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A pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (19) traz muito mais informações do que a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pela Presidência em 2018. Olhando os dados do levantamento, é possível fazer ao menos quatro afirmações:

1) A maioria dos brasileiros não quer Lula, Bolsonaro, Doria ou qualquer político. O brasileiro quer votar num nome “novo”.

2) Um integrante da Lava Jato tem potencial de ser esse “novo”.

3) É muito difícil que a Lava Jato possa causar um estrago maior na imagem de Lula do que já provocou.

4) O presidente Michel Temer é uma unanimidade no país. Uma unanimidade negativa.

Veja os principais dados da pesquisa

1) O brasileiro quer votar no “novo”

A pesquisa CNT/MDA mostra que o brasileiro definitivamente cansou dos políticos. Todos os nomes apresentados na simulação eleitoral têm rejeição superior a 50% dos eleitores que os conhecem. São pessoas que não votariam neles de jeito nenhum. O índice de conhecimento dos candidatos varia muito: Lula (PT), por exemplo, é desconhecido por 0,6% dos brasileiros e João Doria (PSDB), por 19,9%.

Apesar disso, o dado revela o “potencial negativo” de cada candidato. E indica que a eleição presidencial do ano que vem está aberta a um nome de fora da política, um “outsider”, o “novo”. Foi assim que Doria se apresentou na eleição municipal de 2016, quando conquistou a prefeitura de São Paulo. Hoje, porém, ele já é identificado como um político tradicional, segundo a pesquisa.

Dentre todos os candidatos apresentados, o que tem a menor rejeição é o ex-presidente Lula: 50,8% dos eleitores que o conhecem não votariam no petista de jeito nenhum. O campeão de rejeição é o senador Aécio Neves (PSDB): 72,5% dos entrevistados que o conhecem não dariam seu voto a ele.

Na sequência dos mais mal avaliados estão: Ciro Gomes (PDT), com 64,2% dos que o conhecem; Geraldo Alckmin (PSDB – 56%); João Doria (PSDB – 53,6%); Marina Silva (Rede – 52,2%); e Jair Bolsonaro (PSC – 52,2%).

2) O novo pode ser alguém da Lava Jato

A Operação Lava Jato é aprovada por 78,5% dos brasileiros e tem a desaprovação de apenas 9,3%. Outros 7,7% estão em cima do muro: dizem não aprovar nem desaprovar. E 4,5% não responderam. Além disso, a maioria dos brasileiros (54%) diz que a operação está beneficiando o país, contra 15,9% que dizem que prejudica a nação. Há ainda 24% que dizem que não beneficia nem prejudica e 6,1% que não souberam ou não quiseram responder.

Os dados revelam que a Lava Jato tem alta popularidade. E que eventualmente um integrante da operação poderia angariar essa simpatia. E até ganhar votos.

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3) É improvável que a Lava Jato possa desgastar ainda mais a imagem de Lula

O ex-presidente Lula manteve as intenções de voto ligeiramente acima dos 30% que tinha na última pesquisa CNT/MDA, realizada em fevereiro. Isso apesar de Lula ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão. Os dados indicam que é improvável que a Lava Jato possa causar mais desgastes à imagem de Lula. Ou seja, o prejuízo político-eleitoral que ele teve por causa da operação parece já ter sido absorvido.

4) Temer dá passos largos para fechar seu governo como o mais mal avaliado da história do Brasil

A aprovação do governo do presidente Michel Temer (PMDB) – pessoas que consideram sua gestão boa ou ótima – é de apenas 3,4% dos brasileiros. A pesquisa traz um dado curioso: a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) hoje é considerada mais confiável que seu ex-vice por 30,1% dos brasileiros. Apenas 11,6% disseram que Temer é mais confiável que a petista. Mas a verdade é que a maioria dos brasileiros (55,4%) não confia em nenhum dos dois.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa CNT/MDA foi realizada entre os dias 13 e 16 de setembro, em 137 municípios de 25 unidades da federação das cinco regiões brasileiras. Foram feitas 2.002 entrevistas. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A margem de confiança do levantamento é de 95%, o que significa que se a pesquisa for repetida 100 vezes, em 95 os resultados vão estar dentro da margem de erro. Houve checagem de 20% da amostra.

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