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 | Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA
| Foto: Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA

Curitiba viveu um dia atípico na quarta-feira (10) por causa do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro. A presença do petista na cidade provocou uma série de situações inusitadas. Confira algumas curiosidades do dia do ex-presidente na cidade:

O drible de Lula

Lula deu um “drible” em toda a imprensa que o esperava em Curitiba. Para começar, a chegada do ex-presidente à cidade foi cercada de mistério: afinal, ele iria desembarcar no Aeroporto Afonso Pena na noite de terça ou na manhã de quarta? Ou ele iria viajar de carro de São Paulo para Curitiba? Acabou chegando no dia da audiência. Depois de chegar a Curitiba, novo drible na imprensa. A informação é de que ele iria para o Hotel Pestana, na região central, se encontrar com aliados antes do depoimento. Muita gente seguiu para a frente do hotel. Mas Lula tomou o rumo de um escritório de advocacia no bairro do Bacacheri.

Sem gravata?

Sempre tem alguém para queimar a língua. Num dos discursos do ato pró-Lula, um dos apoiadores do ex-presidente quis destacar que o petista é “gente do povo”. “Nosso herói não usa gravata. Nosso herói não é esse que está julgando nosso presidente”, disse no palco montado na Praça Santos Andrade. Detalhe: Lula chegou a Curitiba usando terno. E gravata.

Ao vivo “fake”

Uma transmissão ao vivo “fake” do interrogatório de Lula, colocada numa página do Facebook logo que a audiência na Justiça Federal começou, enganou muitos internautas. Foram pelo menos 222 mil visualizações e 4,4 mil compartilhamentos até o vídeo ser tirado do ar. Tratava-se, na verdade, de um depoimento de Lula realizado em 14 de março, numa das ações da Lava Jato contra ele que corre na Justiça Federal de Brasília. A transmissão, tratada naquela página como “ao vivo”, ganhou ares de verdadeira porque, por coincidência, Lula estava nesta quarta com a mesma gravata que usou na audiência de março.

Pixuleco “manco”

Além de Lula, Curitiba recebeu a visita do Pixuleco – o boneco inflável gigante do ex-presidente com roupa de presidiário que “participa” da manifestações contra o PT em todo o país. O boneco foi levado para o ato organizado pelos críticos de Lula, realizado nas imediações do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico. Mas o Pixuleco, desta vez, estava “manco”. “O pé dele está meio vazio”, justificou a representante do Movimento Brasil Livre, Edilene Oliveira. Por causa disso, o Lula gigante “emagreceu”. Vazio, ele pesa cerca de 50 quilos. Inflado, entre 300 e 500 quilos. Por causa do problema no pé, o Pixuleco estaria menos pesado.

Powerpoint petista

Organizadores do ato-pró Lula ironizaram o powerpoint usado pela força-tarefa da Lava Jato para denunciar Lula como chefe do petrolão, no ano passado. Levaram para a Praça Santos Andrade, local de concentração dos apoiadores do petista, a sua própria versão do powerpoint. “Lula está sendo acusado de criar 20 milhões de empregos. Ele está sendo acusado do Fome Zero. Ele está sendo acusado do Bolsa Família. Lula está sendo acusado do maior crescimento da história brasileira. Lula está sendo acusado da retirada de 50 milhões de pessoas da miséria. Essa é uma acusação muito grave”, disse uma organizadora da manifestação. “Nós aprendemos a função didática do powerpoint.”

Terra de coxinha?

O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) quis elogiar os curitibanos, mas não foi muito bem isso que acabou fazendo. “Todo mundo diz que Curitiba é terra de coxinha, mas foi aqui que os professores levantaram a voz contra o governo de Beto Richa”, disse em discurso na Praça Santos Andrade.

Mau negócio

O depoimento de Lula foi ruim para os negócios. Dos comerciantes do entorno do prédio da Justiça Federal de Curitiba, no bairro Ahú. E também dos ambulantes que quiseram faturar com os manifestantes contrários a Lula, que se concentraram no Centro Cívico. Os primeiros tiveram de fechar as portas porque não teriam clientes – ninguém podia entrar na área controlada pela polícia. Já os ambulantes que foram ao Centro Cívico reclamaram que as vendas foram fracas, já que poucas dezenas de pessoas estiveram no local. “O homem [Sergio Moro] mandou não vir [para manifestações], né? E a gente já vendeu bastante em outras manifestações e quem vem são mais ou menos as mesmas pessoas”, conta o Wanderley Santos.

Sucesso na imprensa

Se o depoimento de Lula foi um fracasso para os comerciantes, o mesmo não pode ser dito para a imprensa. De acordo com informações da Polícia Militar do Paraná, 550 profissionais de imprensa (jornalistas e técnicos) foram cadastrados para acessar os arredores da Justiça Federal. E pelo menos 20 profissionais de Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, França, Alemanha e China se cadastraram para acompanhar o interrogatório do ex-presidente. “É o maior evento do mês no Brasil”, disse Tie Nan, correspondente da TV estatal chinesa. Ela trabalha em São Paulo e esteve em Curitiba apenas para cobrir o 10 de maio.

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