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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O comprador do tríplex no Guarujá (SP) atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Costa Gontijo, é sócio do advogado José Augusto Rangel de Alckmin em uma empresa imobiliária. José Augusto é primo de Geraldo Alckmin (PSDB), presidenciável e ex-governador de São Paulo.

A informação foi revelada pelo Diário do Centro do Mundo e confirmada pela Folha de S.Paulo. A La Paia Empreendimentos Imobiliários, com sede em Brasília, foi aberta em 2012 e tem capital de R$ 100 mil. Ambos são sócios-administradores do negócio.

Leia também: Quem é o comprador que arrematou tríplex atribuído a Lula por R$ 2,2 milhões

Gontijo tem mais de uma dezena de empresas, especialmente do ramo imobiliário. Na Sobradinho Empreendimentos, ele é sócio do empresário Marcos Pereira Lombardi. Lombardi, dono de um posto de gasolina no Distrito Federal, foi investigado sob suspeita de aumentar o preço do combustível por meio da formação de cartel. 

O empresário, dono do Jornal de Brasília, também foi citado pelo Miami Herald em reportagem que teve como base documentos revelados pelo Panama Papers. Segundo a publicação, ele utilizou uma offshore para adquirir por US$ 2,7 milhões (R$ 9,9 milhões) dois apartamentos nos condomínios Trump Tower I e II, em Miami, nos Estados Unidos.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Gontijo também foi condenado em primeira instância pela Justiça Federal por improbidade no âmbito da Operação Confraria, deflagrada na Paraíba em 2005 contra fraudes em licitações na prefeitura de João Pessoa.

Além de Gontijo, outros oito sentenciados – entre eles, Cícero de Lucena Filho (PSDB), ex-governador do estado e ex-prefeito de João Pessoa, que chegou a ser preso na ação da Polícia Federal – devem pagar multa de R$ 852 mil. O valor é referente ao superfaturamento de obras públicas de infraestrutura bancadas com dinheiro de convênios entre a União e a prefeitura.

Simbolismo

Nesta terça (15), Gontijo disse que arrematou o tríplex, vendido a R$ 2,2 milhões, por considerar o preço adequado e avaliar que o simbolismo pode agregar valor ao imóvel. “Estou sempre atento às boas oportunidades e a minha percepção é de que fiz um bom investimento”, afirmou o dono da Guarujá Participação, empresa criada com finalidade específica de fazer a compra.

O tríplex do condomínio Solaris, de acordo com o anúncio, tem 215 m² de área privativa, quatro dormitórios (sendo duas suítes), sala com varanda, piscina, churrasqueira e duas vagas de garagem. Um elevador integra os três andares, mas não é possível verificar o funcionamento porque a luz da unidade não está ligada, informa o laudo de avaliação. Segundo a administração do condomínio, recaem sobre o imóvel débitos de cerca de R$ 47 mil, que deverão ser pagos pelo arrematante.

Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula foi acusado de receber o apartamento como propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão. Ele nega irregularidades.

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