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| Foto: Miguel Schincariol/AFP

O empresário Marcelo Odebrecht entregou nesta quarta-feira (28), ao juiz federal Sergio Moro, e-mails sobre a reformas da empreiteira no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). As obras no imóvel são vistas pela força-tarefa da Operação Lava Jato como suposta propina ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O empreiteiro ressaltou, por meio de seus advogados, que, após a progressão do regime fechado para o domiciliar, em 19 de dezembro, ‘teve acesso a um HD contendo o espelhamento de seu computador apreendido, quando passou a realizar buscas por mais elementos de corroboração dos fatos relatados no acordo por ele celebrado – cópia disponibilizada pela Força-Tarefa Lava Jato da Procuradoria da República em Curitiba’.

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Marcelo entregou e-mails supostamente corroboram com os anexos de sua delação a respeito do sítio em Atibaia, do financiamento do filme “Lula: o Filho do Brasil” e ajuda financeira ao ‘irmão e ao sobrinho’ do ex-presidente. “Os e-mails mostram também a influência que Lula tinha – e a interlocução de diversos temas por seu intermédio – mesmo após ter deixado a Presidência da República”.

“Com relação a vários acertos financeiros do interesse de Lula que não foram especificamente descontados da “Planilha Italiano”, o Colaborador destaca que o e-mail datado de 22/08/2012 esclarece um débito feito diretamente na fonte BJ da Planilha Italiano, no valor de R$ 15 milhões, combinado com Antônio Palocci (Itália) para cobrir de modo global, sem especificar/detalhar, acertos financeiros diversos em benefício de Lula, incluindo palestras, frete de aeronave, etc”, diz a defesa.

Os advogados de Marcelo também ressaltam que entregaram e-mails ‘com Branislav Kontic (assessor de Antonio Palocci) comprova as orientações para o prédio do Instituto Lula pedidas a Antonio Palocci’. O imóvel, no valor de R$ 12 milhões, é pivô de outra ação penal em que Lula responde por propinas da Odebrecht.

O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobrás. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar – filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o sítio é de Lula, que nega.

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Outro lado

Com a palavra, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula: “Os supostos e-mails juntados hoje pelo Marcelo Odebrecht em nada abalam o fato de que o ex-presidente jamais solicitou ou recebeu da Odebrecht ou de qualquer outra empresa algum benefício ou favorecimento. A defesa pedirá que seja analisada a autenticidade e veracidade de todo material apresentado. Os e-mails não apenas contradizem o depoimento de Marcelo Odebrecht na delação premiada bem como em seu depoimento pessoal em outra ação.”

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