• Carregando...
O ex-governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), foi preso na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama. | Antônio More /
Gazeta do Povo
O ex-governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), foi preso na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Com a atuação da Polícia Federal mais independente e autônoma nos últimos anos, o Brasil passou a se acostumar a ver ex-governadores atrás das grades, acusados de crimes de corrupção e irregularidades em obras públicas. Nesta sexta-feira (17), por exemplo, completou um ano da prisão do ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB), acumulando três condenações e diversos processos até agora na Lava Jato. Mas ele não foi o primeiro – nem o único – que virou alvo de investigações de corrupção. Veja outros casos:

Agnelo Queiroz (PT) e seu vice, Tadeu Filippelli (PMDB)

O ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), foi preso em maio deste ano, na Operação Panatenaico, junto com o também ex-governador José Roberto Arruda. O vice dele, Tadeu Filippelli (PMDB), também foi alvo de mandado de prisão temporária – válida por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. A PF suspeita que a reforma do Estádio Mané Garrincha foi superfaturada em R$ 900 milhões. Arruda é apontado pela PF como quem bolou a fraude à licitação. Já Queiroz teria atuado “retirando obstáculos” às obras, segundo a Justiça, e Filippelli é suspeito de receber propina para o PMDB.

André Puccinelli (PMDB)

O ex-governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), foi preso nesta semana pela PF na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama. O filho dele, André Puccinelli Júnior, também foi detido. Em menos de 24 horas, porém, o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3) revogou as duas prisões. Segundo a PF, a investigação mira um grupo suspeito de desviar R$ 235 milhões em recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos.

Anthony Garotinho (PMDB)

O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PMDB), foi preso em novembro do ano passado na Operação Chequinho, que apurava o uso do programa social Cheque Cidadão para compra de votos na cidade em 2016. Logo após a prisão, o ex-governador protagonizou um escândalo ao ser transferido do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. Garotinho acabou tendo a prisão revogada pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas retornou à prisão em setembro, depois de ser condenado a 9 anos e 11 meses de prisão. O ex-governador foi detido enquanto apresentava um programa ao vivo na Rádio Tupi. Atualmente, cumpre prisão domiciliar.

Fernando Freire (sem partido)

O ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, foi preso em julho de 2015. De lá para cá, acumula condenações que somam quase 20 anos de prisão. Ele foi condenado a seis anos de prisão por envolvimento no esquema fraudulento que ficou conhecido como ‘Máfia dos Gafanhotos’, e teve uma nova condenação, de 13 anos e 7 meses, pelo crime de peculato.

José Roberto Arruda (sem partido)

Também ex-governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido) foi o primeiro governador e ser preso no Brasil durante exercício do mandato por decisão judicial. Ele foi detido em 2010 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entendeu que ele estaria prejudicando as investigações sobre o mensalão do DEM ao tentar corromper testemunhas e ao obstruir diligências judiciais no processo que investiga o suposto esquema de corrupção no governo do DF, desmantelado pela Ope­­­ração Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF).

Sandoval Cardoso (SD) e Siqueira Campos (sem partido)

Sandoval Cardoso (SD) é ex-governador de Tocantins e foi preso em outubro do ano passado, na operação Ápia, da Polícia Federal. As investigações apontaram fraudes em licitações públicas e execução de contratos administrativos para terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias estaduais. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões. Os serviços de terraplanagem foram contratados para serem realizados em 29 rodovias estaduais e os de pavimentação asfáltica, nos 139 municípios do Tocantins. Cardoso foi solto após pagar fiança. Na mesma operação que prendeu Cardoso, outro ex-governador do estado, Siqueira Campos (sem partido), também foi alvo da PF. Ele foi conduzido coercitivamente, quando alguém é obrigado a prestar depoimento.

Sergio Cabral (PMDB)

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) está preso desde novembro de 2016 e já acumula três condenações na Lava Jato, somando 72 anos de prisão. Ele é acusado de cobrar propina de empreiteiras que fechavam contratos com o estado do Rio de Janeiro. Entre as obras fraudadas com a participação do governador estão a reforma do Maracanã, o PAC das Favelas, o Arco Metropolitano, entre outras. Além dos três processos que já chegaram ao fim, Cabral é réu em uma série de ações penais no Rio de Janeiro, também resultado da Lava Jato.

Silval Barbosa (PMDB)

O ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), foi preso pela Polícia Civil em 2015 na Operação Sodoma – e desde então teve cinco mandatos de prisão decretados, o último em fevereiro desse ano. A operação investigava a existência de uma suposta organização criminosa que cobrava propina de empresários para manter contratos vigentes com o estado, durante a gestão dele. Em abril deste ano, Barbosa afirmou, em carta aberta, que iria confessar os crimes que cometeu durante sua gestão. Em junho, ele deixou o Centro de Custódia de Cuiabá para cumprir prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Barbosa também havia sido preso em 2014, por estar em propriedade de uma arma com registro vencido. Ele foi solto após o pagamento de fiança.

Ronaldo Cunha Lima

Em 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, foi preso em flagrante pela Polícia Federal, depois de ter dado dois tiros à queima-roupa no ex-governador Tarcísio de Miranda Burity, após uma discussão. Burity, já falecido, não morreu em virtude dos disparos. Foi o primeiro governador preso no exercício do mandato. Nesse caso, não houve decisão judicial, ele foi preso em flagrante.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]