dele por uns 30 dias ainda e quando eu perguntei se não ia dar o encaminhamento ele falou que já tinha o aval “lá de cima”. Alguns dias depois ele me contou que tinha encaminhado direto para o secretário estadual de Fazenda, Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani (Sebastiani), sem precisar seguir o trâmite normal. Passados mais alguns dias ele me chamou de novo e falou que estava complicado, porque o estado estava sem recursos”. 

“Então o Fanini me disse que teriam que fazer “via Assembleia”, com os recursos que são devolvidos ao final do ano pelo Legislativo para o Executivo”.

OUTRO LADO:

Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani já prestou depoimento. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele disse que conhece os fatos da Operação Quadro Negro apenas pela imprensa. Também explicou que a pasta da Fazenda não teve ligação direta com aqueles pagamentos, que eram de responsabilidade da Secretaria da Educação.

Marisa Fernandes Philipovsky

“Não havia previsão orçamentária para que esses aditivos fossem pagos em 2014, então foi necessário fazer umas tratativas com a Seed. O deputado Plauto me apresentou uma assessora dele chamada Marisa (salvo engano), a qual iria fazer uma “triangulação” com a Mari da Seed. A Mari, então, gestionou para que fosse cancelada a previsão orçamentária de outras obras da Seed que não tinham faturado todo o previsto para aquele ano. Assim, foram canceladas previsões orçamentárias no montante de cerca de R$ 6.000.000,00, que era o que seria necessário para custear os aditivos da Valor. A Mari me ligou contando o que teria que ser feito, inclusive mencionou que isso afetaria novas obras que ocorreriam em Ponta Grossa/PR e que seriam licitadas pelo Fanini no ano seguinte”.

“Depois que os valores dos aditivos foram liberados, no dia 23 de dezembro, eu saquei R$ 550.000,00, dos quais entreguei R$ 500.000,00 para o Fanini em caixas de vinho no prédio dele. No dia seguinte, eu paguei ao deputado Plauto Miró a primeira parcela da quantia por ele exigida, no valor de R$ 300.000,00. Esse primeiro pagamento foi feito na Assembleia, na sala da tal Marisa. Ela me recebeu, mas saiu depois que o deputado entrou, então não presenciou a entrega do dinheiro”.

OUTRO LADO:​

Marisa Fernandes Philipovsky já prestou depoimento. Ela não quis falar com a Gazeta do Povo.

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