Irmão de Lula é intimado a depor pela PF às vésperas de julgamento em Porto Alegre

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Na antevéspera do julgamento do recurso do ex-presidente Lula no caso tríplex, um de seus irmãos - José Ferreira da Silva, o Frei Chico - foi intimado a depor na Polícia Federal em São Paulo, por ser supostamente beneficiário de outro esquema investigado pela Lava Jato. Ele deverá comparecer à PF no início de fevereiro para prestar esclarecimentos sobre citações envolvendo seu nome em delações de dois dos principais acusadores da Odebrecht - os ex-diretores Alexandrino Alencar e Hilberto Silva, que comandou o chamado “Departamento de Propinas” da empresa.

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Citados por eles, em especial por Alencar, que era o diretor da empreiteira mais próximo de Lula, de ter sido contemplado com "mesadas" pagas trimestralmente pela Odebrecht para facilitar intermediação da empresa com o meio sindical, Frei Chico será ouvido também para explicar o pedido de emprego para sua filha, Larissa, que é jornalista. O irmão de Lula foi atendido e Larissa teria sido empregada primeiro como estagiária na Braskem - braço petroquímico da Odebrecht - e depois foi contratada. Esse fato ocorreu, segundo Alencar, em 2011, e ela permaneceu no emprego por alguns anos. 

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“Ela fez jornalismo na Metodista, em São Bernardo do Campo. Frei Chico nos pediu um estágio. Ela desempenhou bem e virou funcionária da Braskem. Era uma boa funcionária”, disse Alexandrino Alencar na sua delação. 

O irmão de Lula aparecia na planilha da Odebrecht com a alcunha de "Metralha". A relação entre ele e a Odebrecht começou ainda nos anos 1990, antes de Lula se eleger presidente da República. Frei Chico, segundo o delator, fez uma interlocução com os movimentos sindicais em favor da empresa. 

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“Queria ou não ele era o irmão do Lula. Um cartão de visita importante.Ele era o irmão do Lula”, disse Alencar. 

Frei Chico teria feito essa "prestação de serviço" durante seis anos e recebia R$ 3 mil. Depois que Lula se elegeu presidente, esse valor teria aumentado para R$ 5 mil. Alexandrino Alencar disse que ele mesmo entregava pessoalmente o pagamento ao irmão de Lula, em espécie, no restaurante Galeto´s, no Shopping Eldorado, em São Paulo. 

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Sobre o envolvimento do irmão com a Braskem, Lula já afirmou não ter conhecimento e que se trata de um "problema dele". Frei Chico negou as acusações.