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“Não quero ser julgado por convicções, mas por provas”, disse Lula para um público de 5 mil pessoas na Praça Santos Andrade. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
“Não quero ser julgado por convicções, mas por provas”, disse Lula para um público de 5 mil pessoas na Praça Santos Andrade.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Para uma plateia estimada em 5 mil pessoas na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite desta quarta-feira (10) o desejo de ser candidato à Presidência da República e disse que o julgamento dele não deve ser feito somente pela Justiça, mas também nas urnas. “Se eu fiz algo errado, eu quero ser julgado pelo povo brasileiro, antes de ser julgado pela justiça”, afirmou do alto de um palanque em que estavam presentes ainda a ex-presidente Dilma Rousseff e a o presidente nacional do PT, Rui Falcão. “Não quero ser julgado por convicções, mas por provas”, exclamou o líder petista.

TEMPO REAL: Acompanhe o dia do depoimento de Lula em Curitiba

Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância. A suspeita é que o petista seja o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá (SP). Os questionamentos ao ex-presidente duraram cerca de cinco horas. “Eu quero respeito às leis e em troca quero respeito”, afirmou, em referência ao juiz Sergio Moro. “Se tem um brasileiro em busca da verdade, sou eu. Virei a quantas audiências forem necessárias.”

Com a voz embargada, Lula agradeceu todo o apoio dos manifestantes que vieram de diferentes regiões do brasil para acompanhar o depoimento e participar do ato — que, em muitos momentos, adotou tom de comício. “Se não fosse por vocês, eu não suportaria o que estão fazendo comigo”, disse. Além disso, o petista aproveitou para alegar inocência das acusações de que é alvo e que não se sentiria digno de discursar ali caso fosse culpado. “Se for para eu mentir algum dia, quero que um ônibus me atropele em uma esquina qualquer”, declarou. Provando um domínio de oratória e de condução do público, o ex-presidente fez com que muitos manifestantes também fossem às lágrimas. “É de emoção”, diziam.

De frente com Moro

Lula também deu a sua versão para o depoimento. Após cinco horas frente a frente com Moro, ele disse que esperava que “acusadores mostrassem algum documento de que eu seria o dono do apartamento”. “Mas eles perguntaram se eu conheço (Candido) Vaccari e Paulo Okamotto, e não tenho vergonha deles”, afirmou.

Lula chegou por volta das 19h30 na Praça Santos Andrade, onde a Frente Brasil Popular organizou um grande ato público logo após deixar a sede da Justiça Federal. Foi muito saudado pelas pessoas, que exibiam bandeiras vermelhas, e faixas e camisetas com o rosto do ex-presidente. Durante os cerca de sete minutos de discurso, ele teve de fazer algumas pausas para acalmar o público, que incessantemente gritava por seu nome.

Antes dele, a ex-presidente Dilma Roussef também disse algumas palavras aos apoiadores. Criticou o processo de impeachment de que foi alvo e destacou a necessidade de um retorno de Lula ao Palácio do Planalto.

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