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Sergio Moro fez palestra para público de empresários e gestores na Fiep: público não gostou da cor da gravata . | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Sergio Moro fez palestra para público de empresários e gestores na Fiep: público não gostou da cor da gravata .| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Às vésperas de ouvir o depoimento do ex-presidente Lula na ação penal relacionada ao tríplex no Guarujá (SP), o juiz federal Sergio Moro disse que não haverá um confronto entre ele e o petista na audiência, ainda que uma expectativa para tanto tenha sido criada pela importância do evento. “É a oportunidade de o acusado se defender e o que o juiz faz é ouvir”, disse.

Em palestra para uma plateia de empresários e gestores de contas públicas na noite desta segunda-feira (8) na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Moro voltou a pedir para que os apoiadores da Lava Jato não organizem atos nas ruas nesta quarta-feira (10), dia do depoimento. “Melhor que seja um jogo de torcida única”, disse comparando os grupos pró e contra Lula com times de futebol. “E eu não sou um dos times em campo. Sou apenas o juiz.”

O magistrado participou em Curitiba do 1.º Congresso do Pacto pelo Brasil, evento que discute exatamente como as calamidades na gestão pública podem ser superadas com o uso de instrumentos de controle e transparência que combatam a corrupção.

Moro começou a apresentação falando exatamente sobre o interrogatório de Lula. Repetindo o tom apaziguador do vídeo liberado no último fim de semana, o juiz voltou a dizer que não haverá nada de extraordinário que justifique uma ida de manifestantes às ruas no dia do depoimento e que é provável que nada de decisivo saia de seu encontro com Lula. “Fico preocupado com toda a expectativa em torno desse ato, mas é algo normal dentro do processo”, disse já na abertura da sua palestra.

Já em relação ao combate à corrupção sistêmica na administração pública, o magistrado destacou a importância da opinião pública acompanhando os processos. “Nenhum juiz vai julgar de acordo com a opinião pública, mas esse apoio é essencial para evitar a obstrução de justiça. A sociedade organizada e a opinião pública funcionam como um anteparo contra essas tentativas”, aponta. “E é algo que deve se estender para além da Lava Jato.”

Por fim, o juiz federal destacou que o Brasil está em um período de transição e voltou a comparar a situação do país à Itália na época da Operação Mãos Limpas. “Essa transição não está segura, não se faz sem nenhuma turbulência. Na Itália, o poder político minimizou o impacto final. Então nós temos dois caminhos a seguir: voltar a atrás, como era antes, ou seguir em frente”.

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