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O presidente da Alerj, Jorge Picciani, em março, na primeira vez em que foi conduzido coercitivamente a depor. | Tânia Rêgo/Agência Brasil
O presidente da Alerj, Jorge Picciani, em março, na primeira vez em que foi conduzido coercitivamente a depor.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (14) mandados de prisão contra Jacob Barata Filho, maior empresário do setor de ônibus do Rio, e Felipe Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.

Jorge Picciani é alvo de um mandado de condução coercitiva e terá de depor. O mesmo havia ocorrido em março.

A Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, também faz buscas nas residências de Lélis Teixeira, ex-presidente da federação das empresas do transporte público do Rio (Fetranspor) e do deputado Paulo Melo (PMDB). Os policiais também fazem buscas em gabinetes de deputados da Alerj.

O nome da operação é uma referência à Alerj, que abrigou uma prisão no passado.

Os mandados foram autorizados pelo desembargador Abel Gomes, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal (TRF) do Rio de Janeiro, com base em delação que aponta o pagamento de propinas de empresários a políticos para favorecer o setor de ônibus.

Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira haviam sido presos em julho, na Operação Ponto Final, mas depois foram beneficiados por habeas corpus.

Em agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu dois habeas corpus a Barata em menos de 24 horas. Mendes foi padrinho de casamento da filha do empresário, mas não se considerou impedido de atuar no caso.

Na época, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu à presidente do STF, Carmen Lúcia, o impedimento, suspensão e incompatibilidade de Gilmar Mendes nessas decisões, mas não foi atendido.

Até esta manhã Barata cumpria prisão domiciliar.

Organização criminosa

Segundo a PF, o objetivo da operação é apurar a existência de uma organização criminosa que atuava no setor de transportes públicos com apoio de deputados. “São investigados os crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Foram encontradas conexões entre as Operações Saqueador, Calicute, Eficiência, Quinto do Ouro e Ponto Final já deflagradas pela PF anteriormente”, informa o comunicado.

Ao todo, os policiais cumprem – nos munícipios do Rio de Janeiro, Saquarema, Volta Redonda e Uberaba (MG) – seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, quatro conduções coercitivas e 35 mandados de busca e apreensão.

“A investigação aponta a existência de clara atuação legislativa desses parlamentares em favor dos interesses da Fetranspor, indicando também uma grande evolução patrimonial dos envolvidos desde que ingressaram na atividade política; e incompatível com os rendimentos inerentes aos cargos ocupados. A Receita Federal também auxiliou nas investigações”, diz a nota da PF.

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