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Servidores e vereadores tentaram um acordo sobre votação de pacotaço, sem sucesso. | Felippe Aníbal/Gazeta do Povo
Servidores e vereadores tentaram um acordo sobre votação de pacotaço, sem sucesso.| Foto: Felippe Aníbal/Gazeta do Povo

Servidores municipais de Curitiba tentaram invadir a Câmara Municipal na tarde desta segunda-feira (22). No local, vereadores discutiam na Comissão de Legislação, Justiça e Redação o pacote de ajuste fiscal, enviado pelo prefeito Rafael Greca (PMN). A prefeitura alega que as contas municipais estão estranguladas e há a necessidade de aprovar medidas, entre elas a suspensão de reajustes, promoções e progressões ao funcionalismo, para evitar que as finanças entrem no vermelho. Por outro lado, os servidores alegam que o projeto retira dinheiro do fundo de previdência municipal.

Em meio à confusão, os parlamentares decidiram suspender a análise do texto. A retomada da votação nesta terça-feira (23) depende da convocação de uma reunião extraordinária, que está condicionada a um posicionamento da Presidência da Casa e do próprio Poder Executivo. Segundo o presidente da comissão, vereador Doutor Wolmir  (PSC), se a Casa optar pela tramitação normal, a extraordinária deve ser convocada.

O presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB), não quis se comprometer a adiar por pelo menos uma semana a convocação da reunião extraordinária. O único compromisso firmado pelo vereador foi o de tentar intermediar uma audiência dos sindicalistas com o prefeito Rafael Greca (PMN). Sem a garantia de que o projeto não vá ser analisado na terça-feira, os servidores manifestaram intenção de continuar com os protestos. Às 20 horas, eles prometiam permanecer na Câmara por tempo indeterminado.

O ocupação

A ocupação do prédio da Câmara ocorreu pouco depois das 15 horas, minutos depois de a reunião da comissão ter começado. Um grupo de servidores tentou entrar na sala onde o projeto seria discutido, mas foram contidos por seguranças, que fecharam a porta de vidro que dá acesso ao espaço. Os manifestantes permaneceram no corredor, onde promoveram um buzinaço. Do lado de fora, outros servidores estouravam bombas e rojões. Uma das janelas foi quebrada na confusão. Por causa do barulho e alegando “falta de segurança e de urbanidade”, Doutor Wolmir decidiu suspender a reunião.

No protesto, havia integrantes de várias categorias, entre eles guardas municipais e professores. Os gritos eram de “retira ou não sai”, para forçar que as medidas sejam retiradas de pauta na Câmara. Os manifestantes gritavam ainda contra supostos “fantasmas” na administração pública municipal. Além disso, os servidores controlavam o corredor e só deixavam entrar ou sair da sala de reuniões quem eles quisessem.

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Ao tentar entrar no local, o líder do Governo na Casa, Pier Petruziello (PTB), foi hostilizado pelos manifestantes e teve o acesso impedido. O vereador saiu aos gritos de “Pier fantochinho”. A todo o momento, bombas foram estouradas perto do vidro que reveste o corredor. Em outro momento, o presidente do Instituto de Previdência Municipal de Curitiba, José Luiz Rauen foi impedido de sair do prédio. Até as 20 horas, vereadores e manifestantes permaneciam na sala.

Presidente da Câmara negocia com sindicalistas

Versões

Em entrevista, Raquel Soares, diretora do Sismmac (que representa os professores municipais), disse que a ideia é permanecer na Câmara até que as medidas sejam retiradas da pauta. “O que está para ser votado é um projeto que retira R$ 600 milhões da nossa previdência e isso não vamos aceitar”. Ela disse que os servidores têm condições de manter a mobilização indefinidamente.

A diretora também reclama de uma falta de diálogo com a prefeitura sobre as medidas. “Não existe e não existiu diálogo. Nós procuramos o Greca já no período de transição e ele nunca abriu diálogo [conosco]”, reclamou. Segundo ela, os protestos continuarão até que os sindicalistas sejam recebidos pelo prefeito.

Em nota, a prefeitura de Curitiba disse que “defende e pratica o diálogo aberto, transparente e educado sobre todos os assuntos de interesse da população”. “Secretários e técnicos da administração municipal estiveram em diversas ocasiões debatendo e esclarecendo pontos do Plano de Recuperação de Curitiba, tanto na Câmara Municipal quando em reuniões diretas com sindicalistas. E participará de tantas quantas forem necessárias. A Prefeitura lamenta atos de intimidação conta representantes da administração como os ocorridos hoje na casa legislativa do município”, diz o texto.

Na reunião da Comissão de Legislação, Justiça e Redação estava prevista a apresentação, por parte do presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC), dos impactos previstos para a previdência municipal com as alterações propostas pela administração Greca.

  • Servidores se concentram no acesso à sala onde é realizada a reunião que discute o pacote de ajuste fiscal da prefeitura
  • Acampamento em frente à Câmara também traz protesto contra o pacote de Greca
  • Acampamento em frente à Câmara também traz protesto contra o pacote de Greca
  • Acampamento em frente à Câmara também traz protesto contra o pacote de Greca
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