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 | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A corrida eleitoral deste ano é uma das mais incertas da história recente do Brasil. Ela será decidida por uma combinação de fatores, como a inelegibilidade do ex-presidente Lula (PT), a capacidade de crescimento do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e o potencial de convencimento de candidatos de centro, como o tucano Geraldo Alckmin. Há ainda um outro fator de incerteza: a possibilidade de outsiders da política decidirem as eleições como candidatos ou apoiadores de movimentos que conquistem o eleitorado. Neste momento, há pelo menos oito pessoas com esse perfil “de fora da política” se apresentando como alternativa aos políticos tradicionais.

Luciano Huck

Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal

O apresentador da Rede Globo Luciano Huck vem desde o segundo semestre do ano passado agitando o cenário eleitoral. Ele não se colocou publicamente como candidato à Presidência, mas conversou com partidos políticos e grupos de apoiadores. Huck participa de entidades que tentam patrocinar a renovação na política, como o Agora! e o RenovaBR. No fim de 2017, o apresentador disse publicamente que não era candidato a nada, mas na sequência pediu para que seu nome fosse mantido nas pesquisas eleitorais. Mais recentemente, ele passou a ser elogiado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e voltou a conversar com o PPS. À Justiça Eleitoral, na defesa que fez diante de uma representação aberta pelo PT, Huck afirmou que não será candidato. Com perfil de centro e discurso de renovação na política, ele é considerado por analistas um nome forte caso venha a se tornar candidato. É conhecido da população, tem chances de conseguir capturar votos que antes iriam para Lula e captaria apoio de grupos descontentes com o modelo político atual.

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João Amoêdo

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ex-executivo do mercado financeiro João Amoêdo será o nome do Novo para a corrida presidencial em 2018. Novato na política, o ex-banqueiro abraçou um discurso liberal, apoiando privatizações e a redução do Estado. Ele é ligado a economistas que trabalharam no governo Fernando Henrique Cardoso – atualmente, o Novo conta com a participação de Gustavo Franco, um dos pais do Plano Real, que está formulando parte do programa do partido para as eleições. Nas pesquisas eleitorais feitas até agora, o nome de Amoêdo foi pouco citado. Pouco conhecido da população, ele teria mais dificuldades do que Huck para chegar ao segundo turno, mas pode reforçar na campanha o sentimento de que é preciso haver renovação na política.

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Valéria Monteiro

Dennis Romano/PMN

A jornalista Valéria Monteiro ganhou fama nos anos 1990 como apresentadora do Fantástico. Agora, ela pretende concorrer ao Palácio do Planalto pelo PMN, um partido pequeno e sem representação no Congresso. Em vídeos na internet, ela tem se colocado como uma voz de oposição ao deputado federal Jair Bolsonaro, um dos líderes em intenções de voto neste momento. Valéria se apresenta como uma candidata de centro e que poderá levantar bandeiras que interessem ao público feminino.

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Kim Kataguiri

Ricardo Botelho/Folhapress

Até abril, quando acaba o prazo de filiação partidária, vários membros do Movimento Brasil Livre (MBL) devem se filiar a partidos políticos. Entre eles, Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL. Ele escolherá a legenda pela qual concorrerá a uma vaga de deputado federal. Kataguiri entrou no jogo político a partir dos protestos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e se tornou uma voz forte de oposição ao PT, principalmente nas redes sociais. Com uma abordagem liberal na economia e conservadora nos costumes, o líder do MBL deve ser um apoio importante para algum candidato de centro – seu nome preferido era o do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que saiu da corrida pela Presidência.

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Guilherme Boulos

Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos colocou seu nome como uma opção da esquerda para as eleições 2018. Sua posição política está na extrema esquerda e ele tem convites de partidos desse espectro político para concorrer. No entanto, também vem aparecendo ao lado do ex-presidente Lula. Boulos é de uma família de classe média-alta – seu pai é professor de Medicina na USP –, mas desde os 19 anos vive em acampamentos de sem-teto. Formado em Filosofia, ele lidera um grupo que faz número nas manifestações contra o governo de Michel Temer. Nas eleições, pode ser uma força caso a campanha desande para uma polarização ainda mais forte.

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Rogério Chequer

Oswaldo Corneti/Fotos Públicas

O engenheiro Rogério Chequer foi um dos líderes do movimento Vem Pra Rua, que ganhou notoriedade nos protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Ele decidiu entrar para a política e se afastou do grupo que ajudou a fundar. Concorrerá provavelmente ao governo de São Paulo pelo Novo, partido do presidenciável João Amoêdo. Com poucos recursos, Chequer aposta no discurso de mudança do modelo político e em um posicionamento de centro, sem a adoção de uma ideologia específica, embora o discurso seja liberal na economia – tanto o engenheiro quanto o Novo defendem uma menor intervenção do Estado na economia. Resta saber se o protagonismo nos protestos contra Dilma serão suficientes para Chequer ser um candidato competitivo em um estado que há várias eleições mantém governantes do PSDB.

Flávio Rocha

Reprodução/Instagram

O empresário Flávio Rocha, CEO da Riachuelo, já tentou se lançar ao Palácio do Planalto, em 1994. Ele vinha de dois mandatos como deputado federal e queria ser presidente. Desistiu para apoiar o tucano Fernando Henrique Cardoso. Desde então, ele vem sendo uma das vozes ativas do mundo empresarial na política. Coloca-se como um liberal, que defende a redução de impostos e a “libertação” dos empreendedores. Rocha não quer ser candidato em 2018, mas está organizando um grupo, o Brasil 200, para tentar influenciar o pleito. Na sua carreira política, ele passou pelo PFL (atual DEM), pelo qual foi eleito deputado em 1986, pelo PRN de Collor e pelo PL, pelo qual tentou se lançar candidato ao Planalto. Nas eleições de 2018, pode ser uma força importante na mobilização de um candidato de direita, liberal na economia e conservador nos costumes.

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Joaquim Barbosa

Albari Rosa/Gazeta do Povo

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa tem acompanhado de perto os movimentos da política brasileira e tem conversado com partidos políticos, em especial o PSB. Ele tem uma visão à esquerda no espectro ideológico e poderia captar votos de Lula caso decida sair candidato. Também seria uma força se decidisse apoiar um candidato com discurso de renovação e de combate à corrupção. Barbosa tem no currículo a relatoria do caso do mensalão, o primeiro a condenar um grande esquema de corrupção no país.

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