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| Foto: Daniel Derevecki/Daniel Derevecki

Era início de noite de terça-feira (9), um ônibus repleto de músicos estava na frente do Hotel Bourbon, no Centro de Curitiba. Eram os caras do Dire Strait Legacy que desciam e faziam o check-in - o show na capital é nesta quarta.

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As recepcionistas estavam atarantadas. Eram muitos hóspedes chegando ao mesmo tempo e os telefones também não paravam de tocar. O motivo das ligações era um só: todos queriam saber sobre a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que presta depoimento a Sergio Moro nesta quarta (10).

“Estão perdendo tempo, ele não vai ficar aqui. E, mesmo que quisesse ficar, agora não temos mais vagas”, disse a funcionária que me atendeu, com simpatia, enquanto confirmava os meus dados para o check-in.

No lobby, a movimentação era grande. Músicos, mulheres em elegantes tailleurs, homens engravatados, outros idiomas misturados ao português. Todos passando de um lado para o outro apressados.

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Um homem alto, grisalho, de ombros arqueados fazia o check-in, enquanto conversava com outros, todos de terno. O relógio marcava pouco mais de 20h. Era Roberto Teixeira, um dos advogados de Lula. Ele esperava o elevador no lobby quando foi abordado. “Boa sorte na audiência amanhã, doutor Roberto”, disse um homem com simpatia e afinidade. “Estamos precisando de tudo”, respondeu Teixeira, espontâneo. Poucos minutos depois, ele desceu novamente: o cartão que havia recebido não tinha funcionado. Eram 20h40 quando ele finalmente subiu para o quarto, com um misto de cansaço e tensão no rosto.

Quando o movimento de hóspedes finalmente diminuiu, era o telefone que não dava folga -- e foi assim até depois das 23h. Os funcionários cansaram de atender ligações de pessoas que procuravam por Lula, que não estava aqui. As chamadas vinham de outros estados que não o Paraná -- de Curitiba, quase nenhum telefonema registrado. Até do exterior havia registros de chamadas. “Não são crianças ou adolescentes que ligam passando trote. São adultos que telefonam só para nos ofender”, lamentou uma funcionária. “De que adianta ligar do exterior para o hotel? Ao menos, esses são mais educados”, constatou outra.

Elas estavam certas: Lula não veio. Foi o protesto de simpatizantes do ex-presidente que acabou movimentando as imediações do hotel, logo na vizinha Praça Tiradentes. E, no fim, o lobby do hotel ficou cheio com os instrumentos do Dire Straits e com os caras da banda, que conversaram até tarde sem serem incomodados.

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