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O ex-governador Sergio Cabral foi um dos condenados pelo juiz Marcelo Bretas em 2017. | Seap/DIVULGAÇÃO/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-governador Sergio Cabral foi um dos condenados pelo juiz Marcelo Bretas em 2017.| Foto: Seap/DIVULGAÇÃO/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2017 a Lava Jato em Curitiba deixou de ser o centro das atenções e perdeu em número de fases deflagradas, presos e denúncias oferecidas para a força-tarefa do Rio de Janeiro, onde o juiz federal Marcelo Bretas comanda os desdobramentos das investigações iniciadas por Sergio Moro no Paraná. Enquanto a força-tarefa de Curitiba deflagrou 10 fases em todo o ano de 2017, no Rio de Janeiro foram 15 fases com a Polícia Federal nas ruas.

O número de presos também foi maior no Rio. Por lá foram presos ao todo 73 investigados. Outros 12 foram conduzidos coercitivamente para depor. A PF também cumpriu 147 mandados de busca e apreensão autorizados por Bretas. Somente em uma das operações, a Gotham City, deflagrada em agosto, foram cumpridos 21 mandados de prisão preventiva. Os alvos foram empresários do ramo da Construção Civil do Rio de Janeiro, em uma operação que lembra a dimensão da 7ª fase da Lava Jato em Curitiba, em 2014, quando foram presos empresários das principais empreiteiras do país.

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A fase mais recente do Rio de Janeiro teve como alvo integrantes da “farra dos guardanapos” e foi batizada de C’est Fini. Entre os presos estavam dois participantes do jantar no hotel Ritz, em Paris, ocorrido em 2009, onde secretários da alta cúpula do governo, alguns, inclusive, já denunciados, e empresários foram fotografados usando guardanapos na cabeça e dançando, episódio conhecido com a “Farra dos Guardanapos”.

Entre os presos no Rio de Janeiro ao longo de 2017 há figuras importantes, como o empresário Eike Batista; o diretor de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RioTrilhos), Heitor Lopes de Sousa Junior; o subsecretário de turismo do estado, Luiz Carlos Velloso; um dos principais empresários do ramo no estado do Rio, Jacob Barata filho; o presidente-executivo da Fetranspor Lélis Teixeira; o ex-presidente do Detro Rogério Onofre; o empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, entre outros.

Já em Curitiba, o ritmo foi mais lento em relação a 2016, quando haviam sido deflagradas 16 operações ao todo. Em 2017, foram 10 fases deflagradas, com 21 presos, 25 investigados conduzidos coercitivamente para depor, além do cumprimento de 93 mandados de busca e apreensão autorizados por Moro.

Entre os presos pela força-tarefa de Curitiba estão o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza; o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine; o ex-gerente da área internacional da estatal Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos; o ex-gerente da Petrobras Marcio Ferreira; o sucessor de Pedro Barusco, Roberto Gonçalves; e os operadores Jorge e Bruno Luz, entre outros.

Denúncias

Os procuradores do Rio de Janeiro também apresentaram mais denúncias em 2017. Enquanto em Curitiba foram apresentadas 13 denúncias, no Rio foram 23 acusações oferecidas pelo Ministério Público Federal.

O número de denúncias está relacionado ao número de operações deflagradas. Quando há investigados presos, o MPF tem prazos mais enxutos para terminar as investigações e apresentar denúncias à Justiça.

Em Curitiba, pelo menos uma denúncia apresentada pelos procuradores gerou grande repercussão. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pelos procuradores no caso do sítio em Atibaia. Ao todo foram 13 denunciados no caso. Também foram apresentadas denúncias contra os ex-dirigentes da Petrobras e operadores presos ao longo do ano pela força tarefa.

Sentenças

No número de sentenças proferidas ao longo do ano, Moro continua se destacando. Foram 13 sentenças ao longo do ano. O magistrado condenou o ex-presidente Lula no caso do tríplex, a 9 anos e seis meses de prisão. Também condenou o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-governador Sergio Cabral, entre outros réus denunciados pelo MPF.

Já no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas proferiu quatro sentenças ao longo do ano. Foram condenados o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, a 45 anos e dois meses de prisão; sua esposa, Adriana Ancelmo, a 18 anos e três meses; o ex-presidente da Engevix, José Antunes Sobrinho, a 21 anos e 10 meses de prisão; o diretor da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, a 43 anos; entre outros réus.

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