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Luiz José de Brito, conhecido como Dr. Brito, foi alvo da ação. | CMFI/ Divulgação
Luiz José de Brito, conhecido como Dr. Brito, foi alvo da ação.| Foto: CMFI/ Divulgação

A oitava fase da Operação Pecúlio, deflagrada pela Polícia Federal e que apura desvios em Foz do Iguaçu, terminou nesta terça-feira (16) com a prisão de um vereador da cidade e de outras cinco pessoas. Também 12 mandados de busca foram cumpridos.

O vereador Luiz José de Brito (PEN), que é médico, foi preso preventivamente em sua residência, por volta das 6 horas desta terça (16). A porta da casa foi arrombada após dificultarem a ação dos policiais durante o cumprimento do mandado. Ele é acusado de fraudar licitações em serviços de radiologia contratados pelo Hospital Municipal de Foz.

“Este procedimento desencadeado hoje teve início em abril do ano passado quando colaboradores do MPF no âmbito da ‘Operação Pecúlio’ nos procuraram para informar que tinham sido acionados por um vereador da cidade para que participassem de um grupo criminoso que pretendia realizar fraudes no setor de radiologia de Foz do Iguaçu e demais regiões”, explicou o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Alexandre Porciúncula.

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Segundo o MPF, a proposta criminosa apresentada pelo vereador era de que 10% do valor arrecado pelas empresas de um dos colaboradores fosse repassado ao grupo criminoso. Além disso, o parlamentar propôs que fosse promovida a recomposição dos equipamentos de sua clínica particular, de acordo com a investigação. Os valores desviados, em tese, ainda não foram contabilizados.

“A partir destes dados apresentados pelos colaboradores demos início ao que chamamos no processo penal de uma ação controlada. Comunicamos ao poder Judiciário e, com a ajuda dos colaboradores, passamos a realizar o acompanhamento do grupo criminoso. Gravamos praticamente ao longo deste período todas as conversas realizadas entre os colaboradores e os integrantes do grupo criminoso”, completou Alexandre Porciúncula.

O procurador da República destacou que, com a ação controlada, foi possível delimitar pontualmente as ações criminosas praticadas. “Ficando muito claro que o grupo atuou preponderantemente dentro do Hospital Municipal. Lá foi realizada não somente uma frustração de uma licitação que estava em curso como também a atuação para que um contrato emergencial fosse firmado de maneira totalmente irregular e outro pregão eletrônico também fraudado. Sempre em benefício das empresas do vereador médico”, destacou o MPF.

A reportagem apurou que, entre os colaboradores que contribuíram para a deflagração da oitava fase da Pecúlio, estão condenados em fases anteriores das investigações iniciadas em abril de 2016.

A defesa do vereador Dr. Brito informou que aguarda decisão da Justiça para que o sigilo do processo seja retirado e que o interrogatório seja realizado nesta tarde.

Carreira política

Dr. Brito é pré-candidato a deputado estadual e principal articulador da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República no Oeste do Paraná.

Além dele, foram presos preventivamente um diretor do setor de Radiologia do Hospital Municipal, o assessor de comunicação do vereador, duas funcionárias das empresas do parlamentar e uma servidora da Fundação Municipal de Saúde.

“Renitência”

A oitava fase da Operação Pecúlio foi denominada pela Polícia Federal como “Renitência”, por conta da insistência do modus operandi de grupos criminosos em promover o desvio de recursos públicos na cidade.

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