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Com cartazes e apitaço, os servidores ocuparam a área externa do edifício que abriga o ministério. | Divulgação/Unacon Sindical
Com cartazes e apitaço, os servidores ocuparam a área externa do edifício que abriga o ministério.| Foto: Divulgação/Unacon Sindical

Cerca de 300 servidores do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) promoveram um ato contra a nomeação de Osmar Serraglio, cotado para assumir o órgão após ser demitido da pasta da Justiça pelo presidente Michel Temer. Torquato Jardim, que estava à frente da Transparência, será o novo ministro da Justiça. A possibilidade de Serraglio, citado na Operação Carne Fraca, ocupar a vaga deixada por Jardim levou a categoria a fazer um abraço simbólico no prédio do ministério na manhã desta segunda-feira (29) e colocar carros de som no local.

VÍDEO: Assista entrevista com Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical

Fábio Félix, auditor do Ministério da Transparência e um dos mobilizadores do protesto, afirmou que a pasta não pode ser usada para abrigar aliado político. Ele destacou que, se houver confirmação do governo e do próprio Serraglio sobre a nomeação, os servidores intensificarão os atos. Uma assembleia está marcada para esta terça-feira (30) para avaliar quais os próximos passos a serem tomados.

“Até hoje nunca tivemos um político ocupando a CGU (antigo nome do ministério), que é um órgão estritamente técnico. Além disso, o Osmar Serraglio foi citado na Operação Carne Fraca, que também tem a participação da CGU. Ou seja, vemos aí um conflito de interesses flagrante”, afirmou Félix.

Com cartazes em que se lê “Aqui a carne é forte” e “Fora Serraglio”, os servidores ocuparam a área externa do edifício, por volta das 11h30. O ato lembrou os protestos feitos há cerca de um ano em circunstâncias parecidas. Naquela ocasião, o alvo era Fabiano Silveira, então ministro que fora flagrado em grampos com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Desta vez, pesa contra Serraglio o fato de ter sido citado em escutas telefônicas com o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves, a quem ele chama de “grande chefe”. A PF, no entanto, afirmou não haver elementos contra Serraglio.

Novos protestos poderão ser deflagrados nesta terça, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical). A entidade informou que enviou um ofício à Casa Civil pedindo que o governo reavalie a decisão e avisando que não aceitará a nomeação. Para a categoria, a nomeação de Serraglio coloca o ministério no jogo político, ameaçando a característica técnica e imparcial que deve pautar um órgão de controle como a Transparência.

Nota do ministro

Em nota, o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio se defende das acusações feitas pelos servidores da CGU:

“1. O ministro Osmar Serraglio nunca defendeu anistia a ninguém. É fácil conferir que se trata de inverdade repetida injustamente.

2. No episódio da Carne Fraca, tanto o juiz como o procurador reconheceram não haver ilícito. Tudo o que houve foi um telefonema do deputado pedindo informações sobre o procedimento para fechar um frigorífico, o que desempregaria mais de 500 funcionários.

3. Quanto à preocupação dos funcionários da CGU, o ministro lembra que foi relator da CPMI dos Correios que investigou o mensalão.

Assista entrevista com Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical:

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