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| Foto: AlexandreMarchetti/Divulgação/Itaipu

Depois da polêmica envolvendo as nomeações do Planalto para a cúpula da Itaipu – a maioria feria a “Lei das Estatais” -, agora o governo federal estaria usando os cargos de segundo escalão da hidrelétrica para garantir o voto de parlamentares do Paraná a favor da reforma previdenciária. Cada diretoria da Itaipu possui uma parcela de postos de livre indicação para preencher.

A conhecida e velha tática do “toma-lá-dá-cá”, nada republicana e bastante usual, não é admitida abertamente por aliados. Mas as exonerações de indicados por partidos políticos já publicadas no Diário Oficial da União logo após a votação da reforma trabalhista, no final de abril, confirmam a adoção da prática. Parlamentares “desobedientes”, mostrou o Planalto nas entrelinhas, não poderão indicar nomes para cargos do governo federal.

Na bancada do Paraná, há atipicidades. Os deputados federais Luciano Ducci e Leopoldo Meyer, ambos do PSB, já se posicionaram contra a reforma previdenciária, no modelo apresentado pelo governo federal, mas possuem o apoio da própria sigla para insistirem na posição. O mesmo ocorre com outro paranaense, Fernando Francischini, do Solidariedade (SD), legenda forjada por Paulinho da Força, ligado a sindicatos de trabalhadores.

Tanto o PSB quanto o SD, mesmo formalmente integrantes da base aliada, têm orientado seus filiados a votarem contra a reforma previdenciária e a ameaça em torno de cargos pode não ter o efeito esperado pelo Planalto.

Um dos responsáveis pela indicação de David Campos para o principal cargo da área de comunicação da Itaipu, Luciano Ducci disse à Gazeta do Povo que lamenta a adoção “de um expediente do tipo”, por parte do governo federal, e que nada mudará seu voto contra uma reforma previdenciária “que prejudica os trabalhadores”.

Outra paranaense que já indicou voto contrário à reforma previdenciária, mesmo filiada ao PR, legenda da bancada de sustentação do presidente Temer, Christiane Yared disse à Gazeta do Povo que não possui indicações na máquina administrativa e que tem o aval do seu próprio partido político para votar “da forma como achar melhor”.

Gilmar Yared, marido de Christiane, chegou a ser nomeado para um cargo na Itaipu. A indicação foi “do PR de Fernando Giacobo”, reforçou Gilmar Yared, à Gazeta do Povo. A exoneração, contudo, ocorreu menos de uma semana depois. Ele alegou ter sofrido com a reação de pessoas “que ameaçaram até minha família”, quando a nomeação veio à tona, e resolveu deixar o cargo.

À Gazeta do Povo, ele afirmou que sua nomeação nunca esteve atrelada ao posicionamento da sua mulher nas votações em plenário e que sua exoneração também “nada tem a ver com isso”. Também reforçou que, mesmo indicado pelo PR, enfrentou um mês de processo seletivo e tinha plena aptidão para atuar na função.

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