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Vereadora era defensora dos direitos humanos e denunciava violência policial | Renan Olaz/CMRJ
Vereadora era defensora dos direitos humanos e denunciava violência policial| Foto: Renan Olaz/CMRJ

Após a morte de Marielle Franco, assassinada na última quarta-feira (14) quando voltava para casa, no Rio de Janeiro, as redes sociais têm sido ambiente para a disseminação de notícias falsas a respeito da vereadora do PSOL. As fake news criadas em torno do caso, que também teve como vítima o motorista Anderson Gomes, fizeram até com que fosse criada uma seção no site da vereadora para esclarecer os boatos.

Em um dos casos que mais chamou a atenção, a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acusou a vereadora de estar “engajada com bandidos” e de ter sido eleita pela facção criminosa Comando Vermelho. Por causa das declarações, o PSOL entrou com uma representação no Conselho Nacional de Justiça contra a magistrada. Nesta segunda-feira (19), Marília publicou uma espécie de “mea culpa”, em postagem no Facebook, afirmando que suas declarações foram “precipitadas”.

Além da magistrada, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) também compartilharam, em suas páginas nas redes sociais, informações falsas a respeito de Marielle. Em entrevista ao programa Fantástico, no domingo (18), o parlamentar reconheceu que compartilhou fake news sobre a vereadora sem checar veracidade das informações.

Confira quais são os boatos que circulam na internet a respeito de Marielle e conheça as informações verdadeiras sobre ela:

1) A vereadora foi casada com o traficante Marcinho VP

Marielle nunca foi casada nem com Márcio Amaro de Oliveira, do Morro Santa Marta, nem com Márcio dos Santos Nepomuceno, do Complexo do Alemão, ambos apelidados de Marcinho VP. A vereadora teve uma filha aos 19 anos, chamada Luyara, fruto de um relacionamento com Glauco dos Santos. Marielle estava de casamento marcado com a companheira Monica Tereza Benício.

2) Marielle foi eleita pela facção criminosa Comando Vermelho

A vereadora foi a quinta mais votada do Rio na eleição de 2016, com 46,5 mil votos distribuídos por vários bairros da cidade. A maioria deles, 81%, vieram das zonas Norte e Sul da capital carioca. A região de seu reduto político, a favela da Maré, lhe rendeu apenas 7% dos votos que a elegeram.

3) Ela defendia bandidos

Marielle começou sua militância política quando perdeu uma amiga vítima de uma bala perdida, em um confronto entre policiais e traficantes. Defensora dos direitos humanos, a vereadora denunciava abusos cometidos pela polícia nas favelas cariocas e também defendia as famílias de policiais mortos. Pouco antes de ser assassinada, Marielle fez um post no Twitter em que tratava da morte de um jovem na favela de Acari. Outras bandeiras da vereadora eram os direitos das mulheres, negros e transexuais.

4) A vereadora era usuária de drogas

Ela era crítica da política de “guerra às drogas” – que acreditava ser fonte de violência, desigualdade e corrupção – e da intervenção federal em curso na segurança do Rio de Janeiro, mas nunca fez parte de nenhuma organização criminosa nem era dependente química. Marielle defendia uma nova política para drogas, que não envolvesse o confronto armado.

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