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| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Integrante da base aliada do presidente Michel Temer, o PRB negocia apoio à candidatura do senador Alvaro Dias (Podemos-PR) à Presidência. Para atrair a aliança, o partido de Alvaro ofereceu ao PRB o direito de indicar o candidato a vice na chapa.

A coligação, se confirmada, trará mais tempo de TV para o presidenciável, que, embora em um partido menor, tem apresentado melhor desempenho nas pesquisas de intenção de voto do que outros nomes cotados para a disputa, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD). No melhor dos cenários, Dias aparece em 5.º lugar, com 5% das intenções de voto, segundo o mais recente levantamento do Datafolha *, divulgado em 31 de janeiro.

A aliança também aproximará Dias dos evangélicos, segmento que representa 22,2% da população brasileira, segundo o censo do IBGE de 2010. O PRB é próximo da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem o quarto maior número de fiéis no Brasil, com 1,8 milhão de membros. Integrantes da cúpula da igreja comandam o partido - o presidente da sigla, o ex-ministro Marcos Pereira, por exemplo, é bispo licenciado. Além disso, a Universal é dona da TV Record e de várias afiliadas da emissora nos Estados.

A aliança, no entanto, pode levar o PRB a perder o comando do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que ocupa desde o início do governo Temer. Isso porque, como mostrou o Estadão/Broadcast, o presidente definiu que os partidos só poderão indicar substitutos de ministros que sairão em março para disputar as eleições caso apoiem o projeto eleitoral do Palácio do Planalto. Por Dias atuar como oposição, um apoio à candidatura dele nunca foi considerado por Temer.

Negociação é travada por caciques das siglas

A negociação para o PRB apoiar o senador está sendo feita por Pereira com a presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP). Com aval de Pereira, o marqueteiro Ricardo Bergamo, que trabalha para o PRB, já atua na pré-campanha de Dias.

O próprio presidenciável também já se reuniu com o presidente do PRB para tratar do assunto e está entusiasmado com a possível aliança. De acordo com integrantes da cúpula do Podemos, na última conversa que os dois tiveram, ficou definido que Pereira iria consultar lideranças da legenda antes de tomar uma decisão final. O senador e o dirigente marcaram de se reunir nas próximas semanas e acertaram fazer um anúncio conjunto da aliança, caso ela seja firmada.

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“Estamos ainda conversando, mas não há ainda uma definição da coligação, até em respeito ao PRB temos que agir com a necessária prudência, porque, se eventualmente essa coligação for definida, faremos um anúncio conjunto”, afirmou Dias ao Estadão/Broadcast. O senador paranaense disse, porém, que ainda não há negociação sobre a vaga de candidato a vice-presidente, embora integrantes da direção do Podemos confirmem a oferta ao PRB.

Acordo envolve tentativa de engordar tempo de TV

Além de pontuar mais do que adversários de partidos maiores nas pesquisas, dirigentes da sigla citam o índice de rejeição de Dias para apontar potencial de crescimento da candidatura. Segundo o Datafolha, ele é rejeitado por 13% dos entrevistados, a mais baixa entre os atuais pré-candidatos. Nesse cenário, o Podemos avalia que seu presidenciável precisa de mais tempo de TV para se tornar conhecido e se tornar mais competitivo na disputa. Sozinho, o Podemos tem 12 segundos na propaganda, enquanto o PRB traz cerca de 27 segundos.

*Metodologia da pesquisa

A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, após, portanto, o julgamento no TRF-4, que ocorreu no dia 24. O Datafolha ouviu 2.826 eleitores em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. E tem um nível de confiança de 95%, o que significa que, se for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem e erro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/2018. O levantamento foi encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo.

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