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Erika Marena: no ano passado, ela foi a delegada mais votada para comandar a PF em todo o país, mas Temer não a indicou para o cargo. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Erika Marena: no ano passado, ela foi a delegada mais votada para comandar a PF em todo o país, mas Temer não a indicou para o cargo.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A delegada da Polícia Federal (PF) Erika Marena, que participou por mais de dois anos da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), foi nomeada nesta quinta-feira (22) superintendente do órgão em Sergipe. A delegada estava lotada na superintendência da PF em Santa Catarina desde novembro de 2016.

Anunciado no fim do ano passado, o ato de nomeação dela para a superintendência da PF em Sergipe foi adiado porque a Polícia Federal fazia uma apuração interna a respeito do papel da delegada e de outros servidores da instituição na Operação Ouvidos Moucos, deflagrada em setembro passado para investigar irregularidades no programa de ensino à distância da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Corregedoria da PF conclui que Erika Marena não cometeu nenhum irregularidade

A apuração interna da corregedoria da PF, aberta em dezembro, concluiu que a delegada não cometeu irregularidade ao presidir o inquérito da investigação. Na deflagração da Ouvidos Moucos, Marena pediu a prisão provisória de investigados na UFSC, incluindo o então reitor, Luiz Carlos Cancellier. O pedido da delegada foi corroborado pelo Ministério Público Federal e autorizado pela Justiça Federal.

Dias após ter sido solto por outra decisão da Justiça Federal, no ano passado, Cancellier cometeu suicídio em um shopping de Florianópolis. Em seu bolso, foi encontrado um bilhete no qual ele reclamava do seu afastamento da universidade, também determinado pela Justiça Federal. Familiares e amigos passaram a acusar a Polícia Federal de ter cometido excessos na investigação.

Quem é a delegada: do caso Banestado a “quase” chefe da Polícia Federal em todo o país

Erika Marena atuou em diversos casos de crimes contra o sistema financeiro. Nos anos 2000, participou da segunda etapa das investigações sobre o banco Banestado do Paraná.

No ano passado, em votação com delegados filiados para a elaboração de uma lista tríplice realizada pela ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal) para indicar o sucessor do então diretor-geral, Leandro Daiello, a delegada ficou em primeiro lugar. A lista não foi acolhida pelo presidente Michel Temer (PMDB), que preferiu escolher o delegado Fernando Segovia para diretor-geral do órgão.

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