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O presidente da Câmara Rodrigo Maia era esperado em congresso do PCdoB, mas preferiu comemorar em casa a escolha de aliado para ministério | Luis Macedo    /    Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara Rodrigo Maia era esperado em congresso do PCdoB, mas preferiu comemorar em casa a escolha de aliado para ministério| Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Fato político deste fim de semana, pouco divulgado e de importância até agora minimizada, pode ditar o rumo e dar nova cara para a relação entre os presidentes Michel Temer e Rodrigo Maia, da Câmara. Esse fator novo atende pelo nome do desconhecido deputado Alexandre Baldy (PODE-GO), que será o futuro ministro das Cidades. Amicíssimo de Maia, Baldy é o primeiro ministro da “cota” do presidente da Câmara no governo Temer.

Maia levou Baldy a Temer no Palácio do Jaburu neste fim de semana, quando foi selada a indicação do parlamentar para o cobiçado Ministério das Cidades. Enquanto se aguardava a presença de Maia num congresso do PCdoB que ocorria também em Brasília, o deputado do DEM estava em sua residência, com Baldy comemorando a escolha para o ministério.

O roteiro está traçado: Baldy vai deixar o Podemos e deve ir para o PP. Sua saída é certa, e sua nova legenda uma dúvida. O futuro ministro não tem apreço por legendas. Deputado de primeiro mandato, foi eleito pelo PSDB, passou pelo PTN, está no PODE e já vai migrar para sua quarta legenda em três anos. Infidelidade partidária é com ele.

Mas o que essa mudança altera nas votações da Câmara de interesse do governo? Temer conseguiu fazer um agrado a Maia, e isso não é pouca coisa. O presidente da Câmara tem resistido a algumas medidas do Planalto, em especial às medidas provisórias. Na semana passada, ele não gostou da MP da reforma trabalhista e disse não saber quando irá pautá-la. É só ficar atento agora se as resistências de Maia persistirão.

Temer também discutiu a reforma da Previdência com Maia no sábado e reuniria seus líderes na Câmara neste domingo. Maia tem dito que o governo não consegue juntar 308 votos necessários para aprovar as alterações na Previdência. Se ele se empenhar, agraciado agora com um cargo no governo, o quadro pode melhorar.

A reforma ministerial pode ter continuidade esta semana. Mas o critério das escolhas dos novos ministros vai depender de agregar votos ao governo. Um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) fala sem rodeios:

“Os números de votos necessários para a reforma da Previdência vão ditar a reforma ministerial”, disse Perondi à Gazeta do Povo, na última sexta-feira.

Leia também: Ataque a servidores é última cartada para tornar reforma da Previdência aceitável

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