• Carregando...
 | Nelson Jr./STF
| Foto: Nelson Jr./STF

Após anunciar oficialmente que está fora da disputa presidencial, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa disse, em entrevista ao blog do Lauro Jardim, ter três preocupações em relação ao futuro do Brasil. São elas: a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição, a continuidade de Michel Temer (MDB) no poder e um eventual golpe militar.

Barbosa declinou do convite do seu partido, o PSB, para se candidatar a presidente nesta terça-feira (8). Disse que vinha amadurecendo essa decisão nas últimas semanas. “Meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”, afirmou ao blog.

Acha que tomou a decisão na hora certa, evitando criar maiores expectativas na população brasileira. “Fiquei receoso que as próximas pesquisas mostrassem que eu estava subindo. Desistir mais tarde seria complicado em todos os sentidos. Acho que tomei a decisão no momento certo”, disse.

Ao jornal Valor Econômico, o ‘xerifão do mensalão’ afirmou não acreditar que a eleição deste ano irá mudar o país. “Não acredito que esta eleição mude o país. O Brasil tem problemas estruturais gravíssimos, sociológicos, históricos, culturais, econômicos”.

Leia também: Por que a desistência de Barbosa é feliz surpresa para direita e esquerda

O ex-presidente do Supremo afirmou que não vê “glamour na vida de quem tem poder” e que não morre de amores pelo poder. “Tudo aquilo que leva os políticos a conquistar o poder, nunca me atraiu.”

Sobre seus temores quanto ao futuro do país, Barbosa não deu maiores detalhes sobre suas aflições – exceto quando se referiu ao presidente Michel Temer. “Temo que ele, maquiavélico, possa articular algo para continuar no poder, ou mesmo uma aliança que o eleja”, confidenciou a Lauro Jardim.

O grupo político de Temer se reaproximou do PSDB de Geraldo Alckmin na semana passada em busca de uma coligação de centro com poder de vencer a disputa eleitoral deste ano. Ao Valor, Barbosa disse temer que a escolha do novo presidente brasileiro aprofunde as desigualdades sociais. “Meu temor é que os grupos que são indiferentes a isso vão se unir para dominar esse processo eleitoral. Se uniriam contra mim, não tenho dúvidas.”

Lamentou que o sistema eleitoral do país não permita candidaturas avulsas. Também contou que planeja estar fora do Brasil no dia da eleição, em outubro. Assim, não votará para presidente. Sua família, disse, “está aliviada” com a decisão de deixar para lá a tentativa de suceder Michel Temer.

“Atestado de ignorância política”

Bolsonaro reagiu às críticas. “É um atestado de completa ignorância política. Se ele não quer ajudar o Brasil, tudo bem. Estou sozinho nessa briga [contra a corrupção]. Ele poderia ser candidato e ajudar”, afirmou ao jornal O Globo.

Em seguida, Bolsonaro afirmou ter uma “dívida de gratidão” a Barbosa. “Não quero mal a ele, pois foi o único que disse a verdade sobre mim. Quando julgou o mensalão, disse que eu era um dos únicos que não tinham sido comprados. E eu o agradeço muito por ter falado isso.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]