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O m inistro da | Wilson Dias/Agência Brasil
O m inistro da| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fábio Kanczuk, afirmou nesta quinta-feira (14) que, se a reforma da Previdência não for aprovada no Congresso, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 cairá em 0,15 ponto porcentual: de 3,0% para 2,85%. No caso de aprovação, a estimativa de alta do PIB em 2018 sobe 0,30 ponto porcentual, de 3,0% para 3,3%. “Não aprovar reforma mudará preços de mercado e condições financeiras”, disse

Assim, de acordo com Kanczuk, a diferença entre aprovar ou não a reforma da Previdência é de 0,45 ponto porcentual no PIB de 2018. “O mercado coloca que a probabilidade de aprovar a Previdência neste governo é de um terço”, disse Kanczuk, citando cálculos do Ministério da Fazenda. “Se a Previdência for aprovada, o choque positivo é mais forte do que o choque negativo, caso ela não seja aprovada.”

Nesta quinta-feira, o governo adiou a votação da reforma da Previdência para fevereiro.

Previsões do PIB atualizadas

Na manhã desta quinta, o Ministério da Fazenda atualizou sua projeção do PIB para 2018 de 2,0% para 3,0%. De acordo com ele, o porcentual é resultado de três fatores: o crescimento tendencial (quanto a economia cresce, conforme a tendência histórica), a política fiscal e a política monetária.

Pelos cálculos, o crescimento tendencial contribui com 2 pontos porcentuais para as projeções, a política fiscal com zero e a política monetária com 1,0 ponto porcentual. Daí os 3,0%.

OPINIÃO: O erro mais desmoralizante da reforma da Previdência

“O impulso fiscal sobre o PIB em 2017 e 2018 é zero. Não tem impacto”, citou. Kanczuk lembrou ainda que o efeito da política monetária é defasado e que o efeito em 2018 já está quase todo dado. “A política monetária tirou do crescimento de 2017 cerca de 0,8 ponto porcentual”, afirmou. “A política monetária vai adicionar 1,0 ponto porcentual ao crescimento em 2018.”

O secretário destacou ainda, na coletiva de imprensa, os fatores de risco para o cumprimento das projeções do BC para 2018: o impacto das reformas, o fechamento do hiato do produto (hoje perto de 3%), uma surpresa com a inflação nos Estados Unidos e o cenário geopolítico (Coreia do Norte e sucessão na Arábia Saudita).

Kanczuk informou ainda quais são as projeções para o PIB nos próximos trimestres. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, as projeções são de +2,5% no quarto trimestre de 2017, de +2,5% no primeiro trimestre de 2018, de +2,8% no segundo trimestre de 2018, de +2,9% no terceiro trimestre de 2018 e de +3,6% no terceiro trimestre de 2018.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, as projeções são de +0,3% no quarto trimestre de 2017, de +0,8% no primeiro trimestre de 2018, de +0,7% no segundo trimestre de 2018, de +0,8 no terceiro trimestre de 2018 e de 0,7% no quatro trimestre de 2018.

O mais importante para 2018: controlar despesas

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda evitou comentar sobre o impacto que a revisão da projeção de alta do PIB em 2018 terá na arrecadação do próximo ano. “O orçamento de 2018 foi aprovado com base em uma estimativa de 2,5% de alta no PIB e projeção nossa projeção é de agora é de 3%. O impacto de PIB maior nas receitas para 2018 é óbvio, mas a Receita Federal é que irá fazer conta sobre esse aumento de arrecadação no próximo ano”, respondeu.

Questionado se esse reforço na arrecadação decorrente de uma melhor performance da economia será suficiente para compensar uma eventual frustração na aprovação de medidas de aumento de receitas – como a reoneração da folha de pagamentos e a tributação de fundos exclusivos –, Kanczuk afirmou que para 2018 o mais importante é controlar despesas. “A restrição mais ativa para 2018 é o teto de gastos; ali vai ser duro. As medidas de aumento de receitas são importantes, mas o foco é mais na contenção de despesas”, concluiu.

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