• Carregando...
 | Marcos Oliveira/Agência Senado
| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Com a presença de apenas 80 deputados na Casa, durante a abertura do Ano Legislativo, o governo deu demonstrações claras de estar sem rumo com o que fazer com a reforma da Previdência. Seus líderes batem cabeça, manifestam expectativas diferentes e não se entendem. O relator do texto, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) já foi, de longe, bem mais otimista. Nesta segunda-feira (5) apresentou discurso com argumentos do tipo, “mas esse texto não é só meu” e “está sendo elaborado a 40 mãos”. E disse que se não aprovar até março, melhor esquecer.

Arthur Maia revelou outro tipo de dificuldade. Quando ele procura o líder de um partido na Câmara para tratar do assunto esse interlocutor empurra a bola para frente. Como 2018 é ano de trocar as lideranças, a sugestão é que Maia procure o substituto. Ou seja, o assunto já virou indigesto e cansativo.

Talvez o principal fiador da reforma, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já deu muitos passos atrás e diz que cabe ao Palácio do Planalto definir a data de votação. Em dezembro, o presidente da Casa assegurou que aprovaria o texto no dia 19 de fevereiro e que começaria a discussão nos dias 6 e 7, ou seja, nesta terça e quarta-feira.

Mas não há nem texto a ser apresentado nessa data. Arthur Maia disse que a emenda aglutinativa não está sendo feita a quatro mãos, mas a “40 mãos”.

Até o mais otimista, ou principal vendedor de ilusões de que o texto será aprovado, mudou a euforia. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, já não é aquele poço de otimismo. E demonstra estar falando língua diferente do relator. “O ideal é que o texto seja apresentado nesta semana. Essa é uma decisão final dele”, disse.

“Se apresentarmos a emenda ainda nesta semana, será melhor para esclarecimento dos parlamentares e da sociedade”, continuou Marun, afirmando que, pelo cronograma, o 19 de fevereiro está marcado para o início das discussões. Esta era a data prometida para votar. Agora, ele diz que é para iniciar discussão. Ele insistiu. “Não chega a ser uma frustração. É nosso desejo termos nesta semana o nosso texto definido.

Penso que apresentarmos só no início da discussão pode fazer com que muitos parlamentares podem começar a discussão sem ter conhecimento. Por isso defendo que isso aconteça nesta semana”. E mantendo o tom do governo de que mudança no texto, que ainda não foi apresentado, só se trouxer votos. “Ainda não temos nenhuma modificação definida no texto. Não chegou nenhuma proposta concreta no texto, que seja corroborada por votos”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]