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Vicente Cândido é um dos petistas que defendem a “anticandidatura” caso Temer caia e haja eleição indireta. | Valter Campanato/Agência Brasil
Vicente Cândido é um dos petistas que defendem a “anticandidatura” caso Temer caia e haja eleição indireta.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Deputados do PT que não concordam com a ideia de boicotar eventual uma eleição indireta para escolha do substituto do presidente Michel Temer discutem com parlamentares de outros partidos da oposição – entre eles PDT e PCdoB – para participar do pleito com uma “anticandidatura”, uma candidatura de protesto. A estratégia é lançar um candidato oposicionista ao que será escolhido pelos partidos da base aliada para marcar posição política e, ao mesmo tempo, tentar influenciar minimamente a agenda do governo de transição.

A postura desses parlamentares contrasta com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele defende que o PT repita o posicionamento das eleições de 1985 e não participe de eventual novo Colégio Eleitoral. Mas, no PT, a “anticandidatura” em eventual nova eleição indireta tem apoio até mesmo de deputados da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula, como Vicente Cândido (SP). Segundo o político paulista, o grupo ainda procura um nome para ser o “anticandidato”. O nome do ex-presidente Lula, porém, é totalmente descartado. “Ele negaria a própria história”, afirmou outro deputado da CNB.

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No PDT, a tese tem apoio de deputados como André Figueiredo (CE), vice-líder do partido na Câmara. “Nossa primeira alternativa é eleição direta. Mas, se não conseguir, tem de participar da indireta”, afirmou. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também defende que seu partido apoie uma “anticandidatura”, caso a oposição não consiga viabilizar eleições diretas. “Seria para marcar posição política, como foi a candidatura do André Figueiredo na última eleição na Câmara”, disse. Na disputa pelo comando da Casa, em fevereiro deste ano, Figueiredo ficou em terceiro lugar, com 59 votos. O vencedor foi o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com 293 votos.

Acordo, só se não houver reformas

Figueiredo, Orlando e segmentos do PT admitem até que a oposição pode negociar apoio a uma candidatura de “centro”, desde que o candidato se comprometa a não votar as reformas ou pelo menos amenizá-las. Entre os pré-candidatos colocados hoje, o ex-ministro Nelson Jobim é o que mais tem apoio da oposição. “Seria um nome de acordo nacional. É difícil o Lula falar mal dele”, disse Cândido, que é vice-líder do PT na Câmara dos Deputados.

Há ainda na oposição quem defenda manter essa candidatura de protesto, mesmo que o candidato seja Jobim. Nesse caso, seria uma candidatura “menos agressiva”, defendem.

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