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| Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg

Fora do país para um giro pela Ásia, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) usou o Twitter para responder à crítica feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na terça-feira (27), que afirmou que o presidenciável “não tem pensamento liberal, não sei se até tem pensamento”.

Na rede social, o deputado afirmou que o fato de FHC se posicionar a favor da descriminalização das drogas teria provocado o deslocamento do cérebro do ex-presidente ou talvez o destruído. “FHC é tão obstinado pela liberação das drogas que teve seu cérebro, se (sic) que ainda tem, deslocado para o intestino grosso”, tuitou Bolsonaro.

Em seminário organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, na terça, Fernando Henrique também afirmou, ao comentar a candidatura de Bolsonaro, ser “muito difícil” que alguém que se apresente como “puramente reacionário” vença a eleição presidencial no Brasil. “Mas em política nada é impossível”, disse.

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Segundo o ex-presidente, Bolsonaro “simboliza o autoritarismo em função do medo que tem aqui” e “aparece como uma força de quem quer ordem”, mas não tem “pensamento de liberal”. “Não sei se até tem pensamento”, afirmou. “Eu acho que seria bom ter um ingrediente liberal.”

De acordo com a pesquisa Datafolha, Bolsonaro lidera as intenções de voto no primeiro turno em cenários sem a participação do ex-presidente Lula, condenado em segunda instância no caso do tríplex em Guarujá e, por isso, estaria impedido pela Lei da Ficha Limpa de disputar à Presidência.

Antigos desafetos

A inimizade entre FHC e Bolsonaro não vem de hoje. Em 1999, durante o segundo mandato do tucano no Palácio do Planalto, o deputado deu uma entrevista polêmica, defendendo o “fuzilamento de FHC”. “O governo militar deveria matar pelo menos 30 mil, a começar por Fernando Henrique”, disse na época. O atual presidenciável disse no ano passado que tudo não passou de força de expressão, mas o ex-presidente até hoje não engoliu a ameaça.

Em palestra para estudantes da Universidade de Brown, nos EUA, FHC demonstrou a mágoa. “Um dos candidatos propôs me matar quando eu estava na Presidência. Na época, eu não prestei atenção. Mas hoje eu tenho medo, porque agora ele tem poder, ainda não, ele tem a possibilidade do poder”, afirmou.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, após o julgamento no TRF-4, que ocorreu no dia 24. O Datafolha ouviu 2.826 eleitores em 174 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. E tem um nível de confiança de 95%, o que significa que, se a pesquisa for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem e erro. O levantamento, encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR 05351/2018.

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