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A agora polêmica foto: Rocha Loures virou persona non grata. | Reprodução
A agora polêmica foto: Rocha Loures virou persona non grata.| Foto: Reprodução

Desde que o escândalo da delação premiada da JBS estourou, na quarta-feira (17), o deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB), homem de confiança do presidente Michel Temer, se tornou persona non grata. Uma foto em que o parlamentar aparece abraçado ao prefeito de São Paulo, João Doria, foi apagada das redes sociais tão logo a reportagem do jornal O Globo revelou que Rocha Loures havia sido flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um emissário da JBS. Mas já era tarde demais para eliminar a imagem do mundo virtual.

Na quarta-feira, o deputado estava em Nova York (EUA) para participar, como convidado, da cerimônia de entrega do prêmio “Personalidade do Ano”, conferida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, ao amigo e prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Acompanhou de longe as primeiras repercussões da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

No evento, com clima de apoio à candidatura de Doria à corrida presidencial em 2018, o deputado paranaense ocupava um dos principais assentos do salão, onde se aglomeravam mil convidados e foi servido um jantar de gala. Integrante do grupo empresarial Lide, fundado por João Doria, Rocha Loures participa constantemente dos eventos promovidos pela entidade.

Foi assim em abril passado, quando esteve em Foz do Iguaçu para o 16.º Forum Empresarial, e no ano passado, quando participou da edição n.º 15 do fórum na mesma cidade. O evento contou ainda com a participação do governador Beto Richa (PSDB). Na ocasião, Rocha Loures postou em sua página no Facebook a agora polêmica fotografia ao lado de Doria.

Figura carimbada do atual governo

De volta ao Brasil, Rocha Loures desembarcou às 7h35 desta sexta-feira (19) no Aeroporto de Guarulhos, vindo dos Estados Unidos, sob os gritos de “ladrão” e “bandido”. Pouco conhecido do grande público, Rocha Loures é figura carimbada nos bastidores do atual governo. Quando Temer ocupava a vice-presidência, ele atuou como chefe de Relações Institucionais. Depois do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, virou assessor especial da Presidência. Assumiu como deputado federal quando Osmar Serraglio, de quem era suplente, foi indicado por Temer para o Ministério da Justiça.

Quase dois meses depois, no dia 28 de abril, Rocha Loures foi filmado em São Paulo recebendo de Ricardo Saud, diretor da JBS, R$ 500 mil em propina. Os dois se encontraram primeiro em um shopping, mas a entrega da mala se concretizou na pizzaria Camelo, nos Jardins, que fica próxima à casa dos pais de Rocha Loures. Era a primeira parte de um acerto de repasses semanais de R$ 500 mil por 20 anos, tempo em que deveria vigorar o acordo fechado pelo parlamentar no Cade. Seria, no total, uma propina de R$ 480 milhões.

Com base nas delações da JBS, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou nesta quinta-feira (18) o afastamento de Rocha Loures do mandato de deputado federal. A Procuradoria-Geral da República também pediu a prisão do parlamentar, mas a solicitação ainda precisa ser julgada pelo plenário do STF.

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