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 | Henry Milleo /Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milleo /Arquivo Gazeta do Povo

Durante o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre, na quarta-feira (24), opositores e apoiadores do petista utilizaram as redes sociais para defender seus pontos de vista. Foram cerca de 1,2 milhão de menções ao julgamento em 24 horas. Levantamento aponta que, desse total, aproximadamente 35 mil interações foram iniciadas ou motivadas por robôs, contas que não são controladas por humanos utilizadas para movimentar o debate e gerar comoção em torno de algum tema. 

Estudo feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/DAPP) aponta que os robôs foram usados tanto pelos apoiadores de Lula (com o tópico “CadêAsProvas”) como pelos opositores (que utilizaram tópicos como “MoluscoNaCadeia”), com predominância deste último. Do total de menções registradas naquele dia, os robôs representaram 5,5% das interações feitas no campo de oposição e 5,1% no grupo de apoio a Lula. 

O julgamento de Lula foi o evento político de maior magnitude nas redes desde a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016, quando foram registradas 1,5 milhão de interações. O grupo formado por perfis de apoiadores do ex-presidente dominou o debate ao final, com 44% das interações, contra 35% do grupo de oposição ao petista. O evento mobilizou ainda 254 mil menções no exterior. 

Risco em potencial

A entidade chama atenção para o risco do uso de robôs para influenciar as eleições de outubro deste ano. “A presença detectada de robôs aponta para uma forte utilização dos mesmos durante as eleições com potencial para controvérsias e questionamentos, a exemplo do ocorrido em outros países”, concluem os pesquisadores. 

A FGV/DAPP alerta para alguns pontos a serem observados, que poderão influenciar o pleito por meio das redes sociais. São eles: 1) o deputado Jair Bolsonaro (PSD-RJ) é o principal beneficiário do julgamento que manteve a condenação de Lula neste momento, apresentando o maior aumento de engajamento entre os demais atores políticos. “A questão é se, com a eventual saída de Lula, essa tendência se mantém ou se, ao contrário, seu desempenho cairá”, avalia a FGV. 

2) O PT e a esquerda conseguirão manter-se mobilizados nas redes sociais, como mostraram estar agora? “Esse fator será fundamental para as pretensões das candidaturas de centro-esquerda”, diz a entidade. 

3) A direita tem demonstrado capacidade de mobilização nas redes sociais, misturando-se por vezes com ondas de apoio a Bolsonaro. Porém, aponta a FGV, ainda não demonstrou ter embarcado em nenhuma candidatura de centro-direita.

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