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Lula em discurso para multidão: PT diz que não aceitará condenação do ex-presidente em segunda instância. | Ricardo Stuckert  /Fotos Públicas
Lula em discurso para multidão: PT diz que não aceitará condenação do ex-presidente em segunda instância.| Foto: Ricardo Stuckert /Fotos Públicas

A possibilidade de o ex-presidente Lula ter o julgamento de seu recurso contra a condenação do juiz Sergio Moro antecipado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) tomou o PT de assalto. Se ele for condenado pelo TRF4 rapidamente, possivelmente no primeiro semestre de 2018, sua eventual inelegibilidade também seria antecipada. O partido sabe que a situação de seu líder é delicada. Mas adota o discurso de que é Lula e somente Lula, e que não tem plano B para a eleição presidencial de 2018. E faz um “alerta” para o país: se o ex-presidente não puder concorrer, o Brasil vai entrar numa “instabilidade perigosíssima” .

Ninguém no PT fala abertamente de outro nome para a disputa pelo Planalto. Longe dos microfones, um ou outro, até arrisca um cenário, depois de muita insistência. Não admitem Lula fora da eleição. O decisivo ano de 2018 está por uns dias, mas as indefinições são muitas. A principal: Lula continuará condenado? Se sim, vai ser preso? Se não, poderá disputar eleição?

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Há petistas que até consideram bom que o TRF4 defina logo a situação para dar fôlego a nomes alternativos, do PT ou de outros partidos de esquerda: Fernando Haddad, Jaques Wagner, Ciro Gomes. Há até quem fale em Dilma Rousseff. “Por que não?! Se Lula já a elegeu uma vez, pode fazer em outra”, diz um deputado petista, que preferiu o anonimato.

Para o PT, “pressa” do Judiciário só tem uma explicação: tirar Lula da eleição

É difícil para um petista, diante da perspectiva de vitória de Lula, tratar de outro nome. Para lideranças do PT, o objetivo de “tanta pressa” do Judiciário em julgar Lula é político e tem o propósito de excluí-lo da sucessão de Michel Temer (PMDB).

Ex-ministros dos governos Lula e Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho afirma à Gazeta do Povo que haverá reação a possível confirmação da sentença pelo tribunal. E que, mesmo assim, a candidatura de Lula será oficializada. Ele afirmou não existir “plano B” no partido.

Para Carvalho, se Lula for impedido de disputar a eleição o país pode entrar numa instabilidade “perigosíssima”. “Tirem o cavalo da chuva. Não esperem que aceitaremos de cabeça baixa [uma decisão contra Lula no TRF]. Nós, o povo, a sociedade brasileira, não aceitaremos tamanha arbitrariedade. Faremos uma grande mobilização nacional para sensibilizar órgãos e instâncias superiores para a necessidade de um julgamento democrático e justo, sob pena de o país entrar numa instabilidade perigosíssima”, diz Gilberto Carvalho, que hoje trabalha no gabinete do senador Lindbergh Faria (PT-RJ).

Gilberto Carvalho: processo contra Lula foi feito na “mão grande”

Gilberto Carvalho afirma que Lula é alvo de um processo de exceção “que não para de criar novidades”. Ele cita a condenação do juiz Sergio Moro. O ex-ministro diz que não ficou provado que o apartamento tríplex era de Lula. Afirma ainda que o processo foi enviado para o TRF4 com urgência e que a conclusão do voto do relator do caso, desembargador João Pedro Gebran Neto, na segunda instância comprova a “pressa” do Judiciário.

“Esse conjunto de condutas só vai reforçando em nós a tese de que não podemos aceitar tal condenação. Não há provas. Tudo isso reforça na cabeça da sociedade que se trata de um processo feito na ‘mão grande’. Arbitrário. Tudo isso para tirar da disputa um candidato que está na frente nas pesquisas e que defende os pobres. Cada passo nesse sentido reforça a consciência de insurgirmos. Vamos lutar com toda nossa capacidade”, afirma o ex-ministro.

“Não há hipótese de Lula não ser nosso candidato. Vamos registrar sua candidatura mesmo que condenado. Não existe plano B.”

TRF4 está agindo em tempo recorde

Outros petistas seguem na mesma linha e acusam o TRF4 de agir em tempo recorde. Dois ex-líderes do partido na Câmara asseguram que Lula será o candidato petista.

“Se toda Justiça ganhar essa celeridade, deixará de ser ‘golpista’. Essa condenação do ex-presidente Lula não se sustenta. Ele será nosso candidato”, afirma o deputado Afonso Florence (PT-BA).

“Infelizmente, o TRF dá um sinal de politização de um julgamento. Os prazos não estão sendo respeitados. Há uma pressa sem explicação. Do ponto de vista político e jurídico, tranquilizo a todos e digo que Lula é e será 100% nosso candidato em 2018” , afirma o também deputado Henrique Fontana (PT-RS).

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