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Refugiados venezuelanos embarcam no aeroporto de Boa Vista (RR) com destino a outras capitais brasileiras. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Refugiados venezuelanos embarcam no aeroporto de Boa Vista (RR) com destino a outras capitais brasileiras.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A expectativa pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), determinada pelo juiz da Lava Jato Sergio Moro, paralisou o país nesta sexta-feira (6). O noticiário ficou dominado pelas imagens de militantes em vigília do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo, onde o petista está refugiado desde que Moro emitiu a ordem de prisão contra ele pela condenação no processo do tríplex no Guarujá. A movimentação na Polícia Federal, em Curitiba, também foi acompanhada com atenção.

O ex-presidente não respeitou o prazo para se entregar – 17 horas desta sexta – e a tendência é que seja preso no fim de semana. Para manter o nosso leitor bem informado, a Gazeta do Povo reuniu dez notícias que provavelmente você ainda não viu por causa da cobertura do pedido de prisão de Lula. Acompanhe:

1) Venezuelanos refugiados chegam a SP e Cuiabá

As cidades de São Paulo e Cuiabá (MT) receberam os primeiros venezuelanos transferidos de campos de refugiados de Boa Vista (RR). A Missão Paz, ONG católica na Liberdade, que cuida de imigrantes e refugiados, acolheu 36 pessoas de oito famílias na capital paulista. Entre os refugiados estão duas crianças, uma de três meses e outra de duas semanas, nascidas no campo de refugiados. O ônibus do Exército trazendo os venezuelanos chegou à tarde, vindo do aeroporto de Guarulhos.

Segundo Filipe Sabará, secretário municipal de Assistência Social, a prefeitura receberá um total de 300 refugiados venezuelanos, em razão de acordo com a Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Outros 66 venezuelanos, entre eles 16 crianças (sendo dois bebês de colo), desembarcaram no Aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá.

A Força Tarefa Humanitária calcula que 52 mil venezuelanos entraram no Brasil até o início de março devido à crise humanitária na Venezuela. O governo brasileiro planeja transferir até 18 mil refugiados venezuelanos de Roraima para outros estados ainda este ano, no processo chamado de interiorização.

2) Doria se despede da prefeitura de São Paulo

A última reunião de João Doria (PSDB) como prefeito de São Paulo foi a portas fechadas, sem público ou jornalistas, evitando assim o desgaste por renunciar ao cargo mil dias antes do fim do mandato. Mas, no espaço reservado, o agora ex-prefeito teve performance ao seu estilo habitual, com citações a Mahatma Gandhi, vídeo com vitória de Ayrton Senna, choro, medalhas e antipetismo. Ao fim, passou o bastão para o vice, Bruno Covas (PSDB). Após 15 meses de gestão, Doria deixa o cargo para concorrer ao governo do estado.

Em rápida entrevista, Doria apresentou um vídeo de 12 minutos sobre seus feitos no qual tenta justificar a decisão de abandonar o cargo. O tucano também criticou a imprensa. O vídeo faz um balanço da gestão. “Entendo e respeito o sentimento de quem desaprova minha saída da prefeitura. Confesso: foi uma decisão muito difícil. Mas tenho que dizer aqui: é fundamental que o governo e a prefeitura estejam alinhados”, diz, no vídeo.

3) Maluf é internado em São Paulo para realização de exames

O deputado federal afastado Paulo Maluf (PP-SP) foi hospitalizado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de exames médicos. Ele está em prisão domiciliar na capital paulista há uma semana. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que o político, preso em 2017 na penitenciária da Papuda, em Brasília, cumprisse sua pena em sua casa em razão do agravamento de suas condições de saúde. Maluf, 86 anos, passa por um tratamento de um câncer de próstata. Segundo seu médico particular, Sérgio Nahas, o deputado sofre de bronco pneumonia aspirativa e de atrofia dos membros inferiores, que dificulta os seus movimentos.

Em maio de 2017, Maluf foi condenado pela primeira turma do STF a sete anos, nove meses e dez dias de prisão em regime fechado por crimes de lavagem de dinheiro. Também foi condenado à perda do mandato -estava direto na Câmara desde 2007 e teve outras duas incursões como deputado, além de ter sido prefeito de São Paulo e governador do estado. De acordo com a denúncia, enquanto era prefeito de São Paulo (1993 a 1996), Maluf ocultou e dissimulou dinheiro desviado da construção da avenida Água Espraiada (atualmente chamada de avenida Roberto Marinho).

4) Meirelles deixa o Ministério da Fazenda para se candidatar

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi exonerado do cargo, conforme decreto presidencial publicado em edição extra do Diário Oficial da União. A exoneração ocorre a pedido de Meirelles, que vai “contemplar” a possibilidade de ser candidato nas eleições deste ano. Ele enfatizou que só se candidatará à Presidência da República e não a outro cargo. O secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia, foi o escolhido para substituí-lo, segundo o ministro informou na entrevista.

A edição extra do Diário Oficial traz também a exoneração de Helder Barbalho do cargo de ministro da Integração Nacional, que também deverá disputar as eleições deste ano. O presidente Michel Temer já tinha formalizado a exoneração de sete ministros: do Planejamento, Dyogo Oliveira; da Educação, Mendonça Filho; de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; de Desenvolvimento Social, Osmar Terra; do Esporte, Leonardo Picciani; do Meio Ambiente, José Sarney Filho; e do Turismo, Marx Beltrão. Os novos titulares das pastas ainda não foram nomeados pelo governo.

5) PF prende Paulo Preto, o homem-bomba do PSDB

O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso pela Polícia Federal, que cumpriu ordem da 5ª Vara Federal de São Paulo atendendo pedido da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo. O Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de Souza, além de um mandado de busca e apreensão em sua residência, por formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.

Em março, a Lava Jato denunciou o ex-diretor por desvio de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011. O recurso era destinado ao realojamento de famílias desalojadas pela Dersa para a construção do Rodoanel, obra realizada na gestão do tucano José Serra (2007-2010). Durante as investigações da Lava Jato, de que Souza seria operador de Serra (PSDB-SP) em desvios de recursos da obra viária, o ex-diretor foi citado por sete delatores (da Odebrecht, Andrade Gutierrez e pelo operador Adir Assad), e apareceu em depoimentos de outros três executivos da OAS e da Queiroz Galvão que negociam acordo com procuradores.

6) Dilma muda domicílio eleitoral para Minas e pode se candidatar

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) para transferir seu título do Rio Grande do Sul para o estado e utilizou a saúde da sua mãe, que mora em Belo Horizonte, para justificar a mudança. Dilma, porém, admitiu a possibilidade de disputar as eleições. Mais cedo, o líder do governador Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), disse que a ex-presidente será candidata ao Senado.

“Estou transferindo o título porque tenho parte da minha família aqui. A minha mãe tem 94 anos. Eu tenho vindo muito aqui. Achei que seria bom estar com meu título eleitoral aqui”, afirmou a ex-presidente, ao chegar ao TRE, acompanhada de Pimentel.

“Mas vocês podem ter certeza, campanha, eu vou fazer. Pro Senado ou não. Porque acho que o Brasil precisa de uma transformação. Acho que o Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo. Acho que o Brasil precisa de um processo de pacificação que só é possível se tivermos eleições diretas. Eu participarei em qualquer condição”, acrescentou.

7) Eduardo Paes confirma ida para o DEM

Ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou sua filiação ao DEM. Paes também flertava com o PP e conversava com os presidentes nacional e estadual do partido, respectivamente Ciro Nogueira e Francisco Dornelles, vice-governador do Rio. Paes chegou a negociar sua filiação ao PSDB, mas as conversas não foram para frente por resistência de alguns políticos à entrada do ex-prefeito na legenda. Em fevereiro, Paes anunciou que sairia do MDB.

A decisão foi vista como uma tentativa de se desvincular do partido, após operações da Lava Jato que levaram à prisão o ex-governador Sérgio Cabral Filho, que era padrinho do ex-prefeito na agremiação, e desgastaram o partido do Rio. Paes, no entanto, está inelegível. O TRE julgou que houve abuso de poder político-econômico de Paes para favorecer a campanha do deputado federal Pedro Paulo (MDB) para a prefeitura do Rio em 2016. O ex-prefeito nega e recorre da inelegibilidade.

8) ACM Neto desiste de disputar governo da Bahia

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), desistiu de disputar o governo da Bahia nas próximas eleições. Ele decidiu que não vai deixar a prefeitura nesta sexta-feira (6), data limite para que aqueles que estão no Executivo e pretendem tentar nas urnas um outro cargo se desincompatibilizem. A desistência de Neto é um fator negativo para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que perde um palanque importante para sua tentativa de se viabilizar candidato à Presidência da República. “Vamos ter candidato na Bahia”, disse Maia à reportagem. O plano B do DEM é, ao menos por enquanto, José Ronaldo, prefeito de Feira de Santana.

Neto vinha dando sinais de que poderia não deixar a Prefeitura de Salvador. Sua gestão à frente da capital baiana tem mais de 70% de aprovação. Ele temia não se eleger para o Executivo Estadual na disputa com o atual governador, Rui Costa (PT), que, além da máquina, tem 65% de aprovação. Procurado, Neto não se manifestou.

9) ONS diz que falha humana provocou apagão de março

A divulgação de relatório preliminar sobre as causas do apagão que deixou 70 milhões de pessoas sem luz em 21 de março opôs o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) à Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), empresa que opera as instalações nas quais o problema foi iniciado. Para o operador, o blecaute foi provocado por falha humana na programação de um disjuntor da subestação Xingu, parte do sistema de escoamento da energia da usina de Belo Monte, no Pará. A BMTE, controlada pela chinesa State Grid e pela Eletrobras, diz que o problema foi causado pela “condição provisória” do sistema, que operava com “risco de desligamento por falha simples”.

O apagão deixou 14 estados do Norte e do Nordeste sem luz e teve reflexos em outras regiões, com cortes isolados para reequilibrar a frequência da rede de transmissão. O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que o sistema de proteção do disjuntor estava programado de forma equivocada para operar com corrente máxima de 4.000 amperes, enquanto sua capacidade chega a 5.000 amperes. A programação teria sido feita pela equipe técnica da BMTE e não informada ao operador do sistema.

Quando a corrente superou o teto programado, o disjuntor caiu, derrubando a ligação entre Belo Monte e o resto do país. “A proteção enxergou como se houvesse uma sobrecarga, mas não era sobrecarga”, disse Barata. O Norte caiu porque a rede ficou com mais energia do que consegue consumir. Já o Nordeste ficou com menos energia do que a demanda naquele momento, já que importava do Norte volume equivalente a 23% de seu consumo.

10) Auditores fiscais informam à Receita que vão paralisar a partir de domingo

Auditores fiscais da Receita Federal entregaram ao secretário do órgão, Jorge Rachid, manifesto no qual comunicam que farão uma paralisação total a partir de domingo (8) até a regulamentação do bônus de eficiência e da progressão funcional, que está sob análise da Casa Civil, segundo o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil).

No manifesto, os funcionários informam ao órgão que às segundas e sextas-feiras, nos chamados dias sem computador, quando não há acesso aos sistemas de dados da Receita Federal, “nenhuma outra atividade se dará, mesmo que não dependam do acesso ao computador”.

A decisão de paralisar foi tomada pelo Conselho de Delegados Sindicais do Sindifisco Nacional, corroborado por assembleia nacional da categoria, devido à insatisfação com a demora da publicação dos decretos de regulamentação tanto do bônus de eficiência e quanto da progressão funcional, segundo o manifesto. Procurada, a Receita Federal diz que não se manifesta sobre greve.

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