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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não concordou com a sugestão do juiz Sergio Moro de realizar o novo interrogatório do petista, marcado para o dia 13 de setembro, por videoconferência com a Justiça Federal de São Paulo. Os advogados de Lula querem que o depoimento seja presencial, frente a frente com Moro, e não à distância.

O juiz propôs o interrogatório por vídeo para evitar uma nova vinda de Lula a Curitiba e mais gastos de dinheiro público com esquemas de segurança. No primeiro depoimento do petista como réu da Lava Jato a Sergio Moro, no dia 10 de maio, o governo do Paraná desembolsou R$ 110 mil com um grande aparato de segurança para garantir a tranquilidade da audiência e evitar tumultos entre manifestantes a favor e contra o ex-presidente.

Mas a defesa citou seis motivos para insistir no depoimento presencial, entre eles: o direito do réu de se defender “perante a autoridade judiciária”; a realização de inúmeros depoimentos de Lula, sendo que em apenas um houve a necessidade de reforço de segurança; o argumento de “gastos desnecessários” não seria juridicamente válido; além de entender que não há razão para mudar a forma com que Moro conduz os processos da Lava Jato, optando sempre por interrogatórios presenciais.

Com a recusa do ex-presidente, Moro deve confirmar o depoimento presencial. Dessa vez, Lula será ouvido num processo que apura irregularidades na compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula em São Paulo. O Ministério Público diz que a Odebrecht comprou o terreno com dinheiro de propina, num total de R$ 12,4 milhões - versão confirmada por executivos da empreiteira em delação premiada, incluindo o ex-presidente Marcelo Odebrecht. O ex-presidente nega as acusações.

Gravação da audiência

Na mesma petição, a defesa de Lula informou ao juiz que pretende fazer uma gravação própria, em áudio e vídeo, da audiência de setembro, com base “no princípio da publicidade e da ampla defesa”. No outro depoimento do petista, a defesa fez o mesmo pedido, que foi negado por Moro. Os advogados recorreram à segunda instância, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que também não autorizou a gravação alternativa, já que a própria Justiça Federal filma e disponibiliza no processo a íntegra das audiências da Lava Jato.

Segurança pública

Antes de marcar o depoimento para 13 de setembro, Moro não consultou as autoridades de segurança do estado. Em maio, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Federal pediram o adiamento da audiência de Lula para preparar, com mais tempo, um esquema de segurança. Na ocasião, o juiz acolheu o pedido e o interrogatório passou do dia 03 para 10.

A audiência mobilizou cerca de 1.700 policiais militares, que fizeram a segurança no entorno do prédio da Justiça Federal, no bairro Ahú, e nos locais de protesto (praça Santos Andrade e Museu Oscar Niemeyer). Um helicóptero da Polícia Militar sobrevoou a Justiça Federal antes, durante e depois do depoimento. Foram 16 horas de voo em cinco dias de operação a um custo de R$ 2.500 a hora/voo.

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