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 | Luis Macedo /Câmara dos Deputados
| Foto: Luis Macedo /Câmara dos Deputados

O deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), aquele que tatuou o nome de Michel Temer no próprio corpo, obteve uma vitória e uma derrota, na tarde desta terça-feira (7), no Conselho de Ética da Câmara. Costa é alvo de duas acusações no colegiado por quebra de decoro parlamentar.

Em uma delas, que denuncia o parlamentar pela ofensa a uma jornalista da rádio CBN após pergunta sobre a tatuagem dele, o relator Laerte Bessa (PR-DF) considerou procedente a acusação e votou por sua admissibilidade, ou seja, que o caso seja investigado.

No outro caso, o relator João Marcelo Souza (PMDB-MA) entendeu não proceder a acusação de que Costa publicou no grupo de WhatsApp de uma comissão da Câmara a montagem com a foto da filha da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e do filho de Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O conteúdo é ofensivo à filha da petista e atinge a imagem da parlamentar. Costa teria comprovado que o número de celular inserido no grupo não era seu. 

No caso da jornalista, o relator entendeu haver indício, prova e fato típico de quebra de decoro, mas que precisa ser investigado. Bessa afirmou que há até parlamentares testemunhas da ofensa de Costa contra a repórter da CBN. O deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), que desconhecia o caso, pediu vistas e tem duas sessões para se manifestar. 

No caso da montagem das fotos, Souza afirmou estar satisfeito com um ofício de três linhas da Vivo que afirma que o número da linha de telefone não está em nome do parlamentar. Quem assina o ofício é Enylson Flavio Camolesi, que é diretor de relações institucionais da operadora. Os deputados do PT Leo de Brito (AC) e Valmir Prascidelli (SP) pediram vista e adiaram a votação do parecer do relator. 

Presente na reunião, Wladimir Costa disse que a tatuagem que fez rendeu certa "animosidade" e que não fez nada mais do que o "jogo político".  "Assim como tem deputado que, nesse tipo de votação, utiliza boneco inflável no plenário, usei uma tatuagem. É do jogo político. E, sobre a foto no grupo de WhatsApp, não faria por muitas razões, entre elas que ali só tem desafetos políticos. O que importa é que ficou demonstrado que esse número não é meu", disse. 

As acusações contra o deputado

No caso da jornalista, ao sair de um jantar onde esteve o presidente Michel Temer, os repórteres abordaram o deputado. O assunto era a tatuagem e a jornalista Basilia Rodrigues, da rádio CBN, perguntou se ele poderia mostrá-la. A resposta do parlamentar é a razão da acusação contra ele: "para você, só se for o corpo inteiro". O caso ganhou o repúdio de entidades jornalísticas. O Sindicato de Jornalistas do Distrito Federal classificou a reação de Costa como "conduta antiética, misógina, machista e racista" e de ter sido alvo de assédio sexual e moral do parlamentar. 

O PSB é o partido autor dessa acusação. Na peça encaminhada ao conselho, o partido cita uma resposta do deputado ao tomar conhecimento que seria adotada medidas contra ele. "Me denuncia por assédio. Só se for assédio moral porque, sexualmente, ninguém irá acreditar. Pois basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente aos padrões estéticos que desperte algum tipo de desejo em alguém". 

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira reagiu assim ao comportamento do deputado: "o ocorrido é altamente nocivo, uma vez que ocasiona o enfraquecimento da própria democracia. Atitudes como as do deputado são umas das causas da crise de legitimidade da representação popular".

Na acusação do PT, Costa é acusado de atentar contra o decoro por supostamente ter feito uma montagem que inseriu no grupo de WhatsApp dos parlamentares que integram a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Na montagem, foi inserida a foto da filha de Rosário em trajes íntimos e outra de Eduardo Bolsonaro, com terno e gravata. Uma foto ao lado da outra, com a seguinte inscrição: "é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais". 

Na representação, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, diz que a comparação feita por Costa tem o propósito de atacar a imagem de Maria do Rosário "usando indevida e ilegalmente imagem da filha. A iniciativa ofensiva tem o único objetivo de macular a credibilidade dela perante a sociedade". 

Depois de quase duas semanas da veiculação no grupo, Costa afirmou numa reunião da comissão que o número não era seu. E que, segundo ele, não foi quem postou tal imagem. 

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