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Ópera de Arame vai ser palco das sessões da Câmara para votação do pacotaço. | André Rodrigues
Gazeta do Povo
Ópera de Arame vai ser palco das sessões da Câmara para votação do pacotaço.| Foto: André Rodrigues Gazeta do Povo

Cerca de 100 pessoas, indicadas pelos sindicatos, devem assistir à votação do pacote de ajuste fiscal, proposto pelo prefeito Rafael Greca, dos camarotes da Ópera de Arame. O teatro vai servir como palco das duas sessões da Câmara que vão deliberar sobre o "pacotaço", na próxima semana. A mudança do local foi aprovada pelos vereadores em decisão extraordinária, realizada na noite desta sexta-feira (23), e acata sugestão feita pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp).

O restante dos manifestantes vai ficar do lado de fora, na Pedreira Paulo Leminski, que fica ao lado da Ópera de Arame. A Câmara estuda instalar um telão no local para transmitir as sessões, que ocorrem na próxima segunda (26) e terça-feira (27). 

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Os servidores da Câmara vão passar o fim de semana acertando detalhes técnicos da transferência. Além da estrutura para os vereadores e o corpo técnico da casa trabalharem, vai ser necessário um esquema de som e de ponto de internet, para viabilizar a transmissão da sessão, feita via YouTube. 

A Sesp também trabalha, em conjunto com as autoridades de segurança, para acertar detalhes da operação. A secretaria ainda não definiu como será feito o esquema de contenção e se haverá bloqueio de ruas na região. 

O presidente da Câmara, vereador Serginho do Posto (PSDB), garante que há espaço para a colocação de carros de som dos sindicatos no espaço da pedreira. A definição dos nomes de quem vai ocupar os camarotes deve ser feita em conjunto com os sindicatos. Apenas quem portar as credenciais vai poder entrar no espaço. O mesmo vale para a imprensa. 

Decisão polêmica 

A mudança de local foi votada às pressas, na noite desta sexta-feira (23), apenas três dias antes da data marcada para a votação. O presidente da casa (que é responsável por convocar as sessões) explicou que a urgência se fez necessária por questões de segurança. 

Antes disso, Serginho e uma comitiva de vereadores, que incluiu o oposicionista Goura (PDT), se reuniram com autoridades de segurança pública. O Corpo de Bombeiros teria confirmado que só há espaço para 28 pessoas nas galerias da Câmara. A Secretaria de Segurança garantiu policiamento para o Palácio Rio Branco, mas atestou que seria muito perigoso manter a sessão ali, por risco de novos confrontos. 

A mudança sofreu duras críticas da oposição. Goura explicou à Gazeta que não é só pelo simbolismo de fazer a votação na própria Câmara. Segundo ele, a mudança representa a "intransigência" com que prefeito e sua base estariam tocando o processo: 

Está havendo uma espetacularização nesse processo todo, e acho que a mudança de local só torna ainda mais caricata (...) aumenta o sentimento de revolta. A situação ideal seria a prefeitura dar uma mostra de boa vontade, que ela está cedendo também, a retirada dos quatro projetos, ou pelo menos do regime de urgência. 

Os governistas, por sua vez, argumentaram que a decisão é meramente voltada à manutenção da segurança, tanto dos vereadores e servidores da casa, quanto dos manifestantes. Tico Kuzma (PROS), favorável à mudança, questiona a postura oposicionista. 

Mesmo que eles tenham uma menor participação, eles dizem que são contrários a fazer na câmara. Não entendo isso. Talvez eles acham que ali é mais vulnerável.

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