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| Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

O presidente Michel Temer (PMDB) é citado em pelo menos quatro contextos diferentes ao longo da colaboração premiada dos executivos da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As acusações vão desde a tentativa de comprar o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), preso na Lava Jato, até repasses de propina para a campanha de Temer à vice-presidência em 2014.

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As revelações feitas pela JBS levaram o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, a abrir um inquérito para investigar o presidente pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. Uma série de pedidos de impeachment do presidente por crime de responsabilidade também se acumulam na Câmara dos Deputados e devem ser analisados pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM).

Veja os principais pontos da colaboração da JBS que complicam a vida do presidente:

Eduardo Cunha

Joesley Batista gravou uma conversa com o presidente em que trata do assunto referente ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso na Lava Jato. No despacho que autoriza a abertura de inquérito contra Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin ressalta que o presidente confirma a Joesley a necessidade de manter uma boa relação com Cunha, mesmo depois da prisão. “Tem que manter isso, viu?”, disse o presidente. A intenção era que o ex-deputado ficasse “calmo”, segundo o delator, e não firmasse colaboração premiada.

Rocha Loures como interlocutor

O presidente designa o deputado federal Rodrigo Rocha Loures, homem de sua “total confiança” para tratar de assuntos de interesse da JBS. Joesley trata com o parlamentar assuntos de interesses políticos e comerciais da empresa. Em uma conversa gravada por Joesley, Loures oferta ao empresário a possibilidade de levar algum nome indicado por ele ao conhecimento de Temer para ocupar um cargo no Cade. Joesley oferece ao deputado uma propina de 5% sobre um negócio em Cuiabá, cuja decisão administrativa do Cade poderia garantir um ganho anual de R$ 300 milhões para a JBS.

O deputado foi gravado pela Polícia Federal, em uma ação controlada, saindo de uma pizzaria, na zona sul de São Paulo, carregando uma mala com dinheiro que seria de propina. O executivo Ricardo Saud disse ter certeza que o dinheiro – cerca de R$ 500 mil – teria o presidente Michel Temer como destinatário final. O pagamento seria semanal, por 20 anos.

Dinheiro para campanha

Ricardo Saud também contou aos procuradores que o presidente Michel Temer (PMDB) recebeu R$ 15 milhões da conta corrente do PT para a campanha à vice-presidência em 2014. O presidente teria, inclusive, tratado diretamente sobre esse assunto com Saud. Dos R$ 15 milhões, Temer teria destinado uma parte ao PMDB Nacional, outra ao ex-deputado Eduardo Cunha e uma parte teria sido embolsada pelo próprio presidente. Temer teria ficado com R$ 1 milhão, segundo o colaborador. “Isso me chamou atenção na campanha, porque eu já vi o cara pegar o dinheiro para a campanha e gastar na campanha, agora o cara ganhar um dinheiro do PT e guardar no bolso dele é muito difícil. Só ele [Temer] e o Kassab fizeram isso”, disse Saud.

Anuência com crimes cometidos por Joesley

Não foi só dando aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha que o presidente Michel Temer se complicou. O ex-presidente também se omitiu em relação a outros crimes relatados por Joesley na conversa gravada no Jaburu. Em um trecho, Joesley diz claramente que comprou um procurador da República e agia para segurar os juízes que o investigavam. Temer respondeu “ótimo”. O presidente também deu o caminho para destravar negócios de interesse da JBS no Cade.

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