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Presidente do PT, Gleisi Hoffmann: Lula é oposicionista com a confiança do povo | ANDRESSA ANHOLETE/AFP
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann: Lula é oposicionista com a confiança do povo| Foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou neste domingo (3) que a consolidação de Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro lugar na corrida presidencial de 2018 se deve "aos resultados de seu governo" e que críticos ao ex-presidente estão migrando o voto para Jair Bolsonaro (PSC) por considerá-lo o candidato que pode derrotar o petista. As afirmações foram feitas pela senadora após a divulgação de uma pesquisa do Datafolha no sábado (2). O levantamento mostra que Lula fortaleceu sua liderança e Bolsonaro está isolado em segundo lugar na disputa pelo Palácio do Planalto. 

"As pessoas analisam o que elas já viveram e comparam. Elas tinham renda e emprego, hoje voltou a pobreza e a miséria", disse Gleisi à Folha. 

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Para a petista, Lula, embora não tenha unanimidade, é a opção oposicionista ao governo de Michel Temer que tem "a confiança do povo". "Se é para ser crítico ao atual governo, melhor que seja alguém que já fez, que já governou", completa a senadora, ao observar o movimento que os eleitores que criticam Lula estão fazendo. “Os contrários ao Lula migram para Bolsonaro porque veem que ele é o candidato que combate Lula que hoje tem mais condições de ganhar. Querem ser um eleitor útil", argumenta a senadora. 

De acordo com a pesquisa do Datafolha, Lula ganha em todos os cenários de segundo turno. Ele ampliou em quatro pontos percentuais sua vantagem em relação ao levantamento anterior, feito no fim de setembro, no confronto com Geraldo Alckmin (PSDB) -52% a 30%-, Marina Silva (Rede) -48% a 35%-, e Bolsonaro, 51% a 33%. 

A candidatura de Lula pode ser barrada se ele for condenado na segunda instância da Lava Jato por corrupção. Em julho, o juiz Sergio Moro sentenciou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão. Se a condenação for confirmada, ele fica inelegível, mas pode recorrer da decisão. 

O PT acredita que o ex-presidente poderá concorrer com recurso.

Intenção de voto

A presidente do PT disse ainda que não concorda com a avaliação de que há uma polarização entre dois extremos, com Lula e Bolsonaro na ponta da disputa, e que um nome de centro pode surgir para furar esse embate. "Lula não é um extremista, ela já governou esse país. Me diga que ato extremo ele já fez", afirma a petista. 

Segundo ela, um candidato do governo, de centro-direita, ou até mesmo o nome de Alckmin terá que "se consolidar com os números ruins", visto que "a economia não melhorou e o povo está sentindo isso". 

O Datafolha mostra que o brasileiro está preocupado com a economia e que a aprovação do governo Temer ainda segue na casa dos 5%. 

Planalto 

Os principais auxiliares de Michel Temer admitem que ainda há uma "sensação de mal estar" da população em relação à economia, mas tentam minimizar a dificuldade do presidente em melhorar o desempenho de seu governo. 

O Palácio do Planalto acompanhou os dados divulgados pelo Datafolha em relação à disputa presidencial do ano que vem com cautela. Ministros dizem que, apesar da consolidação de Lula e Bolsonaro em primeiro e segundo lugar, respectivamente, ainda há espaço para um nome de centro "furar" a polarização entre ambos. Nas palavras de um auxiliar do presidente, a disputa ainda está longe e "há muita gordura para queimar". 

Alckmin 

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta se colocar como a opção de centro-direita, ainda não deslanchou. Ele aparece com 7% ou 9% das intenções de voto. 

Diante desses dados, o Planalto acredita que é possível viabilizar um nome apoiado por Temer e pelo chamado centrão para ocupar esse espaço. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) é o mais cotado para o posto, mas aparece apenas com 1% ou 2%. 

Para o presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, o percentual do governador paulista é o mesmo que teria "qualquer nome do PSDB agora" e os números mostram que a candidatura de Alckmin ainda tem que ser trabalhada. 

Na simulação do Datafolha em que o nome de Alckmin é substituído pelo do prefeito paulistano João Doria, que disputava a indicação tucana, o desempenho é semelhante. 

Para o presidente tucano, a liderança de Lula já era esperada. Isso faz parte de um "patamar pessoal" que o ex-presidente tem. Já Bolsonaro "capitalizou uma direita brasileira que sempre existiu e nunca teve por onde se expressar", mas agora encontrou um canal por meio do deputado. 

A reportagem procurou o deputado Jair Bolsonaro, por meio da assessoria, que ainda não se manifestou sobre os resultados da pesquisa.

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