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 | Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
| Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma passagem relâmpago por Porto Alegre na tarde desta terça-feira (23), véspera do julgamento do petista no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Ficou pouco mais de quatro horas. Lula desembarcou no Aeroporto Internacional Salgado Filho por volta das 17 horas e seguiu direto para o ato na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, após um breve descanso.

Diferentemente do que ocorreu em maio do ano passado, quando foi interrogado em Curitiba pelo juiz federal Sergio Moro no processo do tríplex, desta vez Lula não chegou em um jatinho particular, e sim em um voo fretado. O petista também encontrou um público maior na capital gaúcha. Enquanto em Curitiba, em maio, 7 mil militantes prestaram apoio ao ex-presidente, em Porto Alegre o público foi visivelmente maior – a assessoria do PT estimou 70 mil pessoas, embora o número pareça um pouco exagerado. A Brigada Militar não divulgou estimativa de público.

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Já no aeroporto, o ex-presidente encontrou com figuras políticas de destaque que aguardavam o petista. O ex-prefeito de São Paulo Fenando Haddad, o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra, o presidente do PT no estado Pepe Vargas, estavam entre os figurões do partido que recepcionaram Lula na chegada à capital gaúcha.

Lula chegou ao ato por volta das 18h30. Também marcaram presença no evento figuras ligadas à esquerda em geral, como a ex-presidente Dilma Rousseff, a pré-candidata à presidência pelo PCdoB Manuela D’Ávila, o pré-candidato pelo Psol Guilherme Boulos, o ex-senador Eduardo Suplicy, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o ex-ministro Alexandre Padilha, entre outros.

Enquanto esperava sua vez de discursar, o ex-presidente acenou para os manifestantes que aguardavam próximos ao caminhão de som e pareceu tranquilo. Quando começou a falar, por volta das 19h45, Lula buscou não falar muito sobre o processo do tríplex e focou em um resgate histórico de programas implantados pelo PT no governo federal. Lula também aproveitou para criticar o presidente Michel Temer (PMDB), a quem se referiu como “tranqueira” em determinado momento do discurso.

Como o caminhão estava cercado de manifestantes, alguém pediu ao ex-presidente que falasse olhando um pouco para cada lado. Ele reclamou, dizendo que não é “candidato do Caldeirão do Huck, que fala olhando para todos os lados” da plateia. Mesmo assim, os manifestantes que estavam atrás do carro de som onde estava Lula não desistiram e continuaram gritando e pedindo que o petista virasse para trás, para poder ser visto por todos. Lula, visivelmente contrariado, deu alguns passos para trás, acenou para quem estava atrás do caminhão durante poucos segundos e voltou a falar ao público maior, que estava do outro lado.

O ex-presidente deixou o ato depois de cerca de meia hora de discurso e seguiu direto para o aeroporto, não sem antes pedir que público o desejasse sorte. O petista voltou ainda nesta terça-feira (23) para São Bernardo do Campo (SP), onde vai acompanhar ao lado da família o julgamento no TRF-4, marcado para esta quarta-feira (24).

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Os desembargadores da 8.ª Turma do TRF-4 vão julgar a apelação do ex-presidente no processo envolvendo o tríplex no Guarujá. Lula foi condenado por Moro a 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina da OAS através da compra e reforma no imóvel no litoral de São Paulo, em troca de benefícios para a empreiteira em contratos com a Petrobras.

A defesa de Lula nega todas as acusações e pediu a absolvição do petista. Já o MPF pediu aos desembargadores que aumentem a pena. Os advogados de Lula também pediram para que ele possa recorrer em liberdade em caso de uma condenação pelos desembargadores. Isso porque o Supremo Tribunal Federal entende que a partir de uma condenação em segunda instância o réu já pode começar a cumprir a pena. Os advogados pretendem evitar a prisão do petista enquanto recorrem em outras instâncias de uma eventual condenação no TRF-4. O julgamento está marcado para começar às 8h30 desta quarta-feira, no TRF-4.

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