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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O volume de dinheiro enviado por brasileiros para pessoas que moram no exterior tem crescido com a crise econômica. No primeiro semestre de 2017, O Banco Central (BC) registrou a transferência de US$ 935,8 milhões. O valor é quase o dobro do que foi registrado no primeiro semestre de 2010, quando foram transferidos US$ 438,4 milhões. Ao longo destes sete anos da série do BC, nunca o volume de dinheiro transferido em um só semestre foi tão alto. Para se ter ideia, ao longo de todo ano de 2010 as transferências somaram US$ 957,35 milhões.

Até 2012, a média de transferências para o exterior anual ficava na casa dos US$ 988,3 milhões. Entre 2013 e 2016, essa média subiu para US$ 1,2 trilhão. Ao menos essa primeira parcial de 2017 indica que o volume deve manter essa tendência de alta. Esse é mais um reflexo da fuga de brasileiros, que tem buscado começar do zero no exterior para fugir da crise política, recessão econômica e dos altos índices de violência do país. As declarações de saída definitiva do Brasil, que são entregues a Receita Federal, registraram um crescimento de 82% na comparação dos triênios 2011-2013 e 2014-2016.

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Para onde vai o dinheiro?

Muitos brasileiros que decidirem morar fora ainda buscam viver o sonho americano: os Estados Unidos são o país que mais recebe dinheiro entre as transferências pessoais feitas por brasileiros, historicamente. O valor das remessas para lá é que subiu – e muito.

No primeiro semestre de 2017, foram enviados US$ 408,3 milhões, mais do que o triplo registrado no mesmo período de 2016, quando a soma foi de US$ 124,9. O volume, inclusive, é maior que a média anual transferida entre 2010 e 2016, que é de US$ 361,1 milhões.

O Canadá, que vem se consolidando como importante destino de imigração de brasileiros, também recebe um volume considerável de remessas. Entre 2010 e 2016, foram transferidos US$ 232,9 milhões. Em 2017, já são US$ 18,4 milhões.

Na Europa, os destinos que mais recebem remessas vindas do Brasil são Reino Unido, Portugal e Espanha. No primeiro semestre de 2017, já foram enviados US$ 41,7 milhões para Portugal. O Reino Unido foi o destino de US$ 23,3 milhões e a Espanha de US$ 18,9 milhões neste período. Entre 2010 e 2016, os três países receberam US$ 1 trilhão em transferências pessoais. A China também recebe um alto volume de transferências – US$ 44,4 milhões neste semestre e US$ 294,4 milhões entre 2010 e 2016.

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Os estrangeiros que vêm para cá

Três países tiveram um aumento significativo como destino dessas remessas: Haiti, Bolívia e Peru. Nesse caso, há muitas pessoas que deixaram esses países para tentar a sorte no Brasil, mas seguem mandando dinheiro para ajudar as famílias que ficaram por lá.

O caso mais emblemático é o do Haiti: após o terremoto que arrasou o país, milhares de haitianos vieram trabalhar no Brasil. Em 2010, por exemplo, o volume de transferências para lá era de US$ 162,7 mil. A partir de 2011, esse número já chegou a casa do milhão e atingiu o ápice em 2015, quando foram transferidos US$ 77,5 milhões. Em 2017, já foram enviados US$ 37,86 milhões. Ao todo, o país foi destino de US$ 302,46 milhões.

A Bolívia também é destino de quantias significativas. Só no primeiro semestre de 2017, foram US$62,8 milhões. Entre 2010 e 2016, o montante chega a US$ 366,4 milhões. As remessas para o Peru somam US$ 228,38 entre 2010 e junho de 2017.

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