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Lula: “golpe” no presidente que articulou o “golpe” contra Dilma. | Miguel Schincariol/AFP
Lula: “golpe” no presidente que articulou o “golpe” contra Dilma.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

Em meio ao discurso em que se defendeu da condenação do juiz Sergio Moro e declarou que será candidato em 2018, o ex-presidente Lula disse nesta quinta-feira (13) que o presidente Michel Temer (PMDB) está sendo vítima de um “golpe” para tirá-lo do poder. E insinuou que a Operação Lava Jato foi responsável pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida em fevereiro após um acidente vascular cerebral.

No pronunciamento, Lula afirmou que não gostaria de falar sobre sua mulher porque poderia se emocionar. Mas, em meio a um discurso em que os “abusos” da Lava Jato eram o principal alvo, disse: “as pessoas sabem o que fizeram com a Marisa”. A ex-primeira-dama era acusada no mesmo processo em que Lula foi condenado.

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“A gente não quer golpe”

Lula também afirmou que Temer está sendo vítima de uma tentativa de um golpe – numa linha diferente da que vem sendo defendida pelo PT no Congresso Nacional. A declaração foi dada quando ele dizia que não gostaria de estar tendo de se defender, mas sim de discutir os problemas do Brasil.

“Eu queria estar discutindo a situação política e econômica do país, o descrédito das instituições. [Queria estar] discutindo o golpe [contra Temer] dentro do golpe [contra a ex-presidente Dilma Rousseff]. Porque a Globo quer dar o golpe dentro do golpe. A gente não quer dar o golpe no Temer; quer eleição. Melhor do que ele [Temer], só eleição”, disse Lula. As Organizações Globo defenderam, em editorial, a renúncia do presidente.

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Embora Lula não tenha explicado o que seria o “golpe”, fica claro que ele se refere à posse do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Presidência da República, caso Temer seja afastado ao se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF).

O “golpe”, porém, está previsto na Constituição. O texto constitucional determina, nos casos de abertura de processo criminal contra um presidente no exercício do cargo, que ele deve ser afastado por até seis meses para ser julgado. Como o presidente da Câmara é o primeiro na linha sucessória de Temer, ele é quem assume a Presidência se isso ocorrer.

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