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| Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP

O superintendente regional da Polícia Federal, Rosalvo Ferreira Franco, pediu oficialmente nesta segunda-feira (24) ao juiz federal Sergio Moro “mais tempo para realizar as tratativas com os órgãos de segurança e inteligência” para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O pedido é reforçado, em outro ofício, pelo secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita de Oliveira, que é policial federal. Mesquita fala em “notícias de possível deslocamento de movimentos populares para essa capital em virtude da semana de comemoração do Dia do Trabalhador, o que pode gerar problemas de segurança pública, institucional e pessoal”.

Os dois ofícios foram anexados ao processo no fim da tarde desta segunda. Caberá, agora, a Moro decidir se o depoimento fica mantido para o próximo dia 3 de maio ou se será adiado.

No início da tarde, a Comunicação Social da prefeitura confirmou à Gazeta do Povo que um esquema montado para dar conta da vinda de até 100 mil manifestantes – pró-Lula e pró-Moro – chegou a ser apresentado ao prefeito Rafael Greca (PMN) na última quinta-feira (20).

Na reunião, de que participaram representantes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil, não se chegou a falar da necessidade de um possível adiamento. A prefeitura informou, ainda, que um esquema de segurança para a vinda de Lula é pauta de conversas entre as autoridades, não apenas municipais, há cerca de 40 dias, desde que Moro fixou a data da audiência para o próximo dia 3.

A ação

O depoimento faz parte de um processo no qual Lula é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal argumenta que o petista teria recebido dinheiro da empreiteira OAS – seriam R$ 3,7 milhões em vantagens ilícitas que teriam sido repassadas por meio do triplex no Guarujá e o pagamento pelo armazenamento de bens de Lula pela Granero.

Na semana passada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, disse em depoimento a Moro que o triplex pertencia a Lula e, por isso, nunca havia sido colocado à venda. Ele afirmou também que a construtora pagou pela reforma do imóvel a pedido do ex-presidente e de sua esposa, Marisa Letícia.

Lula

O Lula disse que desconhece um possível adiamento de seu depoimento ao juiz Sérgio Moro. “Isso não é problema meu”, disse ele, ao ser questionado nesta segunda por repórteres quando chegou ao Centro Internacional de Convenções para participar do seminário “Estratégias para a Economia Brasileira - Desenvolvimento, Soberania e Inclusão”, em Brasília.

Quatro dias após o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro ter dito a Moro que Lula pediu a ele, em maio de 2014, para destruir provas sobre pagamento de propinas ao PT, o petista foi recebido no evento como candidato ao Palácio do Planalto, em 2018. “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”, gritavam os militantes do PT.

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