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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou no sábado (7) uma nota em que defende o procurador Deltan Dallagnol e afirma serem fantasiosas e irresponsáveis as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem investigadores, procuradores e juízes da Lava Jato mentiram no processo que resultou na sua condenação a 12 anos e um mês de prisão.

De acordo com a nota, assinada por José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR, Lula buscou em seu discurso antes de se entregar à PF inverter os papéis e “vender-se como um perseguido, o que nunca foi”.

“Em uma clara estratégia que busca inverter os papéis, Lula, no momento em que é chamado a responder e cumprir pena por crimes graves pelos quais foi condenado após ampla defesa e devido processo legal, ataca uma vez mais o Ministério Público Federal, a Justiça Federal e seus agentes, tentando vender-se como um perseguido, o que nunca foi”, diz o texto.

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A nota afirma que “a Justiça, em todas as instâncias que se pronunciaram até o presente momento, deu integral razão aos procuradores da República em Curitiba”.

“É direito do ex-presidente, como de qualquer pessoa, demonstrar inconformismo ou difundir a versão que lhe aprouver. Contudo, nenhum cidadão está acima da lei e ninguém, por mais importante líder que seja, ou maior tenha sido o cargo que ocupou, pode zombar e menosprezar a Justiça. As instituições são pilares da democracia.”

O texto ressalta que os seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que negaram habeas corpus a Lula na última quarta-feira (4) foram indicados por ele, por sua sucessora na Presidência da República, Dilma Rousseff, ou por Michel Temer, que foi eleito na chapa do PT em 2014.

São eles: Cármen Lúcia (indicada por Lula), Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux (indicações de Dilma) e Alexandre de Moraes (Temer).

“É nestas circunstâncias, portanto, mais do que fantasioso – entra em verdade nas raias do delírio e da ofensa irresponsável e gratuita – imaginar que o Ministério Público Federal independente e a Justiça brasileira como um todo, encimada por um Supremo Tribunal Federal, estariam mancomunados em uma trama contra o ex-presidente”, afirma a nota.

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A ANPR saiu em defesa da Lava Jato e do procurador Dallagnol, em especial, porque Lula o citou no discurso. “São centenas de investigados, de réus e de já condenados, muitos deles ligados, sim, a partidos políticos, mas a muitos partidos”, diz a nota.

“Dallagnol, citado por Lula, é o coordenador da força-tarefa em Curitiba, e foi alvo de ofensas com o objetivo de desacreditar o trabalho de um membro do Ministério Público Federal que cumpriu regularmente o dever e o direito de informar a população sobre os atos relativos à operação. Dallagnol tem o respeito e o apoio da ANPR e dos procuradores da República.”

Em sua fala no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Lula voltou a afirmar que foi condenado sem provas e acusou a Lava Jato de trabalhar sob pressão da imprensa.

“Você não pode fazer julgamento subordinado à imprensa. Porque no fundo, no fundo, você destrói as pessoas na sociedade, na imagem das pessoas, e depois os juízes vão julgar e falam: ‘Eu não posso ir contra a opinião pública porque a opinião pública está pedindo para cassar’. Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato a deputado”, criticou Lula.

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